Braz, sobre renovação de Gabigol com Flamengo: "Em breve será resolvido, de uma forma ou outra"

A renovação de contrato com Gabigol ainda é uma indefinição no Flamengo . Mas, segundo o vice-presidente de futebol Marcos Braz, a situação será resolvida em breve. O contrato do camisa 10 se encerra em dezembro deste ano e, a partir de junho, ele poderá assinar pré-contrato com outra equipe.

A negociação se arrasta há mais de um ano. Em outubro, o ge noticiou o acerto entre as partes, mas o contrato não foi assinado. Gabigol começou 2024 com o status de reserva e agora está fora por uma pequena lesão muscular. O atacante assistiu da arquibancada ao jogo contra o Madureira, no sábado, que marcou o título da Taça Guanabara, e não foi ao gramado do Maracanã para levantar a taça com os companheiros.

- A situação será resolvida no momento adequado. Pode ter certeza de que em breve isso será resolvido de uma forma ou de outra. De resto, o Gabriel sempre teve boa relação com a comissão e com todos. Em momentos pontuais, após tanto tempo, é lógico que pode acontecer uma coisa ou outra. Mas é um atleta que sempre cumpre seu horário e não tem nenhum tipo de problema aqui - disse Braz.

Gabigol no Maracanã antes de Flamengo x Madureira — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

O vice de futebol foi questionado sobre a janela de transferência do Flamengo neste início de ano. O clube gastou quase R$ 160 milhões em três reforços: o meia De la Cruz, o lateral-esquerdo Viña e o zagueiro Léo Ortiz.

- O Flamengo atendeu a todos os pedidos do Tite. Não só nas posições. Mas pelos nomes dos atletas. De la Cruz, que era uma solicitação dele e um sonho antigo do Flamengo . O Viña foi uma indicação dele que estava no nosso radar. O Ortiz não é novidade, a gente sempre consultou se havia possibilidade de contratar. O Bragantino nunca quis vender e a gente não tinha uma certeza se iríamos para dentro em outro momento. Mas foi diferente este ano. Com a parada do grande jogador Rodrigo Caio, a gente fez de maneira mais incisiva e com aval do Tite.

A janela internacional se encerrou no último dia 7, mas há uma brecha que permite contratações de jogadores que estejam atuando nos campeonatos estaduais. A movimentação tem que ser feita entre os dias 1º e 19 de abril. E Braz não descartou uma última contratação no período:

- O Flamengo ainda tem uma sobra bem pequena para fazer investimento. Lógico que, se for só a sobra, a gente não consegue trazer um jogador da prateleira que a gente acha interessante. A gente vai continuar trabalhando, vai tentar usar esse tempo que temos para mapear o mercado e talvez trazer outro jogador. Não é certo. É complexo até porque só podem ser jogadores que estejam nos estaduais. Se tiver um jogador com quem a gente se sinta confortável e dentro do orçamento, não tem por que não fazer.

Veja outras respostas da coletiva:

Braz: - Como vice de futebol, é dever meu falar sobre o assunto quando ele apresentar as provas. Depois que ele apresentar isso, a gente analisa. Enquanto não tem isso, deixa só o Textor falar. O Flamengo nunca ouviu falar desse assunto. Mas o Textor tem a responsabilidade dele. A situação está bem desconfortável para o Textor ou para a CBF. É um assunto gravíssimo. O Textor tem que provar, e a gente aguarda o que a CBF vai fazer. É um assunto que até agora não é do Flamengo . É do Textor. Vamos aguardar as provas. A posição do Flamengo é essa.

Braz: - A minha posição pessoal, não dá para descolar de vice-presidente de futebol, é junto com a da Ferj, junto com o presidente Rubens, em que a gente entende que é possível fazer os clássicos com duas torcidas. Eu acho que o problema de você fazer um jogo de futebol com uma ou duas torcidas é um problema de Estado, de segurança. Tem muitas pessoas envolvidas, não é só o clube que é responsável. Acho que enriquece a partida esportiva, seja ela qual for (ter duas torcidas).

- Você vê situações em jogos de basquete, jogos de vôlei, em que sempre é importante ter duas torcidas. Colocar só uma torcida diminui muita coisa, mas não resolve problema nenhum. Você tem inúmeras situações em outros estados que têm só uma torcida com brigas a dois, três, até dez quilômetros do estádio. Eu vejo que essa posição da Federação do Rio é importante e apoio ela.

Braz: - Não tem muita coisa para se fazer. Eu não posso ter o dobro, o triplo de orçamento por causa de um erro que eu acho que vai na contramão do futebol mundial. Se você pegar as 30 nacionalidades mais importantes do mundo do futebol, o único campeonato que não para durante a data Fifa é o da CBF. Então os outros 39 países estão errados e o Brasil está certo? Não existe. É importante isso, se não me perguntasse com certeza eu ia falar. O Flamengo vai ter nove jogos do Brasileiro, são 27 pontos, sem quatro ou cinco titulares à disposição.

