Bruno Spindel sobe o tom em reclamações contra arbitragem após empate com o Bragantino: 'É sempre contra o Flamengo'

Os jogadores, a comissão técnica e a diretoria do Flamengo deixaram o gramado do Nabi Abi Chedid deixando clara a indignação com a arbitragem conduzida por Paulo Cesar Zanovelli da Silva no empate em 1 a 1 com o Bragantino. Tanto o atacante Bruno Henrique, autor do gol do rubro-negro, quanto o diretor de futebol Bruno Spindel, afirmaram que o árbitro errou ao anular o cartão vermelho dado para Luan Cândido, aos 20 minutos do primeiro tempo, e em não marcar possível pênalti em Luiz Araújo, já nos acréscimos da segunda etapa.

— Não queremos falar de arbitragem, mas não tem como. Quando eu falo, é "mimimi". Contra o Flamengo, tudo é diferente. Hoje tivemos um lance que não foi falta, mas ele voltou no VAR e tirou o vermelho. Agora no final, um lance duvidoso, ele não marcou e o VAR não chamou. Não sabemos o critério da arbitragem. Futebol está cada vez pior. Eles colocam profissionais para ajudar (os árbitros da cabine de vídeo), e eles, que veem o jogo muito melhor que quem está dentro de campo, não conseguem ver. É lamentável — disse Bruno Henrique após a partida.

— A gente acha que o que está acontecendo é um acinte. Um presidente de clube diz que tem roubo, assalto, manipulação e, jogo após jogos, os árbitros vão prejudicando o Flamengo. O mais acintoso é a falta de critério. E sempre contra o Flamengo. O Fabrício no Maracanã, não anularam o gol. O Nico hoje, o VAR chamou. Como os árbitros vão trabalhar desse jeito? Só vão errar contra o Flamengo. Quem grita mais, diz que tem roubo, assalto, é beneficiado. Vamos precisar dizer isso também pra começarem a respeitar o Flamengo? A CBF precisa esclarecer. Não acontece nada com quem diz isso (sobre possíveis jogos manipulados). O árbitro entra totalmente acoado quando vai apitar contra o Flamengo. Ele tinha que ter dado o pênalti no Luiz Araújo. Isso que está acontecendo é um absurdo — corroborou Bruno Spindel.

— Quero saber e entender se é quem grita mais que vai levar. Se for assim, vamos começar a ir por outro caminho nessa relação do dia a dia com CBF e todo mundo — afirmou Marcos Braz, vice-presidente de futebol.

Ao contrário do protocolo comum, quando o treinador da equipe concede entrevista coletiva no estádio após o término do jogo, Tite não falará com a imprensa no Nabi Abi Chedid, assim como os jogadores, que não participaram de zona mista. Neste sábado, as declarações ficarão por conta de Braz e Spindel, os homens fortes no futebol do Flamengo.

Ainda no gramado do estádio, Spindel afirmou que a diretoria irá estudar medidas a serem tomadas junto à CBF. Além disso, o dirigente mencionou a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, que ocorre no Senado, em Brasília, após uma série de denúncias feitas por John Textor, dono da SAF do Botafogo.

— Já enviamos ofícios outras vezes e não adianta. Só o que adianta é chamar pra CPI, expor, chamar de ladrão. Só assim pra respeitarem. Isso é um absurdo. Estamos sendo prejudicados jogo após jogo porque os outros clubes dizem que tem assalto, roubo. O que adianta é chamar pra CPI — afirmou Spindel.

'Campeonato não vai acabar bem'

Já no pronunciamento na sala de coletiva, Marcos Braz, ao lado de Bruno Spindel, também falou sobre a atuação da arbitragem não só na partida contra o Bragantino, mas nas últimas partidas do Flamengo, tanto no Brasileirão, quanto na Copa do Brasil. Ambas as competições são organizadas pela CBF.

— Contra o Botafogo, o jogador colocou uma máscara dentro de campo, na frente do juíz. Ele deveria ter dado o amarelo. É a regra. Na jogada subsequente, o mesmo jogador levou um amarelo. É estarrecedor o que está acontecendo. Dá pena ver os árbitros. Altamente pressionados, com o psicológico chegando nos jogos que dá pena. O que falei com os árbitros é que eles deveriam se unir e se posicionar em relação às acusações que foram feitas. É uma piada o que está acontecendo no futebol brasileiro — iniciou Braz.

— Quero entender se é quem bate mais forte na mesa e grita mais é quem está levantado. É isso que a CBF está ajoelhando? A quem dá porrada na mesa, a quem bate, a quem fala de inalações perigosíssimas? Então a gente tem que ver como vai fazer, porque o campeonato não vai acabar bem. Não só pro Flamengo, mas pra ninguém. Se entendermos que tem que falar e pressionar, não tenha dúvida que o Flamengo vai fazer isso. Não acho o correto e o plausível, mas está vergonhoso. O que vimos hoje é digno de pena. Análises que eram perfeitamente fáceis de interpretar se chamassem o VAR e usassem a tecnologia. Mas quem está no VAR também está pressionado. Vou dar a sugestão: entrou no VAR, não pode ter celular. Não pode ter outra comunicação que não for pertinente ao trabalho. Está dando pena — concluiu.

Veja mais declarações dos dirigentes

Bruno Spindel:

"O sentimento é de raiva e indignação. O Flamengo só quer o correto, nada mais. O Flamengo não quer ser prejudicado. Hoje não tem o que falar de futebol. Na nossa visão, merecemos vencer. O que tem para falar é de arbitragem e o que precedeu, em termos das atitudes da CBF, o que aconteceu hoje, que é uma vergonha. Interferiu diretamente no resultado. A falta de critério é explícita. O medo dos árbitros quando apitam com o Flamengo é explícito. A CBF claramente passa uma mensagem que se for correto com o Flamengo, vai para a geladeira. Dois dias antes do jogo contra o Atlético-GO, temos vídeo da comissão de arbitragem instruindo os nossos atletas e a comissão técnica. São três instruções claras. Primeira: uso de parte dura do corpo no rosto. Falta e, dependendo da intensidade, é amarelo ou vermelho. A segunda: só um membro da comissão técnica circulando na área técnica e o respeito com o árbitro. Contra o Amazonas, o Adilson ia quase na bandeira de escanteio. Se o Tite fizesse isso, iria tomar amarelo. O árbitro do Flamengo e Atlético-GO cumpriu o que a comissão falou, expulsou o Jair. Terceiro: Se o jogo parar muito, eles vão dar acréscimos. Teve 120 minutos o jogo. Ele deu acréscimos depois do Flamengo estar ganhando. Os comentaristas e jornalistas disseram que ele fez tudo certo, e mesmo assim ele foi para a geladeira."

"A mensagem da CBF, ela intencional ou não, é muito clara: foi correto com o Flamengo, vai para a geladeira."

Marcos Braz:

"O critério não é nosso, é apresentado pela CBF e pela comissão de arbitragem. Eles mesmos, que apresentam o critério o utilizam de forma subjetiva."

Fonte: O Globo