Artigo: A fórmula do Carioca pode ter um fim bizarro. E alguns lados bons

Chegamos às semifinais da Taça Rio, e assim se revela a fórmula de um Campeonato Carioca nada intuitivo.

De um lado, Fluminense encara o Flamengo, que, como campeão do 1º turno, já está classificado para as semifinais do Estadual, que se disputam em jogo único imediatamente depois da decisão da Taça Rio; do outro, Vasco x Botafogo. Caso o Flamengo conquiste o turno, o Estadual muda de figura.

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Se o Flamengo for campeão da Taça Rio, ele "escapa" das semifinais do Carioca, onde já tem vaga, e se torna finalista. O bizarro é que ficará esperando os vencedores de uma clássica repescagem, em que quatro times (Botafogo, Flu, Vasco e o Boavista, que foi o quinto colocado na classificação geral e herdaria a vaga rubro-negra) fariam semifinal e final para decidir quem iria a uma decisão. A Gávea teria a vantagem dessa decisão, agora em jogo único. E o campeão carioca poderia ser um clube que não venceu nenhum dos turnos.

Na coleção de bizarrices, até que acrescenta pouco.

Ainda no caso do Flamengo, haveria uma vantagem esportiva na conquista da Taça Rio: a equipe deixaria de entrar em campo em duas datas, o que, no calendário brasileiro, é sempre um descanso e tanto. A comissão técnica ainda chefiada por Paulo Cesar Carpegiani poderia concentrar-se em recuperações físicas e trabalhos táticos, tratando a final do Carioca, no dia 7 de abril, como uma pré-estreia do Brasileiro, que começa dia 14 de abril, contra o Vitória, no Barradão.

Para Botafogo, Fluminense e Vasco, significaria uma sequência de clássicos para intensificar o ritmo antes da Série A. No caixa, o Estadual faz diferença: o turno vale R$ 1 milhão, e o Estadual, R$ 3,5 milhões, granas que nem mesmo o abastado Flamengo pode se dar o luxo de perder.

Especificamente para Botafogo e Fluminense, eliminados da Copa do Brasil por times de escalões subalternos, vale alguma injeção de autoconfiança. Embora mais organizado sob o comando de Alberto Valentim, o limitado Botafogo fica mais frágil com a fratura de João Paulo. Já a garotada tricolor de Abel Braga pode conquistar rodagem e um respeito a mais, enquanto tenta lidar com a falta de cancha e o excesso de afobação.

Fonte: O Globo