Boa atuação do Flamengo premia maior mobilidade do time

O Timão foi amplamente dominado antes do intervalo e mostrou mais meios de ''machucar'' o Flamengo no 2º tempo. Chegou perto de empatar minutos antes de ceder o segundo gol em erro de saída de bola. Conseguiu ser perigoso nas bolas paradas aéreas, que mais uma vez foi algo negativo na atuação rubro-negra.

Escalações

Ainda sem Pulgar, Tite escalou Allan e De la Cruz como volantes. Arrascaeta, ainda sem condições de atuar 90 minutos, iniciou no banco de reservas. Lorran foi o meia mais próximo de Pedro. Gérson partiu da ponta-direita. Luiz Araújo foi preterido novamente. Bruno Henrique foi outro desfalque.

António Oliveira montou uma linha de cinco na defesa. Gustavo Henrique entrou. Paulinho foi o substituto de Raniele no meio-campo. Romero iniciou pela direita da linha de meio-campo e Rodrigo Garro foi um ''falso nove''. Yuri Alberto ficou no banco.

O jogo

A finalização de Paulinho, completando de cabeça um escanteio cobrado por Wesley na primeira trave, logo aos três minutos, certamente deixou a torcida rubro-negra apreensiva no Maracanã. Afinal de contas, os últimos três gols sofridos ocorreram após escanteios das equipes adversárias. O filme se repetiria? Os instantes seguintes desmentiram essa desconfiança.

Antes do término do 1º tempo o Flamengo já tinha finalizado 13 vezes, seis na direção da meta. Por mais que tenha havido diferença nítida no ritmo do time até os 25 minutos e depois disso, o rubro-negro produziu muito mais do que em partidas recentes. Conseguiu sair de ''pressões altas'' tentadas pelo Corinthians. Encaixou a marcação na saída de bola rival e recuperou rapidamente a posse.

De la Cruz, Gérson e Lorran eram os principais destaques dos anfitriões. O primeiro manteve o ótimo nível recente. Móvel para superar Bidon ou Paulinho ao receber de costas nas saídas de bola e conduzir na direção do campo rival. Leve para se aproximar sempre do setor da pelota. Agressivo nas reações às perdas de posse no gramado contrário.

Gérson se entendeu bem com Varela pela direita. Circulou para o centro, abriu o corredor para o uruguaio passar no tempo correto das jogadas. Se associou com o talentoso Lorran, que serviu Pedro no golaço marcado pelo camisa 9 após rebote de escanteio. Felix Torres e Carlos Miguel foram mal no lance, mas o goleiro corintiano evitou uma derrota parcial pior.

Fez pelo menos três defesas em boas finalizações do Mais Querido. A equipe da casa mostrou mais mobilidade também pelo lado esquerdo. Ayrton Lucas esteve agudo e preciso, e variou com Everton a zona de ataque. A bola parada ofensiva foi outro ponto de destaque do Flamengo, principalmente após escanteios curtos. Léo Pereira chegou perto de marcar duas vezes.

O Corinthians se viu totalmente acuado em vários momentos. Não tinha competitividade defensiva em um meio-campo esvaziado. Paulinho e Breno Bidon tentavam em vão bloquear o controle de Allan, De la Cruz e Lorran no setor. Gérson ainda se somava a eles. O Timão ocupava a própria área, mas se via em inferioridade nas outras zonas do campo.

Mostrou também pouca coordenação entre os elementos da última linha defensiva. O clarão entre os integrantes no lance do gol do Flamengo foi a comprovação. Ofensivamente, levou certo perigo em escanteios e faltas alçadas na área, além de conseguir bons ataques em velocidade com Wesley pela esquerda, mas foi pouco para merecer um empate.

Garro recuava da referência ofensiva para tentar articular nos poucos momentos em que o time entrou em fase ofensiva. Tinha Wesley bem aberto pela esquerda, e Romero saindo da direita para o centro do ataque. Hugo tentava avançar com um meia-esquerda, buscava fazer companhia a Bidon, mas o Flamengo logo desarmava.

Pedro sentiu lesão na reta final da 1ª etapa e Gabigol entrou no intervalo. Paulinho foi sacado por António Oliveira para a entrada de Yuri Alberto. Rodrigo Garro foi recuado e passou a formar a dupla de meio-campistas com Breno Bidon. O time seguia em inferioridade no setor, mas ganhou meios de ser mais agressivo, além de opção de ataque a profundidade com Yuri Alberto.

O controle das ações, porém, continuou com o rubro-negro, que conseguiu ampliar o placar em nova ótima jogada iniciada por Lorran. Ele e Gérson pressionaram o zagueiro Cacá, que tentou driblar na saída de bola e foi desarmado pelo jovem meia. O camisa 19 do Flamengo só bateu de chapa depois da assistência de Gérson.

O lance se torna ainda mais cruel para o Corinthians se a grande chance perdida pelo próprio Cacá, cinco minutos antes, for lembrada. Rossi fez duas grandes defesas em nova sequência de finalizações em bola parada aérea. Impressionante como o rubro-negro permitiu que os atletas alvinegros ao menos resvalassem em todas as bolas oriundas de escanteios e faltas laterais.

Já bem atrás no placar, António Oliveira desfez o esquema com três zagueiros ao tirar Cacá. Igor Coronado, Gustavo Mosquito, Léo Maná e Biro foram utilizados na tentativa de ao menos diminuir o placar, mas o Corinthians não obteve sucesso. Trocou passes no campo de ataque e rondou a área rubro-negra sem tanta objetividade.

Além da mexida de Gabigol na vaga de Pedro por necessidade, Tite quis dar segurança ao resultado construído da equipe e só fez outras trocas nos últimos minutos. Léo Ortiz, que já fora utilizado como volante por um período na derrota para o Bolivar em La Paz, voltou a fazer a função. Luiz Araújo e Victor Hugo também entraram para auxiliar na manutenção do importante placar.