A temporada 2024 começa com ares de “déjà vu” para o torcedor do Flamengo, que estreia nesta quarta, contra o Audax, em Manaus, pelo Carioca. Sonhou com muitas contratações, mas a realidade é bem mais modesta. Ao menos em termos de quantidade. Embora esperasse por uma pequena reformulação do elenco, os rubro-negros só viram o clube anunciar De La Cruz. Algo parecido com o que ocorreu há um ano, quando a única cara nova em janeiro era a de Gerson, contratado após passagem bem-sucedida entre 2019 e 2021.
Começar o ano assim não deveria ser tão preocupante, já que a janela de contratações do Brasil acabou de ser aberta (no último dia 11) e vai até 7 de março. Isso sem contar que haverá uma segunda, entre 10 de julho e 2 de setembro. Mas a chegada de reforços ao longo do ano implica na perda da pré-temporada e no menor período para o jogador se adaptar ao time.
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Exemplos disso são Luiz Araújo e Allan. Ambos estrearam em julho. O atacante oscilou por meses e só se firmou no fim do ano. Já o volante voltou a sofrer com lesões e não engrenou. Inicia 2024 ainda em busca do encaixe na equipe.
Os atuais alvos da diretoria são conhecidos: o atacante Luiz Henrique, do Real Betis, da Espanha; o lateral-esquerdo Matias Viña, da Roma, da Itália; e o zagueiro Leo Ortiz, do RB Bragantino. Contudo, nenhuma das negociações podem ser consideradas próximas de um desfecho.
Os alvos ajudam a entender a visão da comissão técnica de Tite sobre o grupo atual e onde enxergam carências. Principalmente após as saídas do fim do ano passado: o zagueiro Rodrigo Caio, o lateral-esquerdo Filipe Luís, o meia Éverton Ribeiro e o volante Thiago Maia, liberado da pré-temporada para negociar com o Internacional. Com exceção do defensor, todos jogadores muito utilizados na equipe em 2023.
Com De La Cruz, já apresentado, Tite espera diminuir a sobrecarga de Arrascaeta na faixa central. Embora não tenha visão de jogo tão privilegiada como a do camisa 14, é uma espécie de facilitador do jogo coletivo, buscando a bola e fazendo a conexão entre os demais jogadores. Além disso, pode atuar pelos dois lados.
Para esta função, no entanto, Tite quer ter duas opções em cada lado e não aparenta contar tanto com De La Cruz. Se, na esquerda, já tem Cebolinha e Bruno Henrique (que acabou de renovar até 2026), na direita tem Luiz Araújo e gostaria de contar com mais um. Luiz Henrique é o seu favorito para atuar por ali.
O Flamengo também conta com um retorno que pode ser importante na criação. De volta após empréstimo, Matheus Gonçalves será utilizado no Carioca para melhor observação da comissão de Tite. Versátil, pode ser utilizado nas três faixas do campo. Seu aproveitamento no restante do ano vai depender de como se sairá, já que ele despertou interesse no mercado e uma venda não está descartada.
Para a lateral-esquerda, embora Viña seja o plano A, Juninho Capixaba, do RB Bragantino, também é opção. O setor é considerado o mais urgente. Neste momento, Tite só conta com Ayrton Lucas e terá que utilizar jogadores da base enquanto a diretoria não trouxer alguém.
Se, dentro de campo, ainda há muitas interrogações sobre o elenco para 2024, ao menos fora dele reina uma certeza. Pela primeira vez depois de duas temporadas, o Flamengo inicia o ano com o mesmo treinador que encerrou o anterior. Um avanço que pode render frutos. Afinal, a falta de planejamento e a descontinuidade dos trabalhos estão entre as principais razões que levaram o clube a passar 2023 sem um título sequer.