O Brasileirão foi a última das sete competições em que o Flamengo fracassou. O time carioca tem bons motivos para esquecer de olho na próxima temporada, mas também há alguns pontos positivos.

Com o fim da competição, o ESPN.com.br separou cinco ponto negativos e cinco pontos positivos deste campeonato. Confira abaixo uma retrospectiva sobre a disputa por pontos corridos.

Coisas para esquecer

1. Apesar de ter estádio lotado em quase todos os jogos, o Flamengo não soube utilizar o fator casa nesta edição do Brasileirão.

Dos 19 jogos disputados, a equipe conseguiu apenas 10 vitórias. Foram cinco empates e quatro derrotas neste período. Derrotas que fizeram a equipe fracassar na busca pelo título da competição.

Vale lembrar que em 2019, quando 'sobrou' e foi campeão brasileiro, o Flamengo conseguiu incríveis 17 vitórias e dois empates em 19 jogos atuando como mandante. A equipe sabe que voltar a ser quase imbatível no Maracanã é um diferencial e tanto.

2. Insistência em técnico que não dá liga : nos anos em que conquistou títulos, como 2019, 2020 e 2022, o Flamengo teve troca no comando técnico. Não que interromper um trabalho é o ideal para um clube, mas insistir em algo que não vem dando liga atrapalhou os planos rubro-negros.

Manter Jorge Sampaoli após o episódio do soco do preparador físico em Pedro, quando o ambiente com o argentino estava totalmente deteriorado fez a torcida lamentar a chegada tardia de Tite.

Nos anos anteriores, Jorge Jesus, Rogério Ceni e Dorival Junior corrigiram as rotas de uma temporada que se encaminhava para fechar sem títulos e acabaram levantando canecos no Flamengo.

3. Janela ruim no meio do ano: o Flamengo sonhou com jogadores de peso no meio do ano, como Nicolás De La Cruz, Claudinho e Wendel, mas acabou praticamente sem ninguém. E a fragilidade do elenco na reta final também reforçou que a diretoria pecou na janela.

Principalmente quando o assunto foi meio-campo. O Flamengo sofreu sem um volante e um meia quando não teve Pulgar e Arrascaeta. Agora, o meio-campo é prioridade para a diretoria em busca de um 2024 melhor.

4. Turbulências: além do episódio do soco dado pelo preparador físico de Sampaoli em Pedro, a agressividade marcou o Ninho. Gerson chegou a dar um soco em Varela e quebrou o nariz do companheiro durante treinamento.

Pouco tempo depois, o vice de futebol Marcos Braz acabou se envolvendo em uma briga com um torcedor em um shopping no Rio de Janeiro. Todo esse ambiente turbulento atrapalhou o Flamengo a ter um ambiente tranquilo em meio a busca pelos títulos.

5. Gabigol versão 2023: apesar dos 20 gols na temporada, o camisa 10 viveu uma temporada de muita frustração. Terminou o ano como reserva e chegou até mesmo não atuar em alguns jogos, ficando o tempo todo no banco.

Sem muito prestígio com Tite, o atacante vai precisar dar uma volta por cima para retomar o desempenho que o fez virar ídolo da torcida rubro-negro com o protagonismo desde 2019.

O que dá esperança ao torcedor para 2024?

1. Tite: o treinador da equipe é, no momento, a grande esperança rubro-negra para dias melhores. Além da arrancada na reta final que possibilitou a equipe brigar pelo título, o comandante trouxe paz ao clube.

Depois de um ambiente turbulento com Sampaoli, Tite mudou o Ninho do Urubu da água para o vinho no ambiente. Além disso, uma organização tática da equipe, algo que passou longe de ter com Vítor Pereira e Sampaoli, já deu mostras no fim deste ano.

2. Aprendizado com a janela: depois de fazer uma última janela sem sucesso, o Flamengo vai investir pesado na próxima temporada. A 'ficha caiu' que o elenco, apesar de balado, sempre precisa de reforços de qualidade

Em último ano da gestão, o presidente Rodolfo Landim sabe que o sucesso do futebol ajudará e muito a eleger um candidato no fim do ano, já que não pode disputar a eleição. E investimento é o que mais coloca o time mais perto das conquistas.

Zagueiros, laterais e meio-campistas são os grandes objetivos do Flamengo na janela. Léo Ortiz, do Red Bull Bragantino , e De La Cruz, do River Plate , são os mais cotados.

3. Erick Pulgar: o volante chileno foi o grande nome do Flamengo na temporada. Praticamente carta fora do baralho com Vítor Pereira, o chileno foi o legado de Sampaoli na passagem ruim do argentino pelo Riod e Janeiro.

Pulgar ganhou espaço com o comandante que o conhecia do futebol chileno e 'sobrou' na temporada. Ele se tornou o pilar do meio-campo rubro-negro, sendo muito elogiado por Tite nas coletivas.

4. Rossi: reforço vindo no meio do ano, o goleiro argentino não teve espaço com Sampaoli, mas se firmou na meta titular com Tite.

Seguro com as mãos e com boa saída de bola, Rossi se adaptou rapidamente ao futebol brasileiro e seguirá como titular em 2024. Depois de um ano instável com Santos e Matheus Cunha, o goleiro deu tranquilidade ao torcedor.

5. Everton Cebolinha e Luiz Araújo: os pontas do time carioca na reta final de Tite mudaram de patamar com a chegada do novo comandante. E abriram um leque no elenco que faz o time ficar mais forte.

Cebolinha estava totalmente desacreditado e, com a chegada do novo comandante, com quem brilhou na seleção, voltou a brilhar sendo arisco pelo lado esquerdo. Inclusive, colocou Bruno Henrique no banco e chega para um 2024 com mais moral.

No lado direito, Luiz Araújo cresceu de rendimento com Tite e virou uma opção real para ajudar o ataque rubro-negro. Agora, com uma pré-temporada, o jogador tem tudo para fazer um 2024 ainda melhor pelo Flamengo.