Nos últimos dias, o Flamengo tem passado por alguns problemas que têm deixado os torcedores de cabelo em pé. A saída do técnico Stardust e de quatro jogadores , a volta de Luci para Coreia do Sul , a recontratação de dois jogadores que haviam sido cortados... Um pesadelo para quem olha de fora.

Após a conversa que o ESPN Esports Brasil teve na última quinta-feira (2) com Jed Kaplan, CEO da Simplicity Esports, organização que é responsável pelo Flamengo, muitas dúvidas foram levantadas. A reportagem voltou a falar com o empresário na manhã desta sexta-feira (10) para falar sobre assuntos espinhentos que rodeiam o clube.

Sobre a saída de Stardust, Kaplan reforça que foi para manter o projeto sustentável. “Na minha opinião, três treinadores de nível superior e acho que não precisávamos de três treinadores de nível superior e, novamente, muito disso foi tendo em vista a sustentabilidade para reduzir custos. Stardust era a pessoa mais cara em toda a nossa equipe, mais do que os jogadores. E vendo o que temos em outros esportes, não acho que um treinador deva estar ganhando mais dinheiro do que os jogadores”.

Apesar da saída de Stardust, Kaplan vê que o trabalho de Djoko e Reven (também conhecido como Flanalista) sendo muito importante e suficiente para o Flamengo. “Acho que temos dois dos melhores treinadores de League of Legends neste momento. Treinadores respeitados e, você sabe, que é lamentável [perder uma peça], mas mais uma vez, tivemos um caminho para manter sustentabilidade e estou muito confortável com o que temos”.

Sobre a saída e retorno dos jogadores, Kaplan acredita que tem um time muito forte e, sim, vê que o impacto da saída do Luci com a torcida. “Muitos dos nossos torcedores estão pedindo mais transparência”, disse Kaplan. “Estamos trabalhando nisso e uma das formas basta ver como nossos técnicos falaram em suas redes sociais. O Flanalista fez um tweet com muitos detalhes sobre a saída de Luci e tudo o que ele disse é verdade”. Ele completa dizendo que a saída de jogador “tem nada a ver com o corte de staff e jogadores”.

Kaplan concorda que o retorno do suporte para a Coreia do Sul foi um duro golpe. “Ele foi embora e nos deixou um grande buraco. Luci é um grande jogador. Um dos melhores da Liga”, diz o executivo. Porém, em sua avaliação, o Flamengo ainda tem um grande time. “Nossos jogadores substitutos são muito ativos e por isso decidimos trazer de volta dois jogadores para que voltássemos a ter sete jogadores”, conta.

Ele completa dizendo que todos os jogadores do Flamengo são bons jogadores e chega a dizer que são Astros. “Temos alguns jogadores muito bons lá, temos um elenco All Stars, mesmo com Jojo substituindo Luci. Você sabe que ele foi a Revelação do Ano, então eu sinto que temos jogadores muito fortes no momento”. Ele completa que as recontratações “Teve mais a ver com [a saída] do Lucy do que com qualquer outra coisa”.

SUSTENTABILIDADE

Muito do discurso de Kaplan tem a ver com a sustentabilidade do projeto. O clube precisa de patrocínios e, segundo o executivo, o clube estava para fechar um grande contrato, porém veio o problema do novo coronavírus que afetou o mundo dos negócios em um nível global, forçando as negociações entrarem em pausa.

“Tudo acontece quando montamos o plano de negócios e o orçamento corretamente”, diz o executivo. “Assumindo uma certa quantia de receita antes de estarmos envolvidos e estávamos usando um número nem tão quente assim, estávamos usando um número que era cerca de 60% desse número com base em uma certa quantidade de patrocínios”.

“Assumimos o controle [do Flamengo] no fim do ano passado”, relembra Kaplan. “Estávamos apenas começando a assinar patrocínios, nós tínhamos o patrocínio da Red Dragon, estávamos prestes a assinar mais dois patrocinadores. Os documentos estavam sendo elaborados, mas então o vírus entrou em jogo. Se não fosse isso, teríamos fechado com esses dois patrocinadores”.

“O vírus acelerou e o mundo parou. Se o mundo continuar parado nos próximos três, quatro meses, precisamos manter nosso orçamento saudável e devemos estar próximos desse orçamento. E foi por isso que fizemos um corte. Precisávamos reduzir os gasotos e alguns funcionários tiveram um corte no salário para fazê-lo funcionar. E temos sete jogadores dois treinadores de jogadores, temos quatro pessoas no ramo de negócios no momento”.

Segundo ele, o Flamengo Esports “é muito sustentável e poderíamos fazer isso por muito tempo, mesmo se não tivéssemos mais nenhum patrocinador, mas sabemos que temos duas novas marcas que estão para chegar em breve. Logo que isso acontecer, vai abrir caminhos para mudanças. E uma vez que o mundo se abra mais [para os negócios] mais patrocinadores virão”.

Ele reforça que “o mundo está fechado” e que “A coisa boa é o Flamengo está em um nível sustentável, mesmo que não recebamos um centavo de patrocínio, podemos manter o time rodando a longo prazo”. Ele relembra que todos os esportes estão passando por cortes e “até a NBA está pensando em não pagar jogadores”.

“É uma decisão difícil”, diz Kaplan “mas alguém teve que tomá-la. É mais importante que sejamos sustentáveis ​​a longo prazo, com uma base muito forte financeira para que mais tarde, não aconteçam problemas”. Finalizando, Jed diz que “Eu estou nisso por um longo tempo, as pessoas me dizem que ‘já faz três meses [à frente do Flamengo]’, mas não pensam que mas já faz um mês que estamos sem campeonato [por conta do COVID-19]”. Kaplan completa “Sempre colocarei o Flamengo em primeiro lugar, os fãs, os jogadores...O motivo que estou aqui é para proteger meus jogadores e a marca. Eu peço tempo para seremos bem-sucedidos. Ter ter êxito está no meu DNA, não ter sucesso não está no meu vocabulário”.