Bruno Henrique é punido com 12 jogos de suspensão e multa de R$ 60 mil pelo STJD

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) tomou uma decisão significativa na manhã desta quinta-feira (4) em relação ao jogador Bruno Henrique, do Flamengo. O atleta se viu envolvido em um caso de suposta manipulação de apostas esportivas, resultando em uma punição que inclui 12 jogos de suspensão e uma multa de R$ 60 mil, conforme o artigo 243-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). No entanto, Bruno foi absolvido no que diz respeito ao artigo 243, que prevê sanções mais severas.

O julgamento e suas implicações

O julgamento de Bruno Henrique se estendeu por mais de sete horas, onde a Procuradoria apresentou evidências que indicavam uma violação da ética esportiva. O procurador Caio Porto Ferreira destacou que algumas casas de apostas, como Betsul e Betano, não colaboraram com as investigações, não fornecendo testemunhas ou documentos necessários. A defesa de Bruno, representada pelo advogado Alexandre Vitorino, contestou a nova prova apresentada, argumentando que não havia confirmação da intencionalidade do jogador em prejudicar o clube.

“Há um contato mínimo entre Bruno e Soteldo. A segunda perna não é tocada. Isso traz um sabor de contradição à denúncia”, afirmou Vitorino, ressaltando a falta de elementos que justificassem uma nova acusação.

A posição do Flamengo e a defesa de Bruno Henrique

Michel Assef, advogado do Flamengo, reiterou a posição do clube contra qualquer ato de manipulação de resultados. Ele enfatizou que o Flamengo estava presente para apoiar Bruno Henrique e que, em casos semelhantes, o clube nunca havia se manifestado em defesa de um atleta. Assef também questionou a prescrição do caso, afirmando que a Procuradoria tinha um prazo de 60 dias para apresentar provas, e pediu o arquivamento do processo.

Com as prescrições rejeitadas, o julgamento avançou para o mérito. O auditor Alcino Guedes negou a Preclusão Lógica apresentada pela defesa, afirmando que o Tribunal não deveria avaliar a aplicação do cartão amarelo, mas sim a conduta do jogador.

Controvérsias sobre a contagem do prazo e o papel do árbitro

A contagem do prazo para o julgamento foi um ponto controverso. O presidente do Tribunal, Marcelo Rocha, discordou dos auditores sobre a contagem, argumentando que a interrupção pela abertura do inquérito não se equipara a uma suspensão. Ele defendeu que o prazo deveria ser contado a partir de 7 de maio, quando surgiram notícias sobre a investigação.

O advogado de defesa também solicitou ouvir o árbitro Raphael Claus sobre o episódio, mas o pedido foi novamente negado. “Por que ele reage dessa maneira tão emotiva com esse cartão?”, questionou Marcelo, insistindo na importância de ouvir a versão do juiz.

Bruno Henrique se pronuncia e reafirma sua inocência

Durante o julgamento, Bruno Henrique fez uma declaração, reafirmando sua inocência. “Gostaria de reafirmar minha inocência. Confio na Justiça Desportiva. Jamais cometi as infrações que estou sendo acusado”, disse o jogador, expressando respeito pelo Tribunal e desejando um julgamento justo.

A Procuradoria e a defesa do Flamengo

A Procuradoria tentou argumentar que Bruno Henrique poderia ter prejudicado o Flamengo ao receber o cartão amarelo. No entanto, a defesa sustentou que é comum que jogadores forcem cartões em situações específicas. “É o Flamengo que tem que dizer o que é prejudicial ao Flamengo”, afirmou Assef, defendendo que não houve manipulação no resultado da partida.

Conclusão do julgamento e possíveis recursos

Ao final, o auditor Alcino Guedes votou pela absolvição de Bruno Henrique no artigo 243, mas o considerou culpado no artigo 243-A, resultando na multa de R$ 60 mil e 12 jogos de suspensão. Caso o jogador tivesse sido enquadrado no artigo 243, a punição poderia ter chegado a 365 dias.

O julgamento de Bruno Henrique, que se originou de um cartão amarelo recebido em 1º de novembro de 2023, durante uma partida contra o Santos no Mané Garrincha, em Brasília, ainda pode ter desdobramentos. A defesa já manifestou a intenção de recorrer, e a Procuradoria também pode apelar da decisão. Assim, o caso permanece em aberto, com a possibilidade de novos capítulos no futuro.

Fonte: Redação Netfla
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