Às vésperas da Supercopa, Cristiane mira ano melhor no Flamengo e projeta Mundial no Brasil

- A expectativa é grande, o investimento é grande e queremos entregar isso para o clube e para o torcedor. É algo que nos incomoda não ter feito um bom ano, foi um ano ruim e abaixo do que a gente espera - afirmou a jogadora ao ge .

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Campeão carioca em 2024 em cima do Fluminense, o Flamengo foi vice-campeão da Copa Rio, vencida pelo Botafogo, e não foi bem no Brasileirão, terminando a primeira fase em nono lugar sem a classificação para a etapa mata-mata. O time ainda foi eliminado na primeira fase da Supercopa.

A atual temporada já começou para o Flamengo , que disputou três jogos da Copa Rio, com uma vitória e dois empates até o momento. O Rubro-Negro está na terceira colocação do torneio, que conta com a participação de cinco equipes. O próximo jogo do Fla, contra o Botafogo, está marcado para a quarta-feira que vem, às 16h, no Nilton Santos.

O Flamengo informou recentemente que o time feminino se despedirá do Centro de Treinamento do CEFAN, da Marinha do Brasil, neste mês. Nos próximos dias, as atividades serão transferidas para o CFZ, novo local escolhido para otimizar a logística das atletas e comissão técnica.

Em entrevista ao ge , a atacante projetou a temporada de 2025 pelo Flamengo e também a Copa do Mundo Feminina de 2027, que acontecerá no Brasil. Cristiane fez críticas ao calendário e à organização do futebol feminino no país. Leia abaixo a entrevista:

Preparação para a temporada

- Foi um longo começo de pré-temporada, já que demorou bastante tempo para a organização soltar calendário. Temos um elenco muito diferente em relação ao ano passado, com mais atletas da base. Já tínhamos no ano passado, agora completou mais, e são meninas competentes, vamos contar muito ao longo da temporada. Um elenco muito tranquilo, acho que a maior novidade é que vamos sair do Cefan. Foi importante ter permanecido esse período aqui, mas mais importante ainda é ter de fato um lugar para o feminino trabalhar. Traz uma tranquilidade grande para a gente. Temos que colocar em prática todo esse tempo de trabalho até a primeira partida.

Expectativa para a Supercopa

- Acabou entrando a Copa Rio no meio, acho que se bater data a comissão técnica vai ter tudo alinhado para administrar bem. A Supercopa é um jogo de mata-mata, assim como vai ser a Copa do Brasil. Um ano cheio, importante, que podemos fazer diferente do ano passado. A expectativa é grande, o investimento é grande e queremos entregar isso para o clube e para o torcedor. É algo que nos incomoda não ter feito um bom ano, foi um ano ruim e abaixo do que a gente espera. Tomara que esse ano a gente consiga fazer diferente.

Jogadoras importantes de volta ao futebol brasileiro

- Eu acho que primeiro é importante ter essas jogadoras no nosso país, é um atrativo para os clubes, público e patrocinadores, porque é algo que eles compram. Incentiva as próximas gerações. Para o torcedor também, brilha os olhos de poder ir para o estádio, acompanhar uma jogadora que ficava muito tempo fora. Nossa única preocupação é com a organização. O São Paulo vai jogar na sexta (contra o Sport, às 21h30), a gente vai jogar no domingo e depois tem jogo de novo na quarta. Fica um descanso menor, poderia ser mais organizado. O ideal seria todo mundo jogar no mesmo dia. Isso não cabe a mim, temos que fazer nosso trabalho da melhor maneira possível. Mas somos nós que jogamos, é importante escutar o lado da atleta.

Organização para a Copa do Mundo

- Acho que depende de como vamos organizar essa Copa, como vamos mostrar para o mundo. Não sei se vai bater com o calendário do Brasileirão, não tenho essa informação. Se não bater, maravilha, teremos uma organização melhor. Vai valer muito como vamos aproveitar essa Copa aqui, como vamos incentivar a modalidade e criar oportunidades para as meninas da próxima geração. Fiz a Licença A da CBF Academy e dei a ideia de que criassem uma licença só para mulheres, seria importante. Temos muitas treinadores, auxiliares, preparadoras físicas, analistas...

- Não é querer algo só para a gente, 90% do que vemos é só futebol masculino, são poucas coisas de futebol feminino. É importante ter uma Copa no Brasil e mostrar o programa que temos para as mulheres. Quando fazemos essas licenças para nos aperfeiçoarmos cada vez mais, mostra essas ideias. A gente só quer ajustar as coisas para que o futebol feminino seja fortalecido com mais mulheres. Eu sinto falta, falta espaço. Às vezes tem 50 homens no elenco e a gente não tem voz. Acho que cada vez mais fortalecer nosso espaço, não tem que excluir os homens, mas temos que criar mais espaços porque tenho várias amigas que não têm esse espaço.

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