A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciará na próxima quarta-feira, em São Paulo, as novas regras do Fair Play Financeiro, que entrarão em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026. O objetivo dessa regulamentação é promover um equilíbrio econômico entre os clubes brasileiros, com um foco especial na supervisão das finanças e no endividamento das equipes.
Principais mudanças
A nova estrutura do Fair Play Financeiro incluirá a criação de uma plataforma para a fiscalização das finanças dos clubes, que irá abranger informações sobre custos, endividamento e transações financeiras. O monitoramento das finanças será realizado em três janelas anuais: 31 de março, 31 de julho e 30 de novembro.
O sistema DTMS (Domestic Transfer Matching System) será implementado para controlar as dívidas e os contratos dos atletas. Um dos principais pilares do novo regulamento é a exigência de controle de dívidas de curto prazo, que não poderão ultrapassar 45% do faturamento anual dos clubes, com um prazo até 2030 para adequação.
Sanções para não conformidade
Clube que não cumprir as regras estabelecidas enfrentará uma série de sanções, que incluem:
- Advertência
- Multa
- Retenção de receita
- Transfer ban
- Perda de pontos
- Rebaixamento
- Cassação de licenças
Além disso, o prazo para regularização de dívidas antigas ficou estabelecido até 30 de novembro de 2026, enquanto novas dívidas sofrerão sanções imediatas.
Pilares do regulamento
O Fair Play Financeiro terá quatro pilares fundamentais:
- Controle de dívidas em atraso
- Equilíbrio operacional
- Controle de custos com elenco
- Controle de endividamento de curto prazo
Os limites de custos com elenco foram definidos como 70% das receitas para os clubes da Série A e 80% para os da Série B. O déficit máximo permitido para avaliação será de R$ 30 milhões ou 2,5% das receitas na Série A e R$ 10 milhões ou 2,5% na Série B.
Reações e impactos
O regulamento, que contou com a participação de 77 clubes e 70% das instituições do futebol brasileiro, visa estabilizar as finanças do esporte e evitar que os clubes enfrentem crises financeiras que comprometam sua operação. Samir Xaud, um dos responsáveis pela elaboração do regulamento, afirmou: "Vem pra dar equilíbrio econômico".
Embora as discussões sobre rebaixamento e outras sugestões tenham sido levantadas, essas não foram contempladas na versão final do regulamento. A implementação das novas regras promete trazer uma nova dinâmica ao futebol brasileiro, sendo um desafio para os clubes se adaptarem a esse novo cenário financeiro.