Carioca 2025: Confira o guia do Estadual que terá homenagem a Zico e saiba quais são os 'camisas 10' dos times

O homenageado da edição 2025 do Campeonato Carioca, que começa neste sábado, tem nome, sobrenome, apelido e número. Arthur Antunes Coimbra dará nome à taça do campeonato . Dono de sete títulos estaduais no Rio, Zico , ídolo máximo do Flamengo , portou no Carioca, entre as décadas de 1970 e 1980, a icônica camisa 10, hoje representada nos quatro grandes por craques do Brasil, de outros países da América e até da Europa.

O rubro-negro, por sinal, é quem tem um “novo velho” camisa 10. O uruguaio Arrascaeta assumiu a camisa que já foi do Galinho de Quintino após a saída de Gabigol ao Cruzeiro — o atacante já havia a perdido em punição durante a temporada.

Arrasca passou cinco anos vestindo a 14, mas em campo era o camisa 10 “de ofício”: responsável pelo último passe de qualidade, pela infiltração na grande área e pelas finalizações com categoria. Com quatro títulos estaduais do Rio na bagagem, tenta fazer o rubro-negro, atual campeão, ampliar a contagem dos 38 que coleciona.

Todos os campeões — Foto: Editoria de Arte
Todos os campeões — Foto: Editoria de Arte

A América Latina também dita o ritmo do meio no Botafogo . O venezuelano Savarino porta a camisa 10 de um time que foi campeão brasileiro e da Libertadores no ano passado e que busca voltar a vencer o estadual depois de seis anos. Na última temporada, dividiu os momentos de definição com Thiago Almada, hoje a caminho do Lyon-FRA.

No Vasco, o toque é europeu. O francês Dimitri Payet hoje divide a responsabilidade de orquestrar o meio-campo com Philippe Coutinho . Mas a camisa 10, que em cinco vezes em que o clube conquistou o Carioca foi de Roberto Dinamite, segue muito bem representada nos toques de classe e na finalização perigosa de Payet.

Já no Fluminense , campeão da penúltima edição e segundo maior vencedor do torneio (33 títulos), a camisa 10 está com um dos maiores representante na atualidade da estética clássica da função. A elegância e o toque de bola preciso de Paulo Henrique Ganso ajudaram o tricolor a ser campeão da América e bicampeão estadual em 2023. No Carioca está a chance do Flu começar a deixar para trás a tensa temporada de 2024.

Os quatro grandes estreiam com times alternativos, compostos em sua maioria por jovens, enquanto os titulares realizam pré-temporada. O Vasco deve ser o primeiro a estrear a equipe principal, na quarta rodada, contra o Madureira. Na rodada seguinte, deve ser a vez dos titulares de Flamengo (contra Volta Redonda) e Fluminense (Madureira). A equipe principal do Botafogo só deve entrar em campo na sexta rodada, no clássico com o Fluminense.

Savarinofoi destaque em 2024 — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Savarinofoi destaque em 2024 — Foto: Vitor Silva/Botafogo

Botafogo: No embalo de um ano histórico

Após viver sua temporada mais vitoriosa, com os títulos da Libertadores e do Campeonato Carioca, o Botafogo tem contas a acertar com o Carioca. Em 2023 e 2024, foi eliminado antes da semifinal, e teve de se contentar com o título da Taça Rio. Mesmo iniciando a competição com um time alternativo, e todas as incertezas na montagem do grupo, que ainda não tem treinador definido, o alvinegro, é claro, projeta o título.

Para isso, o Botafogo confia muito em seu camisa 10. Apesar de não ser o jogador mais midiático do time campeão da Libertadores e do Brasileirão, o venezuelano Savarino foi o principal motor da histórica equipe de 2024. Em números, foi o líder de participações em gols (26), com 14 bolas na rede, algumas decisivas na reta final da temporada, e 12 assistências. Sem considerar estatísticas, evoluiu demais em seu primeiro ano no alvinegro, deixando de ser um atleta apenas de lado para ser atuante em todos os cantos do ataque, muitas vezes destravando jogos difíceis.

