A CBF vai responsabilizar os clubes por possíveis atos de violência de seus torcedores contra delegações adversárias ou árbitros. A determinação está no Regulamento Geral de Competições de 2024, divulgado na noite desta quarta-feira, no site da entidade.
A mudança é realizada quase dois meses depois de jogadores do Fortaleza serem emboscados por torcedores organizados do Sport no deslocamento após o jogo entre as duas equipes, na Arena Pernambuco. O ônibus dos jogadores tricolores foi apedrejado e seis jogadores tiveram de ser levados para o hospital para tratar dos ferimentos.
O artigo 79, que atribui aos clubes responsabilidade pelos atos de seus torcedores recebeu um acréscimo. As equipes terão de responder pelos atos impróprios praticados "contra delegações de Clubes e equipes de arbitragem em deslocamentos para partidas".
Também haverá um endurecimento nas punições, segundo a entidade. Qualquer incidente poderá ser encaixado em caso de "extrema gravidade", que prevê sanções desde advertência a perda de pontos ou desclassificação.
As medidas valerão para o Campeonato Brasileiro, que começa neste sábado.
O ataque ao ônibus do Fortaleza ocorreu no dia 22 de fevereiro, com o Boletim de Ocorrência realizado pelo time cearense registrado às 2h21, após o jogo entre Sport e o Tricolor do Pici, na Arena de Pernambuco.
O ônibus com a delegação cearense foi atacado a oito quilômetros do estádio, quando sofreu uma emboscada, que deixou seis jogadores do Fortaleza feridos.
Testemunhas afirmaram que cerca de 80 a 100 pessoas que estiveram envolvidas no atentado com bombas e pedras atiradas por pessoas que estavam "vestidos de amarelo", conforme relatado pelo CEO do Leão do Pici, Marcelo Paz. A cor remete à principal torcida organizada do Sport.
Os atletas tricolores feridos precisaram ser encaminhamento para hospital no Recife. Entre os casos mais graves estavam o do goleiro João Ricardo, que precisou de seis pontos na cabeça, e do lateral-esquerdo Escobar, com trauma cranioencefálico. Todos estão fisicamente recuperados.