Pepe dava o bote, levava o drible e insistia, insistia. Desde criança, parecia saber que a vida dá uma segunda chance, como o jogo, mas exige vontade para recuperar a bola. Precisava dividir para demarcar seu território e impor seu jeito de jogar. Foi assim, apanhando, batendo e se levantando que conquistou 22 títulos no Real Madrid. Foi assim que saiu do Benedito Bentes, periferia de Maceió, para conquistar a improvável Eurocopa com Portugal. Para o zagueiro, uma porta fechada na carreira não era o fim, era um desafio. E assim deu peso à camisa 3 que defende até hoje. O nome é de um astrônomo, o apelido de um craque, e a história que se conta do cara durão, fechado, não foge muito do seu estilo. Na grande área, não dá para brincar com atacante. O sorriso livre, espontâneo, é raro para quem tem a missão de destruir no futebol.
Pepe sempre foi reservado fora de campo. Blindado, o defensor do Besiktas e torcedor do Flamengo nunca gostou de dar entrevistas para a imprensa brasileira. Na Europa, também fala pouco, só o necessário. O GloboEsporte.com insistiu com ele e, enfim, teve a resposta. Mexeu também nos arquivos do ex-jogador do Real, foi buscar as histórias do começo em Alagoas, da amizade com Cristiano Ronaldo e abre agora a caixa. O pai, um amigo da infância, técnicos da base e o próprio zagueiro decidiram falar.
O menino que sempre quis ser jogador de futebol chegou a cogitar o plano B de ser taxista, mas não precisou quando se deu conta de que chegou ao Real Madrid por 30 milhões de euros . O segredo, segundo ele, foi sempre "trabalhar mais que os outros" . Do soco na cara de um rival que usava aparelho nos dentes num jogo da Copa São Paulo de juniores ao apogeu, sendo eleito o craque da final da Eurocopa com Portugal campeão, Pepe viveu muita coisa, como a quase convocação para a seleção brasileira.
– Eu sou uma pessoa tão abençoada que nasci no Nordeste, né? Sou nordestino e levo isso no sangue. Nordestinos são pessoas trabalhadoras e foi isso que eu fiz . Não foi fácil sair de Maceió e ir para Portugal com 17 anos, sozinho, deixando meus familiares para correr atrás do meu sonho. Mas me apeguei ao trabalho, fui tentando me aprimorar naquilo que tinha de bom, tendo a ajuda de treinadores e também de colegas. E foi assim que venci. Trabalhando mais até que os outros para poder chegar ao meu foco, que era jogar num grande clube europeu e ser reconhecido mundialmente. E foi isso que eu fiz, foi trabalhar, porque tinha um sonho a cumprir – falou Pepe, por telefone.
Amigo de infância, Júnior Bicudo morava perto da casa de Pepe, também era zagueiro e fez dupla com ele na defesa do CRB. Bicudo lembrou que, desde criança, o camisa 3 nunca deu confiança para atacante.
– O Pepe sempre foi assim. Até aqui ele sempre foi aquele jogador sério, jogador seguro, que gostava de intimidar o adversário. Eu tive a oportunidade de jogar várias com ele na zaga e eu dizia: "Dá uma segurada aí, Pepe!" E ele dizia: Aqui é pau, aqui o couro come – contou Bicudo, que jogou com o zagueiro no infantil do CRB, em 1998.
Pepe foi descoberto na rua, jogando pelada no Benedito Bentes. Dono do pequeno Grêmio Esportivo Napoli, Alípio Neto disse que bateu o olho no garoto e percebeu que era diferente, sobrava na turma. Alípio também foi o primeiro técnico do zagueiro.
