Na quinta-feira, 4 de setembro, Bruno Henrique, atacante do Flamengo, se apresenta ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Rio de Janeiro, para um julgamento que pode mudar o rumo de sua carreira. A audiência está marcada para as 9h e envolve acusações de que o jogador teria forçado um cartão amarelo durante uma partida contra o Santos, realizada no Estádio Mané Garrincha, pelo Campeonato Brasileiro de 2023, com o intuito de beneficiar apostadores.
Acusações graves e possíveis consequências
O caso ganhou notoriedade após a Polícia Federal indiciar Bruno Henrique em abril deste ano, sob a acusação de fraude esportiva, conforme o artigo 200 da Lei Geral do Esporte. Este artigo prevê penas que variam de dois a seis anos de reclusão para quem fraudar, de qualquer forma, o resultado de competições esportivas. A denúncia do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) foi aceita pela Justiça, e o atleta ainda enfrentará um julgamento na esfera comum.
Além de Bruno, a investigação abrange outros envolvidos, como Wander Nunes Pinto Júnior, irmão do jogador, e Ludymilla Araújo Lima, esposa de Wander. Embora Ludymilla e Poliana Ester Nunes Cardoso, prima de Bruno, tenham sido excluídas da lista de denunciados pelo STJD, a investigação continua a se desdobrar.
O desenrolar da investigação
A investigação da Polícia Federal teve início em agosto do ano passado, culminando em uma operação de busca e apreensão em novembro, onde foram coletadas evidências, incluindo conversas do celular de Wander. Essas conversas indicam que Bruno Henrique teria informado a Wander sobre sua intenção de receber um cartão amarelo em um jogo contra o Santos, em Brasília, onde já estava pendurado com dois cartões.
As apostas realizadas por Wander e seus familiares chamaram a atenção das casas de apostas, que notaram um aumento significativo nas apostas relacionadas ao cartão amarelo de Bruno Henrique. A defesa do jogador se manifestou, alegando que "Bruno Henrique foi punido com cartão em um lance em que, obviamente, sequer falta houve". Eles afirmam que a acusação de que o cartão tinha como objetivo influenciar o resultado da partida é absurda, ressaltando que o próprio STJD já havia arquivado um caso semelhante anteriormente.
O futuro de Bruno Henrique em jogo
Com o julgamento se aproximando, o Flamengo mantém sua rotina, baseando-se na presunção de inocência do atleta. Bruno Henrique participou ativamente dos jogos, incluindo uma impressionante atuação na goleada de 8 a 0 sobre o Vitória e sua presença no duelo contra o Grêmio no último domingo. O Flamengo só retornará aos gramados no dia 14 de setembro, devido à pausa para a Data FIFA, mas o futuro de Bruno Henrique no futebol pode ser decidido nesta quinta-feira.
Se considerado culpado, o atacante poderá enfrentar uma suspensão de até dois anos. Ele foi denunciado pela Procuradoria do STJD em diversos artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), incluindo o artigo 243, que trata de atuar de forma prejudicial à equipe, e o artigo 243-A, que aborda a influência no resultado de partidas. As possíveis punições incluem suspensão de 360 a 720 dias, além de multas que variam de R$ 100 a R$ 100 mil.
O desfecho deste caso não apenas impactará a carreira de Bruno Henrique, mas também poderá reverberar no ambiente esportivo, levantando questões sobre a integridade das competições e a responsabilidade dos atletas.