Atropelo no Bolívar traz a melhor versão do Flamengo em 2024

O rubro-negro carioca, enfim, ''estreou'' na Libertadores desta temporada. Deu a resposta esperada diante do Bolívar, na noite desta quarta-feira, no lotado Maracanã, e encheu os olhos da torcida com sua melhor atuação no ano. Mostrou muita organização para marcar no campo de ataque e achou boas rotas para fugir das tentativas de ''pressão alta'' dos bolivianos.

A mobilidade do time ao se instalar no gramado rival também chamou a atenção, uma continuidade daquilo que já havia se mostrado diante do Corinthians no final de semana. Gérson, Pedro, De la Cruz e Everton Cebolinha foram os destaques. Allan também merece menção. Uma vitória simples na próxima rodada garante a vaga nas oitavas de final.

Escalações

Tite contou com o retorno de Arrascaeta. Lorran foi para o banco de reservas. A única mexida em relação ao time que iniciou contra o Corinthians. Erick Pulgar e Bruno Henrique foram desfalques. Já o técnico argentino Flavio Robatto precisou mudar apenas uma peça em comparação ao Bolivar que bateu o Flamengo em La Paz. Jesús Sagredo deu lugar ao equatoriano Ordoñez na zaga.

Como Flamengo e Bolivar iniciaram o duelo válido pela 5ª rodada do Grupo E da Libertadores 2024 — Foto: Rodrigo Coutinho

O jogo

Encaixar ou superar pressões nas saídas de bola têm sido um fator fundamental para ter sucesso atualmente no futebol. Grande parte da imposição do Flamengo sobre o Bolivar durante o 1º tempo se deve a isso. Confirmando se tratar de uma equipe diferente em relação aos últimos anos, o time visitante não se postou na defesa a espera do rubro-negro, e isso deixou o confronto ótimo.

Adiantou o bloco de marcação em diversos momentos antes do intervalo. Conseguiu causar alguns problemas, mas na maioria das vezes foi superado, oferecendo um campo imenso para o talento rubro-negro desequilibrar. O Flamengo contou com isso para abrir o placar logo no primeiro minuto, em passe de Rossi para Ayrton Lucas ''raspar'' de cabeça e Everton criar a jogada do gol de Gérson.

Saavedra foi o ''mapa da mina'' dos cariocas em diversos lances. Lia errado o movimento de antecipação, acabava batido na conexão que gerou o primeiro gol e se repetiu algumas vezes. Pedro e Gérson também foram utilizados pelo goleiro Rossi ou um dos zagueiros nos passes diretos, ''sem peso'', escoravam, e viam as jogadas se completarem com perigo.

É verdade que o Bolívar fez um jogo equilibrado até a metade da etapa inicial. Foi agressivo ao ter a bola no campo de ataque. Bruno Sávio e Pato Rodriguez se desgarravam dos flancos após iniciarem as jogadas, e o rubro-negro teve dificuldades para brecá-los. O argentino chegou a acertar a trave de Rossi, mas o repertório anfitrião foi superior.

Gerson comemora gol Flamengo x Bolívar — Foto: André Durão

Além de fugir das ''pressões altas'' do Bolívar, o Flamengo era competente oferecendo o mesmo ''veneno'' ao adversário. Roubou diversas vezes a bola perto da meta. Também a retomou, executou bem as pressões pós-perda. De la Cruz e Allan estiveram incansáveis nos dois contextos. Gérson, Pedro, Everton e Arrascaeta também contribuiram.

O cenário foi expondo a limitação dos defensores visitantes em comparação aos atacantes rubro-negros. Ayrton Lucas e Everton ampliaram o placar ainda na 1ª etapa. Lampe ainda fez duas ótimas defesas em finalizações de Arrascaeta e Pedro. O centroavante, autor da assistência para o gol de Cebolinha, também mandou por cima uma grande oportunidade diante da meta.

O ritmo de administração de resultado no 2º tempo não contou com um flerte à perda de controle das ações, como aconteceu em alguns jogos desta temporada. Em dez minutos o Flamengo já vencia por 4x0, aproveitando grande jogada protagonizada por De la Cruz e Gérson, e concluída por Pedro.

Tite passa intruções na beira de campo Flamengo x Bolívar — Foto: André Durão

Se a marcação no campo de ataque não foi tão forte quanto era antes do intervalo, a mobilidade da equipe foi o destaque. Gérson circulava de forma inteligente a partir do lado direito, encontrava Pedro e Arrascaeta por dentro, abria espaço para o avanço de Varela. Everton e Ayrton alternaram as zonas de ataque pela esquerda e se entenderam bem mais uma vez.

Além de David Luiz, que já havia substituído o lesionado Léo Pereira na reta final do 1º tempo, Tite pôs Igor Jesus, Lorran, Luiz Araújo e Gabigol em campo. Conseguiu manter a intensidade do time, não correu riscos de ser vazado, e a vitória poderia ter sido ainda mais elástica.

Fonte: Globo Esporte