– Eu estava preparando a minha equipe (para o torneio Papai Noel) e o encontrei jogando na rua, naqueles calçamentos de paralelepípedo. No meio da garotada, o Pepe se destacava. Eu era um observador e queria montar uma equipe forte para o Campeonato do Sesi. Consegui, tanto é que a gente ficou em terceiro lugar. O campeonato na época era até 11 anos de idade e ele era o mais novo que tinha no nosso time, com oito – lembrou Alípio, que liberou depois o zagueiro para o CRB.
Pepe chamou a atenção no CRB e se transferiu para o Corinthians-AL, em 1999. Saiu da Pajuçara com mais seis jogadores. Técnico do zagueiro nas categorias de base do Tricolor, Eduardo Neto lembra que ele chamava atenção pela persistência. Também não costumava perder dividida.
– Tudo que ele conseguiu foi mérito dele. Sempre foi um garoto que trabalhou muito. Me recordo que a gente pedia para ele fazer uma repetição de dez passagens e ele queria fazer 20. A dedicação, o empenho e a vontade dele sempre foram maiores que a dos demais . Por isso que alcançou bem mais que os outros. Ele fazia as coisas com muita vontade – contou Eduardo.
O treinador disse que promoveu a estreia de zagueiro como jogador profissional. Foi num amistoso em Pernambuco entre Corinthians-AL e Desportiva Pitu. O time de Maceió venceu o duelo por 1 a 0, gol de cabeça de Pepe. Eduardo contou que as entradas fortes do zagueirão eram comuns também na base.
– Dentro de campo é um jogador que não gosta de perder. Aquele cara que vai para campo como se fosse em busca de um resultado a todo custo. Pepe não é um jogador desleal, ele é viril. Como não gosta de perder, às vezes entra numa jogada mais forte que o necessário – justificou o treinador.
Confusão na Copinha e plano B: o táxi
Pepe ganhou mais projeção na base do Corinthians-AL, clube que já foi líder de exportação de jogadores brasileiros para Europa. O zagueiro participou de competições pelo Brasil e chegou até a se envolver em uma polêmica na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Pai do jogador, Anael Ferreira lembrou o caso com detalhes.
– Não sei se chamo incidente ou acidente. A gente (Corinthians-AL) estava perdendo por 1 a 0 e precisava do gol de empate para continuar na Taça São Paulo. Na hora que fizemos o gol, o goleiro foi segurar a bola para gastar o tempo. Ele (Pepe) foi para cima do goleiro para pegar a bola. Quando fez isso, veio um cara, o empurrou, e o Pepe caiu dentro do gol. Ele tinha um pavio curto e bateu no rosto do menino sem muita delicadeza, só que o garoto estava com aparelho. Aí pense na bagaceira que fez – narrou o pai.
A repercussão do fato foi grande. Anael contou ainda que uma pessoa influente da imprensa brasileira (sem citar o nome) queria o fim da carreira de Pepe após o episódio.
– Ele pediu para que o Pepe fosse banido do futebol. Um garoto com 13, 14 anos de idade. Ele pedia isso, clamava mesmo, sabe? Depois que o Pepe chegou no Real Madrid, eles tentaram entrevistas com Pepe e tudo, mas aí a gente vem relembrar o que essa pessoa fez. Poderia acabar com a carreira de um garoto, mas, graças a Deus, não aconteceu.
– Ele pediu para que o Pepe fosse banido do futebol. Um garoto com 13, 14 anos de idade. Ele pedia isso, clamava mesmo, sabe?
Segundo o pai do jogador, Pepe quase foi mandado de volta para Maceió, mesmo com o Corinthians-AL tendo um campeonato para disputar no Rio de Janeiro após a Copinha. O zagueiro até pensou em desistir da carreira, mas o apoio dos pais pesou na decisão de seguir. O receio de Pepe de não se tornar jogador de futebol fez a família também pensar em um plano B: o táxi.
– O futebol era muito difícil na época e eu não queria ver meu filho acabado aqui. Então, falei para ele: " Vamos até onde der no futebol, se não conseguirmos, não se preocupe: tenho um carro, vendo e compramos um táxi para você dirigir . Você terá o seu emprego'. O táxi seria uma opção caso ele não desse certo no futebol – revelou Anael.
