O Flamengo encara o Inter , neste domingo, às 16h, pela ‘final’ do Brasileirão . Rogério Ceni busca o primeiro título nacional na carreira de treinador e comentou sobre os 100 primeiros dias no time carioca.

Depois de um início turbulento, com eliminações na Copa do Brasil e na Conmebol Libertadores , o comandante balançou. No entanto, a diretoria decidiu apostar no ex-goleiro, que, aos poucos, foi ganhando a confiança do elenco, melhorando o futebol da equipe e entrando na briga pelo título.

Antes da partida decisiva contra o Internacional, que coloca o Flamengo na ponta em caso de vitória nesta 37ª rodada, o treinador deu uma entrevista à TV Globo. Durante o papo, se declarou ao clube carioca e admitiu um perfil diferente daquele que viveu durante anos sendo ídolo do São Paulo.

“Eu trabalhei no São Paulo durante tantos anos e é um clube de massa, de presença do torcedor. Mas aqui, assim, é uma atmosfera diferente. Ser Flamengo... Primeiro, eu não tenho um conhecimento muito grande do Rio de Janeiro. Tinha menos ainda antes de vir morar. Mas você vê que isso é uma razão de vida, principalmente essa parte da cidade onde existe uma pobreza maior, onde a única vitória que muita gente tem aqui é a vitória do Flamengo”, disse Ceni, para completar.

“É muito mais uma inserção social, é você estar inserido naquela tribo, naquele grupo que tem como Flamengo a vitória da sua vida. A vitória do Flamengo é a grande vitória que é possível ele ter na sua vida. É especial e diferente poder trabalhar aqui”, explicou.

Desde que chegou ao Ninho do Urubu, Ceni decidiu ficar no CT para se adaptar ao clube. Passeios no Rio de Janeiro não existiram, nem uma volta na praia. Tudo para recuperar o Flamengo perdido após a saída de Jorge Jesus. Colocou Gabigol no banco, recuperou, logo depois, o camisa 9 e a dupla com Bruno Henrique, trouxe Arão para a zaga. Críticas públicas, mas apoio interno dos atletas. E essa convivência foi explicada pelo treinador.

“Primeiro, que é uma cidade extremamente bonita, né? Eu não tive a oportunidade de ir à praia até hoje, quase 100 dias no Flamengo, mas não deu tempo. Acaba trabalhando bastante. Eu sou sempre a mesma pessoa, para ser sincero. Tento ser. Acho que não existe mandar, não existe chefe no futebol. Existe conduzir bem o elenco, e acho que quando você debate algumas coisas, no campo de jogo ou nos treinamentos, é extremamente válido. Cada um tem sua experiência, experiência de vida, e aqui não é diferente”, disse Ceni, para finalizar.

“Falamos bastante, conversamos bastante, durante o jogo há muita cobrança, isso é fato, mas tenho uma relação extremamente tranquila e boa com eles. Com o Gabriel, que você cita, ou com qualquer um dos outros jogadores. É uma relação franca, aberta, tranquila... Como comandante, ocupo uma função onde tenho que cobrar, que pedir, que exigir, taticamente tenho que fazer com que o time funcione, mas a relação no dia a dia é extremamente tranquila”, finalizou.