Com as saídas de Luiz Henrique e Thiago Almada, o venezuelano de 28 anos tem tudo para dar o salto como protagonista.

Títulos — Foto: Editoria de Arte
Títulos — Foto: Editoria de Arte

Além de chegar embalado pelo histórico ano de 2024, o Botafogo, que já no mês de fevereiro vai disputar os títulos da Supercopa do Brasil, contra o Flamengo, e da Recopa Sul-Americana, diante do Racing, quer acabar com um pequeno incomodo no Carioca, já que foi campeão pela última vez em 2018.

Arrascaeta é o camisa 10 do Flamengo — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo
Arrascaeta é o camisa 10 do Flamengo — Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

Flamengo: Em busca do bicampeonato

O Flamengo chega para o Campeonato Carioca com altas expectativas. O bom fim de temporada 2024 sob comando de Filipe Luís, que culminou no título da Copa do Brasil, deixou os torcedores animados para 2025. O rubro-negro é o atual campeão estadual e tenta seu 39º título para se isolar ainda mais como o rei do Rio de Janeiro.

O clube inicia o torneio repleto de mudanças estruturais, com Luiz Eduardo Baptista, o Bap, na cadeira de presidente. O futebol, agora, será comandado por um diretor executivo. O português José Boto, com vasta experiência na Europa, foi o escolhido para ser o nome forte da principal pasta.

Maiores públicos — Foto: Editoria de Arte
Maiores públicos — Foto: Editoria de Arte

Se por um lado os bastidores estão tomados pela reformulação, a equipe é praticamente a mesma que terminou 2024. Ainda sem chegadas de reforços, só contou com três saídas — até o momento: os contratos com Gabigol e David Luiz se encerraram, e Fabrício Bruno foi vendido para o Cruzeiro.

Considerado como um dos mais fortes do futebol brasileiro, o elenco principal do Flamengo não vai a campo nas primeiras rodadas do torneio, já que estará nos Estados Unidos realizando a pré-temporada. Uma equipe de jovens da base, e com o zagueiro Pablo, será utilizado nos desafios iniciais da competição.

Grande maestro da equipe, Arrascaeta vai para seu sétimo ano no Flamengo. Desta vez, com uma grande novidade: ele não usará mais o número 14, do qual eternizou na memória dos torcedores, e sim a lendária camisa 10. A trajetória do craque no rubro-negro dispensa apresentações. Com incríveis 73 gols e 89 assistências em 290 partidas, foi crucial nos 13 títulos que conquistou, sendo um representante do seleto grupo de maiores campeões da história do clube.

Seu grande desafio tem sido a questão física. No entanto, o uruguaio utilizou o final da última temporada para operar o joelho direito e iniciar 2025 “zerado”.

Paulo Henrique Ganso é o maestro do tricolor — Foto: MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE FC
Paulo Henrique Ganso é o maestro do tricolor — Foto: MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE FC

Fluminense: Chega de sufoco

Após passar boa parte do último Brasileiro fugindo do rebaixamento, o Fluminense tem sido o grande carioca mais ativo no mercado. Reforçou seu elenco, até agora, com seis atletas. E o sétimo (o uruguaio Canobbio) está em vias de ser anunciado. Para completar, o técnico Mano Menezes, que passou seus primeiros meses atuando como “bombeiro”, pôde participar do planejamento e começa o ano sem a pressão dos primeiros meses. O que não falta são elementos para a torcida acreditar que a turbulência, enfim, ficou para trás.

Entre os reforços, ao menos três chegam com grande chance de assumir a titularidade: além de Canobbio, o volante Hércules (destaque pelo Fortaleza) e o lateral-esquerdo Renê, ex-Inter. Mas a diretoria também fez apostas em atletas que se destacaram em clubes na Série B e em países vizinhos, como o zagueiro Juan Freytes e os atacantes Paulo Baya e Joaquín Lavega — este último de apenas 19 anos.