Zagueiro viajou para Europa lesionado
O pai de Pepe contou que o presidente do Marítimo foi até Maceió para observar alguns atletas do Corinthians-AL e um deles foi o zagueiro, que tinha apenas 17 anos. Foi assinado um pré-contrato e, após a disputa do Campeonato Alagoano, ele seria apresentado, mas uma lesão quase atrapalhou os planos.
– Faltando menos de cinco minutos para acabar o jogo, aconteceu esse acidente. Era um jogador experiente, que prefiro não falar o nome, mas a maldade dele foi muito grande. Tenho muito a agradecer ao doutor Adalberon (já falecido), médico do time na época, que deu todo apoio e cuidado a meu filho. No dia da viagem para Portugal, o Corinthians-AL não queria que ele fosse, mas contaram a situação ao presidente do Marítimo, que bancou a ida dele para fazer a recuperação lá – disse Anael.
Foram três temporadas na Ilha da Madeira defendendo o Marítimo, onde Pepe conheceu a família de Cristiano Ronaldo, que no futuro se tornaria um dos maiores jogadores do mundo e seu companheiro de Real e seleção portuguesa. No clube português, o alagoano também teve um amigo que considerou um professor nos gramados europeus, o zagueiro holandês Mitchell van der Gaag.
– Quando ele saiu de Maceió, muito novo, encontrou esse experiente zagueiro holandês, que, com toda a experiência, sempre orientou o meu filho nos jogos do Marítimo. Em grandes jogos o holandês falava: 'Pepe, hoje nós vamos pegar um grande time. E aí? Você fica na frente para o primeiro combate e eu me preocupo com o que passar por você'. E assim formaram uma grande dupla de zaga – lembrou o pai de Pepe.
O sucesso no Marítimo fez o defensor atrair o interesse dos grandes clubes portugueses. Pepe chegou a passar um período de avaliação no Sporting, onde conheceu Cristiano Ronaldo, mas acabou acertando com o Porto. Ganhou muita projeção.
Pepe quase jogou na seleção brasileira
Atualmente, Pepe é um dos líderes da seleção de Portugal. Em 2016, conquistou a Eucocopa e foi escolhido o craque da final contra a França . Mas pouca gente sabe que, antes de se naturalizar português, o zagueiro ficou perto de vestir a camisa da seleção brasileira . Anael revelou que Pepe chegou a ser pré-convocado para defender a seleção sub-20, mas por algum motivo, que não sabe explicar, seu nome não apareceu na convocação oficial.
– Ele tinha sido pré-convocado para a seleção sub-20.
– Ele tinha sido pré-convocado para a seleção sub-20. Eu estava no carro com o Pepe, foi quando um dirigente da CBF disse que meu filho teria sido convocado e que preparasse a documentação. O Pepe até pensou que seria um cara qualquer do Brasil que estava brincando com ele, mas o cara insistiu e eu peguei o telefone. Ele disse: 'Liga para a seleção brasileira ou então vou pedir ao departamento amador da Seleção ligar para vocês, e vamos ligar para o presidente do Marítimo, que confirmará a convocação. Assim foi feito e o Pepe teria sido convocado, estava tudo certo. Ficamos aguardando naquela expectativa toda, aí foi quando saiu a lista oficial e chamaram outro zagueiro, não lembro se foi o Luisão ou o Alex. Aí houve o desinteresse e a gente ficou chateado, eu e ele (Pepe). Mas ele tocou a vida e seguiu trabalhando e se esforçando – explicou Anael.
O pai do jogador contou ainda que quando Pepe estava na melhor fase no Porto, olheiros da Seleção foram observar jogos e treinos do time português, o que deixou o alagoano esperançoso.
