Bruno Henrique se firma como líder no Flamengo e revela superação após lesão

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Bruno Henrique já soma mais de seis anos de Flamengo, e, apesar de ainda ser reservado nas entrevistas, hoje se sente mais à vontade para se expressar. Além da experiência vitoriosa no clube, um acompanhamento psicológico intensificado após a grave lesão sofrida em 2022 contribuiu para esse desenvolvimento. Mesmo depois de conquistar praticamente todos os títulos possíveis, o camisa 27 segue motivado e decisivo.

Sem a presença de Gabigol, seu parceiro de destaque desde 2019, Bruno Henrique assumiu o protagonismo sem hesitação. Foi peça-chave na conquista da Supercopa do Brasil, marcando dois gols, e continua sendo um grande desafiante para os rivais cariocas. Embora ainda tenha o desejo de vencer o Mundial de Clubes, o atacante já assimila melhor sua condição de ídolo do Flamengo. “Hoje consigo me identificar melhor com isso”, afirmou em entrevista ao UOL.

"É um momento muito bom, o melhor depois da minha lesão. Fiquei um bom tempo parado e isso me fez refletir sobre esses anos aqui no Flamengo. Pude me reinventar novamente, junto com o Filipe e nessa nova função também de ser centroavante. Estou conseguindo dar o meu melhor, fazer tudo aquilo que ele pede dentro de campo. Estou muito feliz. Hoje em dia eu consigo me identificar melhor com essa sua pergunta [sobre dimensão na história do Flamengo]. Ser ídolo aqui é para poucos. E estou conseguindo esse feito. Fico feliz de estar representando bem essa camisa e espero poder cada vez mais deixar meu nome na história do clube", afirmou.

Discreto, mas influente, Bruno também não se esquiva de temas delicados. Em novembro de 2024, foi alvo de uma investigação da Polícia Federal por suspeita de receber um cartão amarelo intencionalmente no Brasileirão para beneficiar apostadores. Se no início a situação o abalou, hoje ele encara o caso com mais serenidade e prefere deixar o assunto nas mãos dos responsáveis.

Com 14 títulos pelo Flamengo, ao lado de Arrascaeta, Bruno Henrique se tornou o jogador mais vitorioso da história do clube, superando até Zico. Porém, ao contrário de muitos atletas de destaque, ele nunca buscou os holofotes. Ainda prefere falar pouco e reservar suas palavras para o ambiente interno do elenco. Como um dos sucessores da braçadeira de capitão após Gerson, ele revela como exerce sua liderança.

"Eu sou o capitão que fala um pouco menos. O pessoal diz que, quando falo, digo palavras certeiras e que mexem muito com o time e quem está no vestiário. Esse é o meu ponto positivo como capitão. Sempre dou incentivo a todos os jogadores nos lances, em posicionamento. Isso ajuda, não só os capitães, mas os outros também. Tem lideranças que não são vistas como capitães porque nós estamos com a faixa, mas são muito importantes também", disse.

Para evoluir nesse papel, Bruno se inspirou em antigos companheiros, como Diego Ribas, que usou a faixa de capitão por vários anos no Flamengo. “Aprendemos muito ao longo da trajetória. Alguns capitães conseguem transmitir bem essa energia para o grupo. Eu sempre observei cada um deles e fui encontrando maneiras de contribuir dentro do clube”, analisou.

Ao relembrar sua trajetória no Flamengo, o atacante não hesita em apontar seus melhores e piores momentos: 2019 como o auge e a grave lesão como o episódio mais difícil. Sem arrependimentos, ele também minimiza qualquer polêmica sobre sua saída do Santos.

Se 2019 foi um ano memorável, 2022 trouxe um dos momentos mais desafiadores de sua carreira. Em junho, sofreu uma grave lesão multiligamentar no joelho direito e só voltou a jogar dez meses depois. Durante esse período, enfrentou muitas críticas e mensagens negativas, o que o levou a dar mais atenção à sua saúde mental.

Nos últimos seis anos, o Flamengo não contava com um psicólogo fixo na comissão técnica. Com a nova gestão, essa figura foi reintegrada ao clube. A antiga diretoria acreditava que o suporte psicológico só era necessário em casos pontuais, mas, assim como Bruno, outros jogadores do elenco buscaram ajuda profissional para lidar melhor com os desafios dentro e fora de campo.

"Quando saí do Santos falaram em saída conturbada e acho que não foi assim. Eu mantive o meu desejo que era ficar lá e deixei claro isso também para a diretoria. O Flamengo veio com força máxima me contratar e mexeu comigo, mas financeiramente também foi bom para o Santos. Todos conversaram e acharam melhor eu seguir meu caminho. Fiz o que o meu coração queria, mas também o que ficou de acordado entre mim e a diretoria do Santos. Muitos não sabem dessa minha versão. Mas estou feliz no Flamengo e espero poder cada vez mais marcar meu nome aqui. Meu melhor momento no Flamengo é o de 2019, sem sombra de dúvidas. Um momento que todos os torcedores falam. A lesão foi o pior momento que eu vivi aqui no clube. Fases ruins todo mundo vai ter, mas aqui tive mais momentos bons do que ruins", disse.

Fonte: S1Live