- Por incrível que pareça, a gente falava e falava, mas você não vê esse assunto sendo reverberado na imprensa ou em outros lugares. Não é menos importante, mas é um assunto tão chato que eu acho que quando vocês (imprensa) passam, as pessoas que veem vocês na televisão e acompanham as matérias também passam e não leem, não tem interesse. Porque é um assunto chato, mas não deixa de ser importante. E não tem o que fazer. A gente reclama, reclama, coloca no papel, mas a CBF acha que não tem problema, que está tudo tranquilo. E eu não vejo de coração as empresas de comunicação preocupadas com isso.

- É um assunto que não deveria ser cobrado somente à CBF. Temos inúmeros programas esportivos e eu vejo muito pouca abordagem desse tema. É um tema chato, talvez não dê audiência, isso é normal, do jogo, eu entendo. Mas é um assunto que deveria ser mais debatido, mais falado. Até pela importância desse tema. Não é possível que um campeonato que no mundo inteiro para e a gente não consegue parar. Disputamos nove jogos, são 27 pontos. Se você fizer um recorte nos últimos 20 Campeonatos Brasileiros, quantos pontos que o primeiro lugar ganhou do segundo colocado?

- Cinco, quatro, dois pontos... Então acho que 27 pontos é um número considerável. Fora isso, ainda temos dois jogos da Copa do Brasil, que são eliminatórios, mata-mata, que são partidas de grande importância, e ninguém fala nada. Vamos falar desse tema até o dia do primeiro jogo do Flamengo no Brasileiro, vai virar um mantra nosso. A não ser que alguém mande a gente falar, o que pode acontecer. Quando começar o campeonato, a gente não fala mais. Exatamente para não virar desculpa, não virar outra situação.

Spindel: - A CBF provavelmente fez uma escolha de proteger o campeonato que é mais rentável para ela. Embora, esportivamente, o Brasileiro seja o torneio que praticamente sustenta os clubes das Séries A e B. É o campeonato que traz mais recursos financeiros para esses times, mais do que Libertadores e Copa do Brasil. Se você for levar em conta sócios-torcedores, bilheteria, patrocínio, tudo que esse campeonato traz, é o que traz mais jogos durante a temporada e o mais disputado do mundo. E a CBF não trata com o devido cuidado, carinho e respeito esse campeonato.

- Acho que por uma questão comercial, mas não posso afirmar pois não estou lá. Os clubes colocaram sua posição de achar uma solução com uma sugestão para que não fossem tão prejudicados. E não estão prejudicando só os clubes esportivamente, mas também comercialmente. Porque está tirando o valor do produto. Quando você pega o número de atletas convocados, 30 a 40 atletas estão em seleções. Teremos nove rodadas do Brasileiro sem esses 40 atletas. É óbvio e natural que diminua o interesse do torcedor de ir ao estádio, de assistir em qualquer plataforma ao jogo.

- O assunto é chato mesmo e é chato ser repetitivo aqui. A CBF sempre defendeu a isonomia esportiva, mas para essa questão ela rasga esse princípio e tudo bem, vida que segue. Fez um ofício protocolar, simplesmente dizendo "Eu já decidi, o Brasileiro vai ser o campeonato mais prejudicado, vamos escrever algo racional para justificar". Essa é a forma que vemos a posição da CBF. Mas, como o Marcos disse, não tem o que fazer. Perder seis, oito, dez jogadores por nove rodadas, não tem o que você faça em termos de manejo de elenco para fazer frente.

- Vamos ter que contar com nosso sub-20 para ajudar o grupo, durante essas nove rodadas, para o Flamengo poder brigar pelo título do Brasileiro mesmo sem todos esses atletas durante a Copa América, quase 1/4 do campeonato. É gravíssimo, mas não vamos desistir. Vamos lutar pelo título brasileiro até o final. Estamos pontuando aqui a dificuldade, mas, em determinado momento, vamos parar de tocar no assunto. Vamos disputar o torneio com nosso elenco, nossa comissão técnica, nossa estrutura. Isso não é desculpa, mas fere o princípio da isonomia esportiva que a CBF sempre colocou. Quando é para um lado vale, para o outro não. Mas vamos lutar com todas as nossas forças mesmo com essa dificuldade.

Braz: - Eu não sou o vice-presidente do futebol feminino. Mas como vice de futebol do Flamengo , temos feito todas as contribuições possíveis para o engajamento do futebol feminino com o masculino, como na chegada da Cristiane. Tratamos com o maior respeito esse assunto. O Flamengo vem, dentro do possível, dentro de um esforço enorme, fazendo investimentos nessa área, no futebol feminino. Eu espero que esse orçamento seja aumentado sempre. E que tenha também o reflexo das empresas entenderem a importância do futebol feminino. E que coloquem mais dinheiro, mais estrutura, para que a gente possa, aí sim, diminuir esse abismo entre o futebol feminino e o masculino aqui no Brasil.

Spindel: - O Flamengo é um clube também de esportes olímpicos e tem uma centena de atletas nos esportes femininos, inclusive medalhistas olímpicas. E o Flamengo faz o investimento nas modalidades, desde a base até o profissional, não só no futebol, e com muito sucesso. Tanto no futebol feminino quanto nas diversas modalidades olímpicas, o Flamengo está sempre atento, investindo pesado e fomentando o desenvolvimento do esporte em todas as categorias.

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Fonte: Globo Esporte