– Ele esperou mais uma vez a convocação, e não aconteceu. Foi quando Felipão assumiu a seleção de Portugal, conversou com o Pepe e avisou que tinha interesse em tê-lo na sua equipe . Por estar atuando há mais de quatro anos em Portugal, a dupla nacionalidade foi feita. Ele ainda esperou a chance de defender o Brasil, mas não houve interesse e foi convocado para a seleção portuguesa – lembrou Anael.
Para fechar o assunto, o pai de Pepe declarou que, se o defensor estivesse na Seleção, o Brasil não teria tomado a goleada por 7 a 1 para a Alemanha.
– Eu não garanto que se o Pepe estivesse em campo o Brasil teria vencido o jogo, mas tenho certeza que a nossa Seleção não seria humilhada do jeito que foi, tomando sete gols – cravou.
Chegada e saída do Real Madrid
Pepe chegou ao Real Madrid em 2007, contratado junto ao Porto, por 30 milhões de euros. Anael contou como foi o início. Contrato assinado, sorriso de conquista no rosto.
– O empresário Jorge Mendes levou o Pepe no Santiago Bernabéu e falou: "Gostou daqui? Esta será sua nova casa". Depois levou para conversar com os dirigentes do clube e o presidente perguntou: "Você é o Pepe?". "‘Sim, senhor". "Então você é o novo contratado do Real Madrid". O Pepe disse que quase caiu de lado, era seu sonho sendo realizado – lembrou o pai do jogador.
Pepe defendeu as cores do Real por dez temporadas. Em Madri, conquistou 22 títulos, entre eles, três ligas dos Campeões (2013-14, 2015-16 e 2016-17), dois mundiais interclubes (2014 e 2016), duas supercopas da UEFA (2014 e 2016) e três espanhóis (2007-08, 2011-12 e 2016-17). Mas toda história tem um desfecho. Anael também contou, com uma ponta de mágoa, detalhes sobre a saída do zagueiro do clube merengue.
– Esses clubes pegam o atleta e exploram até a última gota . Quando eles cansam e não têm mais o que explorar do jogador, começam a não tratar com o devido merecimento. E o atleta, quando tem uma personalidade e vê lá na frente que sua carreira está passando e já ganhou tudo, tem que procurar suas melhorias. Quando falta um ano de contrato, os clubes geralmente procuram os atletas para renovar, e o Pepe não foi chamado. Depois, quando chamaram, ofereceram o mesmo que ele já ganhava no clube. Ele disse que não queria. Iria cumprir o restante do contrato com o Real Madrid e sair – revelou Anael.
Acerto com o Besiktas e negócio da China
O pai não foi tão favorável à ideia de Pepe de se transferir para a Turquia, mas apoiou por ser uma decisão tomada pelo jogador. Esposa e filhas também foram importantes na escolha.
– Vou dizer com sinceridade: foi uma opção dele e eu tinha que apoiar, mas não tem expressão. A Turquia é um país que tem muitos brasileiros e, graças a Deus, quando o Pepe chegou lá o pessoal reconheceu ele como um ídolo, pois trabalha muito e é um líder dentro de campo. Ele vai fazer com que o clube conquiste ainda mais respeito na Europa e acredito que o Besiktas ainda vai surpreender na Liga dos Campeões – afirmou.
Anael Ferreira disse ainda que Pepe quase foi para a China. Recebeu até uma proposta bem vantajosa financeiramente.
– Estava tudo acertado, faltou apenas assinar um pré-contrato. A China em termos de dinheiro é tudo, mas graças a meu bom Deus o Pepe tem uma vida estabilizada, ele não está jogando por ânsia de dinheiro. Não tenho a certeza, mas pelo que estavam pagando para os outros atletas, acho que a proposta chinesa era três ou quatro vezes maior do que ele recebia no Real Madrid – disse o pai.
