Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (8), o vice-presidente de futebol do Flamengo , Marcos Braz , comentou as recentes declarações do dono da SAF do Botafogo , John Textor , sobre a arbitragem brasileira.

Em entrevista ao jornal O Globo , o empresário norte-americano afirmou que tem evidências de que juízes receberam propinas antes de jogos nos Brasileirões de 2021, 2022 e 2023, ressaltando que irá apresentar evidências nos próximos 30 dias.

Questionado sobre o tema, Braz adotou cautela e disse que irá esperar as novas movimentações de Textor antes de se posicionar.

O dirigente rubro-negro, porém, chamou a situação de "gravíssima".

"Acho que, pelo cargo que exerço de vice-presidente de futebol, é dever meu falar sobre o assunto depois que ele apresentar as possíveis provas, áudios, filmagens. Depois que ele apresentar isso, fica tranquilo, que falarei. Enquanto isso, deixa só o Textor falar", iniciou

"Nunca nem ouvimos falar desse assunto [ propinas da arbitragem ]. Textor tem o tamanho dele, a responsabilidade dele, do que falou. Agora, a situação está bem desconfortável ou para o Textor ou para a CBF. Assunto gravíssimo", seguiu.

"Ou o Textor agora chega e prova o que disse, e não estou botando nenhum juízo de valor dele. Se não fizer isso, vamos aguardar o que a CBF vai fazer. Diante dessas acusações, não fazer nada, fica difícil" salientou.

"Parece que fica querendo forçar em cima das arbitragens. Assunto que, até agora, não é do Flamengo. É do Textor que falou com a imprensa. Vamos esperar os áudios e as provas que ele disse que tinha", finalizou.

Em comunicado divulgado também nesta sexta, a Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol) tratou do assunto e disse que, caso Textor não apresente as provas que diz ter, o norte-americano deve ser "banido do futebol".

O que Textor disse e como afirmou que irá agir?

O norte-americano afirmou que possui evidências em gravações de árbitros reclamando de não receberam propinas prometidas e "nos próximos 30 dias os fãs vão saber o que realmente aconteceu no campeonato". O dirigente garante que houve manipulação e erros nos anos de 2021, 2022 e 2023.

"Nos últimos jogos do ano passado, o ódio foi tão forte que foi muito difícil para nós assistirmos. Não pode ser assim. Não vamos ganhar campeonatos assim. E os fãs vão ficar sabendo, nos próximos 30 dias, o que realmente aconteceu no campeonato. Eles sabem o que eu sinto sobre isso, mas eu não vou divulgar isso na imprensa. É irresponsável. Os juízes na corte esportiva não deveriam estar fazendo piadas com ninguém sobre manipulações e erros", disse Textor, ao jornal O Globo .

"Alguém dizer que não há corrupção no Brasil, quando eu tenho juízes gravados reclamando de não terem suas propinas pagas… Talvez a CBF não devesse me processar. Eu não acusei o Ednaldo. Nunca disse nada sobre ele. Ele não é um corrupto. Ele é um homem que comanda uma organização que provavelmente precisa administrar melhor a corrupção externa. Porque é uma batalha contra fatores externos. É uma batalha que existe e está aqui. Houve manipulações e erros em 2021, 2022, 2023, e nós temos provas", completou.

No X (antigo Twitter ), Textor ainda declarou como irá atuar em relação à denúncia contra a arbitragem brasileira .

"Para esclarecimentos sobre questões relacionadas a litígios iniciados por CBF e afiliadas, saiba que não litigaremos por meio da imprensa. Fornecemos evidências e documentação responsivas, primeiro, por meio de processos oficiais", escreveu.

Ao final de 2023, John Textor contratou a empresa Good Game! , que utilizou um método próprio para montar um relatório e avaliar os erros de arbitragem durante o Campeonato Brasileiro e como eles impactaram na classificação final. O dirigente enviou um pedido de inquérito ao STJD, que, posteriormente, foi arquivado .

Cabe lembrar que o acionista majoritário da SAF e o próprio Botafogo estão sendo processados na Justiça por Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF , por conta da entrevista que o norte-americano concedeu após a derrota para o Palmeiras no Estádio Nilton Santos.

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