Gabigol anunciou recentemente que deixará o Flamengo ao final de 2024 e, em entrevista após o título da Copa do Brasil, comentou sobre a falta de respeito que teria sentido do técnico Tite ao longo do ano. A fala revelou uma relação marcada por atritos que se intensificaram desde que o treinador assumiu o comando do clube, em meio a episódios que começaram ainda nos treinos no Ninho do Urubu.
A convivência entre o atacante e Tite foi desgastada por momentos tensos. Em um treino, um desentendimento entre Gabigol e Matheus Bachi, auxiliar e filho de Tite, evidenciou o clima de atrito. Matheus orientou o atacante em uma atividade, e a situação escalou a ponto de o técnico precisar intervir. Ao fim, ele tranquilizou o auxiliar, afirmando que Gabigol não estava nos planos. O atacante, que não estava presente, soube do comentário semanas depois, o que gerou um incômodo adicional.
Outro episódio de tensão ocorreu em fevereiro, quando, em partida contra o Boavista, o Flamengo teve um pênalti a favor. Prestes a entrar em campo, Gabigol pediu ao técnico para bater a penalidade, mas não obteve resposta. Na sequência, o atacante tentou que Arrascaeta convencesse Pedro a deixar a cobrança. A situação, somada ao fato de o atacante não ser o cobrador, irritou Tite, que, após o jogo, destacou a importância da disciplina e do respeito ao Flamengo acima de vontades individuais.
Além dos conflitos internos, a notícia de que Gabigol enfrentou uma suspensão por tentativa de fraude em exame antidoping causou desconforto entre o elenco e na comissão técnica. Tite, mesmo incomodado, fez questão de visitar o jogador em solidariedade ao momento difícil. No entanto, ao longo do ano, a relação, já enfraquecida, evoluiu de frieza para uma distância declarada. A postura do técnico, que cada vez mais se mostrava indiferente quanto à permanência do atacante, refletiu-se na falta de oportunidades para Gabigol em campo.
Antes mesmo da chegada de Tite, o vínculo entre técnico e jogador era frágil, e a passagem de Tite pelo Flamengo apenas aumentou a desconfiança mútua. Momentos como o desfile de comemoração da Libertadores em 2022, quando Gabigol reagiu aos gritos da torcida de que "não precisava" do treinador, refletiam a tensão crescente. Embora ambos tentassem amenizar a situação no início, a relação rapidamente se deteriorou, e o atacante viu seu papel de liderança reduzido no clube. No fim, com os conflitos e a falta de espaço, a decisão de deixar o Flamengo parecia inevitável para Gabigol.