Boto revela as duas posições que o Flamengo busca no mercado para reforçar o elenco

Eliminado pelo Bayern de Munique nas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes, o Flamengo cumpriu o objetivo estabelecido pela diretoria na competição: passar pela fase de grupos. Após derrota por 4 a 2 para os alemães, o clube deixa o torneio com mais de R$ 150 milhões na conta e já tem planos para usar parte do dinheiro arrecadado. O diretor de futebol José Boto quer reforçar duas posições na próxima janela, que abre no dia 10 de julho.

Em entrevista ao ge — a primeira parte foi publicada no domingo ( leia aqui ) —, o dirigente português revelou que a intenção é acertar com reforços para o meio e para a ponta. O Flamengo busca um jogador que possa se revezar com Arrascaeta e um atacante "driblador que consiga abrir defesas". O meia Carrascal, do Dínamo Moscou (Rússia), é um dos jogadores na mira.

Diretor de futebol José Boto em treino do Flamengo nos Estados Unidos — Foto: Gilvan de Souza/CRF

Desde que chegou ao Flamengo, em janeiro deste ano, José Boto contratou três reforços: o centroavante Juninho, o zagueiro Danilo e o volante Jorginho — este último chegou recentemente, para a disputa da Copa do Mundo de Clubes. Dos três, o atacante não se firmou.

Em entrevista ao ge em janeiro , o diretor de futebol disse que sua intenção, com a reformulação do departamento de scouting do Flamengo, era encontrar "mais Juninhos" no mercado. Ele comentou esta declaração no novo papo com a reportagem. E também revelou que já iniciou conversas pela renovação com o técnico Filipe Luís. Leia abaixo a entrevista completa:

ge : Sobre contratações, como pensa a próxima janela? Quais as prioridades?

José Boto: — Sei que as pessoas querem muitas contratações, até porque é uma altura para vocês (imprensa) especularem os nomes, mas o que está aqui é bem feito, o elenco que temos é muito bom, e o que acrescentamos ao elenco trouxe aquilo que nós queríamos. E como o elenco é muito bom, não precisamos fazer aqui nenhuma revolução. Há duas posições que queremos reforçar, uma porque achamos que falta um tipo de jogador diferente. E a outra, como vocês já falaram, e eu já falei publicamente, é alguém que reveze com o Arrascaeta, para que não tenha que fazer tantos jogos e se apresente sempre nas melhores condições dele. São duas posições que nós temos prioridade em trazer, mas sem grande pressa ou necessidade de nos equivocarmos, fazer apressadamente. Porque o que fizemos até agora mostra que estamos bem.

Um reforço é para revezar com o Arrascaeta, mas qual seria a outra posição?

— Para a forma como nós jogamos, e para aquilo que é a realidade onde estamos inseridos, a liga brasileira, nós jogamos contra blocos muito baixos e fechados. Na minha ideia e do Filipe, algo que detectamos desde o início e vínhamos debatendo, precisamos de um ponta que consiga abrir as defesas, um driblador. Em Portugal nós chamamos de "abre latas" (risos). Alguém que entre naquelas defesas muito fechadas, desequilibre e obrigue a ter, cada vez que tocar na bola, dois ou três jogadores em cima. Porque, se não tiver, ele tira do caminho e abre espaço para os outros. É realmente isso que procuramos.

Um nome que a gente sabe que interessa é o Carrascal. Ele se encaixaria melhor em qual das duas posições?

— Ele abre algumas latas (risos). Mas ele é mais um meia do que um ponta.

E como está essa negociação?

— Como vocês sabem, eu não costumo falar de negociações porque isso prejudica. Não é por nenhum fetiche. E depois, se não acontece a negociação, porque muitas vezes achamos que está fechado, aí acontece qualquer coisa, acaba por causar alguma desilusão na torcida do que em nós. Por isso não gosto de falar em nomes, pode ser o Carrascal ou outro Carrascal qualquer (risos).

Carrascal está na mira do Flamengo para próxima janela — Foto: Divulgação / Dínamo Moscou

Em janeiro, em entrevista ao ge, você disse que, com a reestruturação do departamento de scouting, a meta seria encontrar mais Juninhos. Ainda pensa dessa forma? Por que o atacante ainda não se firmou?

— Quando contratamos um jogador, contratamos para uma determinada função em campo, mas também para uma determinada circunstância. Naquela altura, o Pedro estava lesionado, nós só tínhamos um atacante praticamente, que era o Bruno Henrique, e precisávamos de alguém com determinadas características, que eram aquelas que o Juninho tinha, para poder ser o número dois do Bruno. É óbvio que essa circunstância muda, e nós sabíamos disso, a partir do momento em que o Pedro retorna. Isto não quer dizer que foi uma contratação falhada. Foi uma contratação que teve um objetivo e cumpriu esse objetivo que nós visualizávamos, que era alguém que pudesse fazer aquela posição porque só tínhamos um jogador para fazer isso.

— É óbvio que esperávamos que ele tivesse uma adaptação melhor, mas isso é algo muito difícil de prever. Achamos que ele tem mais para dar. Agora, quando você tem jogadores de nível à frente, é difícil ter essas oportunidades de desenvolver mais. Isso depende muito do jogador, da resiliência dele. Mas o que era o objetivo da contratação foi conseguido. Nós nunca fomos buscar o Juninho a pensar que seria o nosso centroavante e faria 50 gols. Era para suprir uma falta que havia, e o jogador tinha características que nós queríamos e não era caro. Ele cumpriu isso e tem ainda mais para dar, tem que trabalhar para isso e aproveitar todos os minutos que tiver para mostrar que está a evoluir.

Juninho tem três gols em 22 jogos pelo Flamengo — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Conversando com a imprensa, Bap citou jogadores que demoraram a se firmar, como Pulgar, Rossi, Varela, para pedir paciência com o Juninho. Acha que ele ainda pode dar esse passo?

— Isso depende mais do jogador do que de nós. Não sendo fácil quando a concorrência é grande. É mais fácil quando a concorrência não é grande e tu tens que insistir no jogador, insistir, insistir... E tem uma altura em que ele vai ao encontro das expectativas que tínhamos. Neste caso, e nós sabíamos disso, por isso não fomos buscar um jogador que custasse 15 (milhões de euros). Sabíamos que haveria uma altura da temporada em que ele ia ter menos minutos do que no início. Daquilo que vejo nos treinos, ele hoje está mais adaptado do que estava. Ele tem que aproveitar esses minutos que vai ter para mostrar que podemos contar com ele.

Falando um pouquinho de renovações, você vinha dizendo que a prioridade é a do Varela. E o empresário dele esteve aqui nos Estados Unidos. Como está essa situação?

— Está bem encaminhada. Não quisemos avançar mais porque estamos em uma competição que eu acho que é única para todos nós. Como é óbvio, as coisas não param porque há uma competição dessas, mas sentamos e temos as coisas bem encaminhadas. Quando chegarmos ao Rio, vamos tratar disso.

E uma que não ouço falar é do Filipe Luís. Ainda não há nada nesse sentido?

Filipe Luís e José Boto — Foto: Divulgação / Flamengo

— Vocês é que não sabem (risos). Temos andado a conversar sobre isso com calma. Não é minha forma de ser nem do Filipe estarmos ansiosos com esse tipo de coisa. Porque nesse período todofizemos coisas mais importantes do que a renovação dele e que ele põe acima das coisas pessoais dele. Mas é algo que temos que conversar com calma.

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Fonte: Globo Esporte
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