Auxiliar do Flamengo, filho de Tite comenta ausência do pai em jogo: "Foi f..."

O Flamengo venceu o Bragantino, neste domingo, por 2 a 1, em jogo válido pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. Em noite de reestreia, Michael abriu o placar da partida no primeiro tempo. A equipe paulista empatou o jogo, mas Raul marcou contra no lance seguinte e garantiu a vitória ao Fla.

Com o resultado, o Flamengo chegou aos 44 pontos e se manteve na quarta colocação do Campeonato Brasileiro. Depois da vitória, o auxiliar técnico Matheus Bachi, filho de Tite, analisou a vitória rubro-negra.

— Feliz por termos feito uma boa partida. Oscilamos pela qualidade do adversário, mas estamos felizes com o resultado, com a estreia do Michael, que estreou com gol, e por todo o grupo, que tem se dedicado no dia a dia para honrar ao máximo essa camisa. Mais um passo dado.

Matheus Bachi, auxiliar do Flamengo no jogo contra o Bragantino — Foto: André Durão

Tite foi internado na sexta-feira, em um hospital na Zona Sul do Rio de Janeiro, devido a uma arritmia cardíaca sofrida na altitude de La Paz. O treinador do Flamengo recebeu alta e encaminhou-se para casa no sábado, mas não pôde comandar a equipe contra o Bragantino. O filho foi o treinador, que comentou sobre a ausência do pai na partida.

— Foi f... (risos). A circunstância inteira foi muito difícil, no geral. Agora tenho que ressaltar o Cleber, a comissão técnica inteira, esses caras que estão comigo e meu pai no dia a dia, e se entregam ao máximo. Eles me ajudaram demais nesse processo, me acalmaram quando precisava, trocaram ideia. (E ajudaram) a seguir o trabalho que a gente faz. Sentimos falta dele (Tite). O mais importante de tudo é que quando ele chegou em casa, voltou do hospital com a minha mãe, eu vi que ele estava bem.

— Um bom semblante. Quando falei que ele estava bem, foi quando consegui ter mais um pouco de conforto e tranquilidade, sabendo que esses caras aqui (comissão) iam dar o respaldo para o grupo todo e também para mim, que estava precisando.

Cléber Xavier, que deu entrevista coletiva ao lado de Matheus Bachi, afirmou que a vitória precisa ser ainda mais valorizada pela sequência desgastante de jogos do Flamengo na temporada. Depois de se classificar na Libertadores contra o Bolívar na altitude de La Paz, a equipe se manteve no G-4 do Brasileirão próximos aos primeiros colocados.

— Estávamos saindo do jogo de La Paz, entrando num treino que fizemos na sexta à noite com o grupo. No sábado conseguimos trabalhar estratégia para este jogo, importante para seguirmos juntos nas primeiras colocações, contra um adversário que é difícil. Conseguimos uma vitória boa hoje, em que finalizamos muito. Temos que valorizar. Assim como gostamos de falar e tem que pensar jogo a jogo, fica muito (difícil) voltar para trás.

— Tivemos esse jogo muito duro (contra o Bragantino) e conseguimos uma vitória. Se começarmos a olhar para trás, nós analisamos, para ir melhorando, mas temos uma decisão já na quarta-feira (Copa do Brasil). Temos que chegar amanhã no clube, ver nossos erros e acertos, e trabalhar para esse jogo contra o Bahia.

Ainda sobre Michael, Matheus Bachi afirmou que um jogador com as características do atacante, de finalização e drible, sempre somarão ao elenco. Além disso, Cléber Xavier destacou a importância do "Robozinho" no ambiente rubro-negro.

— Jogador que tem característica de drible e finalização sempre vai trazer algo diferente pra equipe. Foi o que ele conseguiu. Além disso, os movimentos de último terço, entrada de área, participação em bolas de cruzamento são uma marca dele. Vinha fazendo no Al-Hilal, fez no Flamengo e na carreira inteira. Lógico, ainda vai desenvolver mais ao começar a conhecer nosso elenco. Fez uma grande partida, feliz por ele voltar bem, estar disponível, ter feito o gol e se entregue à equipe, que é o principal — afirmou Matheus.

— Ele é um cara que contagia. Na nossa chegada na sexta-feira, estávamos derrubados, mas ele estava com o astral lá em cima. É uma peça muito importante na nossa sequência de jogos — destacou Cléber Xavier.

