O secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Walter Feldman, confirmou que o presidente da entidade, Rogério Caboclo, e o mandatário da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), Rubens Lopes, discutiram durante a reunião de quinta-feira sobre a possibilidade do retorno de público no Brasileirão .
Feldman minimizou o episódio e afirmou que bate-bocas do tipo são rotineiros no meio do futebol. "O pau come o tempo todo, é comum, é polêmico, futebol é apaixonante. Outro dia me perguntaram o que é mais dramático - polêmica, futebol ou política -, e respondo no ato: é o futebol, que tem um componente de sentimento e paixão", disse em entrevista ao FOX Sports Rádio .
Durante a reunião, foi decidido que não será permitido público para apenas algumas regiões do Brasil. Na última sexta-feira, Marcelo Crivella, prefeito do Rio de Janeiro, afirmou que a partida entre Flamengo e Athletico-PR , válida pela 13ª rodada do Brasileirão, contaria com a presença de torcedores, o que gerou a revolta de outros clubes.
“Nós definimos, quase absoluto, a não ser o Flamengo, que se absteve, se houvesse um dia a volta da torcida aos estádios, deveria ser para todos. Essa foi a opinião de 19 clubes”, relatou Feldman.
O secretário-geral da CBF ainda explicou a origem da discussão entre Rogério Caboclo e Rubens Lopes.
“O presidente da federação carioca disse que a decisão não deveria ser ali, mas em cada cidade, em cada estado, pelos clubes correspondentes. O presidente Caboclo achou que essa intervenção não tinha procedimento, que quem é responsável pelo Campeonato Brasileiro é a CBF, não pode ser a federação carioca, como não pode ser a federação do Rio Grande do Sul, mas sim um conselho nacional. Aí houve uma discreta elevação na tonalidade da voz, os sentimentos ficaram sobrepostos à razão, e a reunião ficou impossibilidade de continuar”, relatou.
Feldman também foi questionado sobre o pedido do Flamengo para adiar o jogo contra o Palmeiras , no próximo domingo, por causa do surto de COVID-19 em elenco, comissão técnica e dirigentes.
"A gente queria fazer um apelo ao Flamengo de que considere que qualquer possibilidade de não participação seria muito ruim para o campeonato. O Flamengo tem 104 jogadores inscritos no BID, tem enorme capacidade de substituição, mais seis poderão ser inscritos em relação àqueles que não tiveram contaminação. Então o clube tem condições de jogar, evidentemente não com seu time titular, mas em uma pandemia é assim, a gente tem que se adaptar à realidade. Esperamos que esse W.O. não venha a acontecer", falou.