Segundo Anael, Pepe ainda ficou bem próximo de acertar com o PSG e poderia ser agora companheiro de clube de Neymar. E, mais, o técnico José Mourinho tentou levá-lo para o Manchester United.
Amizade com Cristiano Ronaldo
A parceria entre Cristiano Ronaldo e Pepe teve início no Sporting, durante um período em que o defensor passou de experiência e conheceu o craque português. Além da seleção, os jogadores foram companheiros no Real Madrid. O zagueiro falou sobre o amigo.
– Na verdade, primeiramente conheci a família dele, quando ainda jogava no Marítimo. Conheci os pais, as irmãs e o irmão dele, pois são naturais da Ilha da Madeira, onde fica o clube. E tive a oportunidade de conhecer o Cristiano Ronaldo pessoalmente no Sporting, depois convivemos na seleção e no Real Madrid. Somos amigos, respeitamos muito um ao outro e graças a Deus nos damos muito bem – destacou Pepe.
Segundo o pai do zagueiro, a amizade entre Pepe e Cristiano Ronaldo vai além do futebol.
– O Cristiano é muito amigo, e eu tenho uma afinidade muito grande, muito grande mesmo. Quando vou para lá, a gente fica sempre junto e ele é muito humano. Ele se identificou muito com o Pepe por isso, meu filho é muito fiel e correto ao Ronaldo. E por isso foi traçada uma amizade de confiança também extracampo.
Emoção de Pepe após a conquista da Eurocopa
O título da Eurocopa no ano passado foi marcante para Pepe. A seleção de Portugal venceu a França por 1 a 0 numa partida em que o alagoano foi escolhido o melhor jogador da decisão. Presente, o pai de Pepe contou como foi o encontro com o filho após a conquista.
– O Pepe estava emocionado e chegou a dizer: "Pai, graças ao senhor eu cheguei onde queria estar. Entrei para história de Portugal". Eu fiz o que tinha que fazer como pai – lembrou Anael.
Últimos passos na carreira
Os dois anos de contrato que Pepe assinou com o Besiktas devem ser os últimos do zagueiro como jogador de futebol. Segundo Anael, o zagueiro, que torce pelo Flamengo, não pensa em voltar a jogar no Brasil .
– O Pepe é muito organizado e quer encerrar a carreira jogando em alto nível. Ele falou que jogará até os 36 anos – revelou Anael, que também falou sobre o clube de coração do zagueiro.
– O time no Brasil que ele mais tem simpatia é o Flamengo. Ele nunca teve aquela paixão de torcedor fanático de acompanhar o clube, nem de pensar em jogar lá. Mas é um time que ele admira no Brasil.
Nome de astrônomo, apelido de craque
Pepe foi registado como Képler Laveran de Lima Ferreira, nome escolhido pelo pai do jogador, inspirado no astrônomo alemão Johannes Kepler e no cientista francês Charles Laveran . Foi também Anael que colocou o apelido no xerife, inspirado em um craque da Seleção e do Santos .
– O Santos tinha o ponta-esquerda que eu era fã, o Pepe. Esse cara tinha um chute tão forte que muitos goleiros tinham medo. Era um craque, fez muitos gols. Eu queria que meu filho chutasse como ele, mas na época era fraco, mas fui insistindo. Assim, começamos a chamar ele de Pepe – finalizou o pai do zagueiro.
Pepe não se tornou atacante, como queria Anael Ferreira, mas sabe evitá-los. Na Espanha, foi marcador implacável de muitos craques, como Messi, Ibra e Iniesta. É um nordestino que viveu quase a metade de seus 34 anos em Alagoas e a outra metade na Europa. Não foi campeão no Brasil, mas coleciona conquistas no futebol mundial. Perto de encerrar a carreira, tem muita história para contar da bola, das batalhas e da vida.
*Edição: Bernardo Pombo e Victor Mélo
Reportagem vídeo: Denison Roma e Aldo Correia
Colaboração: Rivelino Santos e Lucas Oliveira