Em um clássico de valor diferente para os dois lados, apesar da rivalidade sempre ser um fator que movimenta uma partida desta magnitude, Flamengo e Fluminense ficaram no 1 a 1 no último encontro entre eles nesta temporada, válido pela 34ª rodada do Brasileirão. Ainda sonhando com o título do campeonato, o resultado esfriou a aproximação do rubro-negro em relação aos líderes, enquanto o tricolor, campeão da América há uma semana, fez seu papel no Maracanã.
A partida foi distinta, e teve tempos controlados por cada um dos times. A primeira etapa mostrou um Fluminense acuado e um Flamengo que aplicou pressão intensa. Após uma profusão de chances, abriu o placar com bonito gol de Arrascaeta. Porém, o segundo tempo mostrou um tricolor que voltou mais ligado e conseguiu buscar o empate, com Yony González.
Uma batalha de alterações e chances no final do jogo não modificou o placar. Ainda teve tempo para uma confusão, que terminou com Gabigol e Nino expulsos já nos últimos minutos.
O rubro-negro perdeu a chance de igualar a pontuação dos líderes — Botafogo, Grêmio e Palmeiras têm 59 pontos — e estacionou nos 57, mantendo-se no 5º lugar. Todos os concorrentes ainda jogarão na rodada. Já o Fluminense, sem objetivos neste campeonato, segue na 8ª colocação, com 47 pontos.
Agora, os clubes só terão jogos após a Data Fifa. No dia 23, às 21h30, a equipe comandada por Tite receberá o Red Bull Bragantino, em jogo atrasado da 30ª rodada. Um dia antes, o time de Fernando Diniz recebe o São Paulo, no mesmo horário, em compromisso atrasado da 32ª rodada.
Domínio rubro-negro
Desde os momentos iniciais da partida, o Flamengo apresentou uma rotação diferente, mais interessado em uma partida que era fundamental para suas pretensões de título brasileiro. Os primeiros minutos foram de pressão alta e intensa. Na marca dos 15, Everton Cebolinha, que foi mantido como titular por Tite, colocou uma bola na trave de Fábio.
Após este lance, o Fluminense até igualou as ações, mas não encontrava soluções ofensivas, apelando apenas para finalizações à distância. Abaixo física e tecnicamente, a formação com Marcelo e Ganso mais pelo meio não surtia efeito, e ainda deixava a defesa exposta, com a necessidade de esforços redobrados para quem sobrava na marcação.
Na altura dos 26, Filipe Luís completou uma jogada de bate e rebate na área, e forçou Fábio a fazer uma defesa com o rosto. Em mais uma atuação segura, o goleiro tricolor até adiou o momento em que o Flu deveria ter tomado o gol. Já na reta final, ainda fez uma ótima intervenção em chute rasteiro de Gerson.
Porém, era questão de tempo até o rubro-negro marcar, o que aconteceu através da genialidade do uruguaio De Arrascaeta. Já nos acréscimos, recebeu bom passe de Pulgar, driblou Nino com um toque, fazendo o capitão tricolor desabar no gramado, e bateu cruzado, sem chance para defesa. Merecido pela forma que a primeira etapa se apresentou.
Resposta tricolor
Diniz mudou geral e voltou com três alterações do intervalo. Como vem sendo um padrão nesta temporada, André foi recuado para a zaga, e Lima, Diogo Barbosa e Yony González substituíram Marlon, Marcelo e Keno. O que se viu foi uma mudança na história da partida.
O Flamengo voltou mais recuado, cedendo espaços para o Flu. Na marca dos sete, Arias conduziu muito bem pela direita e cruzou. A bola ficou na medida para Yony, mas o colombiano chutou sem jeito. Sem problemas, pois, dez minutos depois, marcou seu primeiro neste retorno às Laranjeiras.
Arias desviou de cabeça uma bola alçada na área, e o atacante conseguiu se adiantar a Rossi, finalizando acidentalmente mas colocando a bola no fundo das redes. Por azar, precisou sair por conta de um problema na coxa esquerda, dando lugar a Lelê.
Diante de um adversário muito mais agressivo e que passou a controlar o jogo, Tite lançou mão de todas as cinco substituições em um intervalo de dez minutos, colocando nomes como Gabigol, Bruno Henrique e Everton Ribeiro em campo.
O jogo parecia se encaminhar para poucas emoções, mas duas chances claras foram desperdiçadas após o 40 minutos. Primeiro, John Kennedy, herói da conquista da América, ficou cara a cara com o Rossi e jogou fora a chance da virada. Logo depois, Gerson foi parado por Fábio mais uma vez.
Já nos acréscimos, Nino e Gabigol acabaram se desentendendo e criando um princípio de confusão. Wilton Pereira Sampaio decidiu expulsar os dois. Dessa forma, a briga não se estendeu por muito tempo e cada time saiu com um ponto.