A recente divulgação de um vídeo da jornalista Renata Mendonça, que aborda a situação do futebol feminino no Flamengo, gerou uma forte reação da Bancada Feminina do clube. Em um comunicado oficial, o grupo enfatizou a necessidade urgente de transformações significativas na modalidade, pedindo que o Rubro-Negro assuma um papel mais ativo na promoção da equidade, justiça e melhores condições de trabalho para suas jogadoras.
Um ambiente ainda predominantemente masculino
O comunicado destaca que o futebol permanece um espaço majoritariamente masculino, resistente a mudanças que favoreçam uma maior presença feminina em posições de decisão. Apesar dos avanços recentes, a Bancada ressalta que ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que as atletas tenham acesso a condições adequadas de treinamento, competição e qualidade de vida, sem depender de mudanças graduais enquanto suas carreiras se desenvolvem.
Além disso, o texto critica a escassez de mulheres nos processos decisórios do esporte. Para o grupo, mesmo com a boa vontade dos dirigentes homens, há uma dificuldade em compreender as realidades enfrentadas pelas mulheres em um contexto marcado por estruturas machistas. A declaração clama por uma verdadeira revolução no futebol feminino brasileiro, especialmente com a Copa do Mundo da categoria se aproximando, a ser realizada no país em menos de dois anos.
Reconhecimento dos avanços e a luta por equidade
A Bancada Feminina também reconheceu os progressos do Flamengo nos últimos anos, como o aumento dos investimentos e a modernização da estrutura do time feminino. No entanto, a mensagem é clara: a luta por equidade precisa ser ampliada em todo o Brasil.
Marion Kaplan, presidente da Bancada, fez uma declaração significativa sobre o tema. Ela lembrou os projetos em que a Bancada está envolvida e as diversas sugestões apresentadas aos dirigentes rubro-negros para a valorização feminina. "A Bancada fará três anos em 2025. Estamos há anos lutando pela inclusão e valorização das mulheres no Flamengo. Fazemos a nossa parte trabalhando, recrutando novas integrantes, mandando propostas para dirigentes e candidatos. Ajudando nas campanhas contra o Feminicídio (Antes que Aconteça e Todos por Elas) em parceria com o Governo do Rio de Janeiro", afirmou.
A importância do apoio dos líderes
Apesar do esforço contínuo, Marion enfatiza que o impacto real dos projetos depende do apoio dos líderes do clube. "É fundamental que os dirigentes façam sua parte: eles precisam se esforçar para que o clube tenha mais representatividade nos seus quadros. Essa luta não é apenas das mulheres. É uma luta de todos e todas. Uma governança nova, moderna e profissional, que a nova gestão projeta, é extremamente benéfica para o clube. Mas para isso, ela também tem que levar em conta as pautas de diversidade e inclusão que as grandes empresas adotam", concluiu.
A declaração da Bancada Feminina do Flamengo não apenas reflete a luta por igualdade no esporte, mas também destaca a necessidade de uma mudança cultural que permita que o futebol feminino alcance seu verdadeiro potencial.