Michael comemora o gol na volta ao Flamengo, contra o Bragantino — Foto: André Durão

O gol do Bragantino saiu em uma falha de Allan, que desviou de cabeça para Douglas Mendes empatar o jogo. Este foi mais um gol sofrido pelo Flamengo com origem em bola aérea. Matheus Bachi afirmou que a equipe fez uma boa partida no quesito das defesas das jogadas pelo alto, e que o gol da equipe adversária saiu em uma infelicidade rubro-negra.

— Fizemos um bom jogo defensivamente na bola aérea, em cima de uma equipe que tem bons cabeceadores e batedores. A falta no primeiro tempo foi um lance mais circunstancial, bem aproveitado pelo adversário. Bola rápida, finalização com pressão acabou acertando a trave, feliz. E um pouco de infelicidade nossa no gol deles, de a bola bater no Allan e sobrar no jogador deles. É algo que estamos trabalhando constantemente, temos evoluído e melhorado, e vamos continuar melhorando, mas não é um bicho de sete cabeças, um temor tão grande.

Como tem administrado minutos e aspecto físico do elenco?
Matheus Bachi: Temos três competições, um grupo muito bom e temos que tomar decisões. Em cima disso, para cada jogo procuramos tomar as melhores decisões, para sair com os melhores resultados possíveis. O Bruno (Henrique) é uma opção de 9, sim. Ainda estamos aguardando o Pedro para ver como está a recuperação dele. O Carlinhos hoje não estava se sentindo bem, acabando não entrando mais para uma questão médica.

Reforços e retorno de jogadores são solução para o Flamengo ?
Matheus Bachi: A solução pro calendário esse ano não existe mais. No ano que vem, no início do ano, clubes e CBF (devem) sentar e procurar organizar uma maneira que preserve um pouco mais a saúde, a qualidade do espetáculo. Agora, traz um acréscimo pro nosso elenco. Não gostamos de ver ninguém machucado. Primeiro, pela saúde do atleta. É muito complicado chegar lá e ver o jogador no DM, fazendo o máximo para estar disponível. Queremos nosso elenco mais saudável e forte, para que possamos tomar as decisões em cima de cada partida que tivermos à frente.

De que forma a palavra “superação” marca o 2024 do Flamengo ?
Cleber Xavier: É valorizar o interno, nossos atletas, nosso grupo de apoio, a comissão técnica, a direção que nos dá condição de trabalho. Valorizar aquele torcedor que vem e apoia, hoje veio com chuva. Precisamos disso, aqueles que estão juntos. Flamengo é uma nação, é grande, vem de dificuldades nos últimos anos, principalmente no último ano. Agora estamos aí, com todas as dificuldades. Foi naquele período de Copa América, agora nesse período (de lesões). O que a gente mais sente são as perdas do Viña e do Cebolinha, questões de saúde. É muito ruim pro grupo perder dois jogadores pro restante da temporada, e estamos superando. É a gente cuidar da gente. É todo dia trabalhar com dedicação, se ajudar, buscar uma estratégia e pensar no jogo seguinte. São três competições de alto nível, em que há muitos clubes indo bem. São jogos duríssimos, e temos conseguido resultados importantes. Às vezes não vitórias, mas também classificações.

Matheus Bachi: Vocês podem falar que a gente não jogou bem em algum jogo que perdemos, mas em todos vocês viram entrega até o fim. Fizemos o gol aqui no fim contra o Bolívar, geramos situação lá. Tivemos um momento difícil contra o Palmeiras e sustentamos. Essa equipe vai se doar até o fim, e isso a torcida pode ter certeza. Por que? Porque faz no dia a dia.

Projeção de jogo contra o Bahia e alternativas na preparação
— Primeiro é recuperar os atletas. Jogamos na quinta na altitude, o Bragantino jogou na terça. (A diferença de tempo) faz parte, não adianta, a gente faz essa análise. Uma análise mais profunda é estudar o Bahia, fazer a estratégia pro jogo, o primeiro é fora, recuperar os nossos atletas. A gente ter no treino de terça, pela manhã, um tempo muito curto (de descanso). 36 horas. É buscar vídeo, usar conversa, descansar. E ir pro jogo.

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Fonte: Globo Esporte