Braz e Leandro farão exame de corpo de delito; defesas divergem sobre supostas ameaças e agressões

A briga entre o vice-presidente de futebol do Flamengo Marcos Braz e o entregador e torcedor do rubro-negro Leandro Campos terminou com uma longa noite de depoimentos da 16ª Delegacia de Polícia, na Barra da Tijuca, nesta terça-feira. Ambas as parte envolvidas foram encaminhadas ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização do exame de corpo de delito, que vai avaliar a extensão das lesões.

Na noite desta terça, as defesas divergiram sobre o início da briga, que ocorreu em frente a uma loja de joias no principal shopping center do bairro. Segundo a advogada de Leandro, Anie Luize, o entregador estava trabalhando no momento da briga, fez cobranças ao dirigente e acabou agredido. Ela nega que tenha havido uma agressão inicial ou ameaça por parte do torcedor.

Leandro foi atendido no Hospital Municipal Lourenço Jorge ainda na noite desta terça. Segundo a advogada, ele comparecerá ao IML.

"Fez os primeiros procedimentos, colocou curativo, mas agora precisa comparecer ao Instituto Médico Legal para poder realizar o exame de corpo de delito, verificar a gravidade da lesão e tudo mais [...] Ele apenas demonstrou sua insatisfação como torcedor do Flamengo, mas em nenhum momento foi agressivo. Nada que saia da formalidade. Acabou sendo agredido por Marcos Braz e seus seguranças. Não teve nenhuma ameaça, nenhuma agressão nem nada".

Braz, por sua vez, também foi encaminhado para o exame de corpo de delito. Em conversa com o GLOBO, seu advogado, Rafael Mattos, afirmou que o dirigente vem sendo perseguido e "houve agressões verbais e até físicas de alguns torcedores de torcida organizada" nesta terça-feira. O dirigente estava com uma filha e duas amigas dela no shopping.

"Ele vem sofrendo perseguição já há algum tempo e hoje se materializou em agressões verbais e até físicas de alguns torcedores de torcida organizada. É isso, inclusive, que futuramente vai se pedir uma investigação maior para apurar quem são esses torcedores que vêm perseguindo dirigentes, jogadores e comissão técnica de forma ameaçadora tirando a tranquilidade e paz deles e da própria família. No caso de hoje, o Marcos estava com a filha e duas amigas no shopping quando foi abordado pelos torcedores, inclusive colocando em risco a integridade física e psicológica da filha e das amigas. Esses episódios lamentáveis a gente entende que não devem ocorrer em razão de futebol. Ele prestou depoimento e foi encaminhado para exame de corpo de delito".
Fonte: Extra