O meia Gerson segue se consolidando como um dos principais ídolos da história recente do Flamengo. E essa conexão tem ultrapassado a “barreira” das arquibancadas e feito a diferença nos bastidores do clube, seja nos jogos ou em treinamentos. Capitão, o camisa 8 tem feito questão de reverberar entre os jogadores os sacrifícios feitos pelos torcedores rubro-negros para apoiar o time nas partidas.
Antes da final da Supercopa no último domingo, vencida pelo Flamengo contra o Botafogo, Gerson pediu que funcionários do rubro-negro imprimissem e colassem no vestiário do Mangueirão fotos que circularam nas redes sociais de torcedores dormindo em redes em embarcações que saíram de Breves, uma cidade ao norte do Pará, até Belém, capital do estado. Ao todo, a viagem tem duração de 12h a 15h. A informação foi dada inicialmente pelo canal Flazoeiro e confirmada pelo GLOBO.
O objetivo de Gerson foi reforçar aos jogadores a importância daquela decisão para o clube e para os torcedores que enfrentaram uma longa e cansativa viagem para terem a oportunidade de assistirem ao time do coração no norte do país.
Além deste grupo que saiu de Breves, centenas de outros flamenguistas viajaram em embarcações para assistir a decisão contra o Botafogo no Mangueirão.
Fala sobre pressão viraliza
Além do ato no vestiário e, claro, dentro de campo, Gerson também recebeu destaque na final do último domingo por conta de uma fala após a partida. Nela, o capitão do Flamengo refletiu sobre o que é se sentir pressionado. A resposta emocionou a muitos e viralizou nas redes sociais.
— Muitas vezes as pessoas falam em pressão, né? Flamengo, um dos maiores clubes do país, se fala em pressão. Para mim, pressão zero. Privilégio. Pressão eu tinha quando era mais novo, sabia que minha familia depositava toda as fichas em mim e eu era o único que podia mudar a vida deles — afirmou o jogador, que apesar de bem-sucedido na carreira mostrou consciência sobre a realidade do pais em que vive.
— Pressão que tem é um pai de família que acorda 3h da manhã para ir trabalhar, tendo a responsabilidade de trazer o alimento para casa, às vezes de pagar o aluguel. Você já começa o mês devendo, né? Essas são as pessaos que têm pressão. A gente sabe que tem muita cobrança. Mas, para mim, toda vez que entrar em campo é um privilégio.
Aos 27 anos, Gerson assumiu a braçadeira de capitão do Flamengo na última temporada, quando o time ainda era comandado por Tite. Com bastante moral entre o elenco, o camisa 8 é elogiado desde os atletas mais jovens, os quais costumam chamar o meia de "paizão", até os mais experientes.
Sem Gerson, que não foi relacionado pelo técnico Filipe Luís, o Flamengo retorna a campo na próxima quinta-feira, quando enfrentará a Portuguesa, às 19h, em Uberlândia-MG.