Bap explica desistência do Flamengo em contratar Mikey Johnston e diz que espera "janela mais agressiva"

O presidente do Flamengo , Luiz Eduardo Baptista, o Bap, deu uma entrevista publicada na noite desta sexta-feira pela FlamengoTV, canal oficial do clube no YouTube, e fez um balanço dos primeiros seis meses de gestão. Entre os assuntos comentados, o dirigente explicou a polêmica desistência em contratar o atacante irlandês Mikey Johnston, do West Bromwich (Inglaterra). Ele seria comprado por 5 milhões de libras (cerca de R$ 37 milhões) e estava com passagem marcada para viajar no dia 8.

— São várias etapas. Então as pessoas falam: "Mas como é que a avaliação médica detona ou acaba com a contratação"? Gente, você está avaliando 40 atletas, você não faz a avaliação médica de 40, é um funil. Se fosse um campeonato, você só ia fazer isso no semifinal. Então quando é que ia fazer o exame médico? Só nos finalmente que você olha essa parte, não faz sentido ficar avaliando jogadores numa quantidade enorme. O processo é desenhado dessa maneira. Eu não sou médico, não entendo de medicina esportiva, apesar de poder dar palpite. Quando você pergunta alguém que é profissional, ele não vai responder tecnicamente se o jogador é bom ou ruim. Se o cara está apto a jogar no 4-3-3 ou no 3-5-2, se é um jogador combativo... Não é essa a praia dele. O que ele vai dizer é o seguinte: "Olha, esse atleta está íntegro do ponto de vista físico, ele não tinha problema físico nos últimos três anos".

— Por que não? Porque o relatório médico no clube de lá diz que ele está apto para jogar 1.800 minutos ao ano. Quanto já jogou esse ano? 900. Então eu vou trazer um jogador para jogar 900 minutos quando eu ainda tenho que jogar 4 mil? São escolhas que você tem que fazer. Não é contra o atleta, é a favor do Flamengo. Ele pode ser ótimo atleta, ótimo profissional, mas para as necessidades do Flamengo, neste momento, na minha opinião, não era o ideal. Esse é o meu trabalho, isso é ser profissional, independentemente da opinião de outras pessoas. A gente escuta o pessoal do scout, o Filipe Luís, o (José)Boto, o departamento médico... A única certeza que eu tenho é o seguinte: esse processo é mais longo, é mais penoso, mas ele traz muito mais certeza e acuracidade no final das coisas. E benefício ao longo prazo.

Mikey Johnston em ação pelo West Bromwich no campeonato inglês — Foto: Malcolm Couzens/Getty Images

Bap também minimizou a questão da interferência do presidente, que causou aborrecimento no diretor de futebol José Boto. O mandatário disse que a relação com o dirigente português é ótima e que é o papel dele a última palavra:

— Alguém tem que chegar no final das contas e tomar a decisão. "Ah, o presidente interfere". É claro que o presidente interfere, mas é colocado de uma forma... Interferência seria se eu chegasse e dizer para o scout: "Não avalia a Dani, não. Olha esse garoto aqui, o João Guilherme, que é muito melhor". Quem sou eu para dizer para um cara de scout que o jogador A é melhor que o B? Não é o meu papel. Agora, o meu papel é pegar quem fez a avaliação e dizer: "Mas que princípio você usou para avaliar esse cara? Você está dizendo que ele é ótimo. Ótimo por quê"?

— Tem um caso de um zagueiro que a gente avaliou no início do ano, de seleção brasileira. E o pessoal do scout estava todo animadíssimo, inclusive eu, mas o scout falou: "Zagueiro lento, só vai jogar em time que joga com linha baixa. O Flamengo joga linha alta, vai ser um desespero porque ele não é veloz, não vai ter como se recuperar". E aí ele mostra cinco ou seis vídeos dessa situação que ele está dizendo, que ele enfrentou no time dele e que são a realidade da linha do Flamengo. Você fala: "Pelo amor de Deus, não vai aguentar, vai ser bola nas costas do cara o tempo inteiro". Significa dizer que ele é mau jogador? Não, só não é adequado para o tipo de jogo do Flamengo.

Carrascal está na mira do Flamengo — Foto: Ernesto Guzman / EFE

Sobre reforços, Bap disse que o Flamengo terá uma janela "mais agressiva", diferente da primeira no início do ano, quando contratou só o atacante Juninho e o zagueiro Danilo, e também fez uma avaliação das finanças do clube até agora:

— Eu espero que essa janela do meio do ano seja mais agressiva do que foi no início do ano. Mas sempre bom entender que tem gente do outro lado também que acha que quando a gente recebe o dinheiro da multa do Gerson ou do Mundial, que é tudo lucro e estou pronto para comprar qualquer jogador à vista. E que o jogador que vale 5, agora querem 8. O que valia 5 e você comprava em duas parcelas de 2,5, uma esse ano e outra ano que vem, ele quer 8 agora e joga com a sua ansiedade. O torcedor pressiona, quer o jogador amanhã, e isso faz com que o jogador fique mais caro.

— A gente foi muito eficiente na gestão de custos do clube nesse primeiro semestre. Ano passado Flamengo teve um resultado de 11% de margem, nós fechamos esse primeiro semestre com 28% de margem. Então ainda que não tenha feito um crescimento de receita de 20%, ficamos com muito mais dinheiro dentro de casa à medida que fomos mais eficientes nos gastos. Até agora temos tido um ano razoável, e tenho certeza absoluta que esse ano vai ser determinante para reequilibrar esse aspecto de faturamento do clube com endividamento que temos. Vamos trazer isso para os devidos lugares, em que pese a perda que a gente teve com a Libra. Então até agora foi muito bom.

Mais Escalados 1 ª rodada

Carregando Dados... ......
Mandante SIGLA SIGLA Mandante
0000000000
Carregando Dados... ......
Mandante SIGLA SIGLA Mandante
0000000000
Carregando Dados... ......
Mandante SIGLA SIGLA Mandante
0000000000

Assista: tudo sobre o Flamengo no ge, na Globo e no sportv

Fonte: Globo Esporte
publicidade
publicidade