Em meio à expectativa por como os reforços se sairão, uma dúvida os torcedores não têm: de que o time está em boas mãos com Paulo Henrique Ganso como maestro. Prestes a completar seis anos de clube, ele deixou para trás a irregularidade das primeiras temporadas e, em 2024, manteve o alto nível de atuações mesmo após a saída de Fernando Diniz. Aos 35, a idade ainda não parece ser problema. Ele disputou mais de 50 partidas nos últimos três anos. Com a companhia de Arias e, possivelmente, de Canobbio, tem tudo para mais uma vez ser o grande trunfo do time.

Payet continua sendo esperança vascaína — Foto: Matheus Lima/Vasco
Payet continua sendo esperança vascaína — Foto: Matheus Lima/Vasco

Vasco: Hora de Mudar

Ainda que atrás de seus rivais diretos em termos de elenco e desempenho nos últimos anos, o Vasco volta ao Campeonato Carioca com chances factíveis de chegar ao título. O Estadual foi o último troféu levantado pelo clube, em 2016, quando foi bicampeão.

No terceiro Campeonato Carioca como SAF, o clube passa por mudanças sob a gestão do presidente Pedrinho. Deixaram São Januário os zagueiros Léo e Maicon, importantes nas últimas duas temporadas. No mercado, o Vasco, que terá Fábio Carille como treinador, se reforçou pontualmente: chegam os zagueiros Mauricio Lemos, Lucas Freitas e Lucas Oliveira, o volante Tchê Tchê e o goleiro Daniel Fuzato. O cruz-maltino ainda busca atacantes.

A espinha dorsal segue formada por nomes como Léo Jardim, Lucas Piton, Payet, e Vegetti. Além de Philippe Coutinho, que disputa seu primeiro Campeonato Carioca após o festejado retorno a São Januário no ano passado. No comando está Fábio Carille, um tricampeão paulista pelo Corinthians e que fará seu primeiro trabalho no futebol carioca. A expectativa é que o time passe por um período de reajustes e apresente uma segurança defensiva maior que a da última temporada, quando terminou com a quarta pior defesa do Brasileirão.

Maiores artilheiros — Foto: Editoria de Arte
Maiores artilheiros — Foto: Editoria de Arte

O Vasco iniciará o campeonato com um time alternativo, formado por jovens da base, na maioria, e sob o comando de Ramon Lima, técnico do sub-20. O elenco principal só vai a campo na quarta rodada, contra o Madureira, em partida que acontecerá na Arena da Amazônia, em Manaus.

Dono do futebol mais brasileiro de uma geração de talentosos meias franceses, Payet chegou ao Vasco em 2023. Quando o cruz-maltino mais precisou, desfilou passes estilosos e inteligentes e balançou as redes com sua classe característica. Passado um semestre irregular, vai para seu segundo carioca com o futuro em aberto: tem contrato até a metade do ano.

Certo mesmo é que a torcida do Vasco está no aguardo de dias melhores. No Campeonato Carioca de 2024, o cruz-maltino decepcionou ao ser eliminado na semifinal pelo Nova Iguaçu.

Quem briga com os quatro grandes

BANGU: A equipe da Zona Oeste empilha campanhas ruins desde que alcançou a semifinal, em 2019. Em 2021, 2022 e 2024, flertou com o rebaixamento, sendo penúltima colocada. A ordem principal é sobreviver. Para isso, o time conta muito com Raphael Augusto. O jogador de 33 anos não veste a 10 (usa a camisa 19), mas é o principal nome do meio de campo do Bangu. Com experiência pelo futebol asiático, já defendeu o clube de Moça Bonita em outras quatro oportunidades: 2014, 2015, 2017 e 2024. No ano passado, jogou seis partidas do Carioca, antes de passar pelo Volta Redonda.

BOAVISTA: Para esta edição do Campeonato Carioca, o Boavista está, de cara nova: o time virou SAF e mudou completamente seu visual, com novo escudo, novo uniforme e sob nova direção. No time, o jogador mais clássico, que dita o ritmo e é habilidoso, não veste a camisa 10. O meia Marthã, que chegou nesta temporada após disputar a Série C com o Londrina-PR, é o grande maestro e esperança do Verdão de Saquarema para o Campeonato Carioca. No currículo, o camisa 22 tem um título do Campeonato Alagoano com o CRB e uma Copa do Nordeste com o Ceará.

MADUREIRA: Nono em 2024, o Madureira aposta na mescla de atletas experientes em Estaduais com jovens da base para ir longe este ano. E confia na manutenção do técnico português Daniel Neri, agora mais adaptado ao futebol do Rio. Marcelo, de 36 anos, conta com a experiência que se espera do meia responsável por girar a bola e abrir os caminhos para o gol (além de fazê-los). Com carreira por clubes médios e pequenos, sabe como é enfrentar os grandes nos Estaduais. E ainda vai ter o papel de mentor do jovem Zaru, de 20, aposta do Madureira para o futuro na posição.

MARICÁ: O Maricá FC chega como a novidade desta edição do Campeonato Carioca. Fundado em 2017, conquistou o título da Série A2 do Estadual no ano passado e vai fazer sua estreia na elite da competição. O nome de maior expressão está à beira do gramado. O ex-atacante Reinaldo, com passagens por Flamengo, Botafogo e PSG, vai para sua terceira temporada comandando a equipe. Dentro de campo, ele aposta em Walber, 31 anos, jogador mais experiente do time. Formado no Vasco, o camisa 10 estreou no Maricá em 2020, marcou gols decisivos e ajudou o time a levantar quatro taças.

NOVA IGUAÇU: Sensação do Carioca do ano passado, quando fez a final com o Flamengo, o Nova Iguaçu não mexeu muito no time que deu certo. A começar pelo comandante Carlos Vitor, o Cal, eleito o melhor técnico. No Nova Iguaçu, a função de camisa 10 está nos pés do atacante Xandinho, que chegou ao clube no ano passado. Natural do Rio de Janeiro, o jogador de 27 anos começou a carreira no Olaria, onde conquistou a terceira divisão do Carioca em 2021. Em 2024, foi um dos destaques das campanhas do time da Baixada na Copa do Brasil e na Série D.

PORTUGUESA: A Portuguesa, que completou o centenário em dezembro passado e mira voos mais altos neste ano, tem novo técnico. Evaristo Piza, de 52 anos, estará à frente de um time carioca pela primeira vez na carreira. Com a incumbência de comandar o time está um meia-atacante canhoto mais do que experiente: aos 31 anos, Romarinho vai para seu décimo estadual pela Portuguesa. O jogador vai completar 250 partidas com a camisa do time da Ilha do Governador na estreia do Carioca, contra o Bangu. A marca o tornará o atleta que mais atuou em jogos oficiais pelo clube.

SAMPAIO CORRÊA: Após conseguir se manter na primeira divisão no ano passado, o Sampaio Corrêa novamente vai brigar para continuar na elite. Alfredo Sampaio permanece como técnico da equipe. O destaque do time é o lateral-esquerdo Luan Gama, 26 anos, que também pode jogar como meio-campista, função que exerceu várias vezes na primeira passagem pelo Sampaio Corrêa. Revelado pelo Vasco, ele é a esperança do time que disputa a elite do Rio pela segunda vez. Pelo Sampaio, Luan tem 16 partidas e dois gols anotados, além de três assistências.

VOLTA REDONDA: Um dos clubes mais fortes e tradicionais para além da capital, o Volta Redonda disputa o Carioca meses após sacramentar a volta à Série B do Brasileirão depois de 26 anos. Como de costume, promete dar trabalho aos grandes. O camisa 10 é Patrick Machado, o PK, 26 anos, um dos destaques da campanha do título da Série C, com quatro gols e três assistências. Revelado pelo Grêmio, é um camisa 10 moderno, com visão de jogo e boa finalização de média e longa distância. O Voltaço pagou R$ 400 mil ao Brusque para mantê-lo em definitivo, até 2026.

Fonte: O Globo

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