Argentinos soberanos, espanhol artilheiro e uruguaios decisivos: relembre ídolos estrangeiros do Cruzeiro em 100 anos

A história do Cruzeiro, clube formado por imigrantes italianos no Brasil, não poderia ser contada apenas por brasileiros dentro de campo. Ao longo dos 100 anos de existência, o clube contou com 60 estrangeiros, de 14 países diferentes. Vários marcaram seus nomes na história e estão entre os ídolos cruzeirenses.

Os argentinos lideram a lista. Quinze “hermanos” vestiram a camisa estrelada, sendo que alguns tiveram muito sucesso. Um deles, inclusive, lidera a lista de quem mais vezes vestiu a camisa estrelada: Ariel Cabral, com 188 jogos, ao lado do uruguaio Arrascaeta. Ariel viveu relação de amor e ódio com a torcida e está emprestado ao Goiás.

Abertura de portas

O primeiro jogador da Argentina a defender o Cruzeiro foi o zagueiro Roberto Perfumo , que esteve no clube entre 1971 e 1974. Chegou ao clube com o peso de ser o capitão da seleção argentina e, hoje, é considerado um dos maiores zagueiros da história cruzeirense. Disputou 141 partidas e conquistou três edições do Mineiro (1972, 1973 e 1974).

Roberto Perfumo defendeu o Cruzeiro nos anos 1970 — Foto: Divulgação/site do Cruzeiro
2 de 6 Roberto Perfumo defendeu o Cruzeiro nos anos 1970 — Foto: Divulgação/site do Cruzeiro

Roberto Perfumo defendeu o Cruzeiro nos anos 1970 — Foto: Divulgação/site do Cruzeiro

Argentinos dos anos 2000

Além de Ariel Cabral , que viveu altos e baixos em cinco anos de clube, o Cruzeiro teve outros argentinos importantes ao longo dos últimos 20 anos. Lucas Romero e Ramón Ábila são dois sempre lembrados pela torcida. O volante, símbolo de raça, tem 152 partidas, conquistou as edições de 2017 e 2018 da Copa do Brasil, e é o terceiro estrangeiro com mais jogos na história do clube. O centroavante também caiu na graça do torcedor pela luta e, claro, pelos gols marcados. Foi fundamental para ajudar o time a escapar do rebaixamento no Brasileiro de 2016.

O primeiro argentino idolatrado pelos cruzeirenses nos anos 2000 foi Juan Pablo Sorín . Outro símbolo de raça. Chegou ao Cruzeiro em 2000, comprado junto ao River Plate e foi campeão da Copa do Brasil daquele ano, além de ter vencido um Mineiro e a edição de 2001 da Copa Sul-Minas, marcando o gol do título. Deixou o clube em 2002, passando por Lazio, Barcelona e PSG. Retornou em 2004, ficou seis meses e foi para o Villareal. Em 2008 retornou à Toca, foi vice-campeão da Libertadores de 2009 e encerrou a carreira. Pelo clube celeste, foram 127 jogos e 18 gols .

No ano seguinte à aposentadoria de Sorín, o Cruzeiro buscou Walter Montillo na Universidad de Chile. O argentino vestiu a 10 e foi “maestro” da equipe que seria vice-campeã brasileira naquele ano, a dois pontos do Fluminense. Em 2011, era considerado o craque do time chamado por muitos de “Barcelona das Américas”. Também foi fundamental para ajudar o Cruzeiro a escapar do rebaixamento nacional, apesar de ter ficado fora do 6 a 1 sobre o Atlético-MG por suspensão. Acabou negociado com o Santos no fim de 2012.

Espanhol artilheiro

Muitos torcedores talvez não saibam, mas por muitos anos, o Cruzeiro teve como principal artilheiro estrangeiro um jogador espanhol: Fernando Carazo . Ele teve três passagens pelo clube, quando ainda levava a nomenclatura de Palesta Itália. Jogou entre 1927 e 1931, 1936 e 1937, e 1940 e 1942. Marcou 44 gols e é, até hoje, o terceiro maior artilheiro estrangeiro, atrás de Arrascaeta e Marcelo Moreno.

Fernando Carazo (terceiro da esq. para direita), Cruzeiro — Foto: Reprodução/ Cruzeiro
3 de 6 Fernando Carazo (terceiro da esq. para direita), Cruzeiro — Foto: Reprodução/ Cruzeiro

Fernando Carazo (terceiro da esq. para direita), Cruzeiro — Foto: Reprodução/ Cruzeiro

Estrangeiros fundamentais na Tríplice

Quando o cruzeirense e o amante de futebol, em geral, se lembram do time de 2003, um dos mais mágicos da história do clube, o que vem à cabeça imediatamente é Alex. Camisa 10, maestro e capitão. Mas outros jogadores também tiveram um ano mágico, sendo dois estrangeiros: Maldonado e Aristizábal.

O chileno Carlos Maldonado foi revelado nas categorias de base do Colo-Colo. Chegou ao São Paulo em 2000 e ficou lá até 2003, quando foi contratado pelo Cruzeiro. Se encaixou como uma luva no time de Vanderlei Luxemburgo e foi peça fundamental para dar sustentação à defesa, enquanto Alex orquestrava o ataque. Ficou na Toca até 2005, quando saiu para o Santos.

Aristizábal ampliada — Foto: Reprodução/CBF
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Aristizábal ampliada — Foto: Reprodução/CBF

E o ataque orquestrado por Alex tinha Aristizábal como protagonista. O colombiano começou a carreira no Atlético Nacional, defendeu São Paulo, Santos e Vitória, chegando ao Cruzeiro também em 2003. Artilheiro de gols bonitos, ele disputou 51 partidas na temporada e marcou 28 gols. Foi o vice-artilheiro do time no Brasileiro, com 21 gols, dois a menos que Alex.

Uruguaios artilheiros

Os jogadores nascidos no Uruguai estão em segundo no ranking dos estrangeiros que mais representaram a camisa do Cruzeiro. Mas, entre esses, é possível destacar dois: o atacante Carlos Revétria e o meia Giorgian De Arrascaeta .

Revétria, ex-atacante do Cruzeiro — Foto: Reprodução / TV Globo Minas
5 de 6 Revétria, ex-atacante do Cruzeiro — Foto: Reprodução / TV Globo Minas

Revétria, ex-atacante do Cruzeiro — Foto: Reprodução / TV Globo Minas

Revétria chegou ao Cruzeiro em 1977, aos 22 anos, vindo do Nacional-URU. Naquele mesmo ano, já entrou nas graças da torcida, justamente na final do Campeonato Mineiro. O Atlético venceu o primeiro jogo, e a Raposa precisaria superar o rival no segundo para ter direito a uma terceira partida. E foi o uruguaio quem deu a vitória ao time celeste. Marcou três gols no triunfo por 3 a 2. No terceiro jogo, Revétria marcou novamente, garantindo o empate por 1 a 1. Na prorrogação, o Cruzeiro conquistou o título.

Depois de quase 40 anos, um novo uruguaio chegou ao clube para fazer sucesso. Arrascaeta chega ao Cruzeiro em 2015, após de destacar com a camisa do Defensor. Era uma contratação de peso, após a diretoria vender boa parte do time que conquistara o bicampeonato brasileiro nos anos anteriores. O início foi complicado. Arrascaeta viveu altos e baixos. Mas em 2017 e 2018, se firmou de vez e foi decisivo nas finais da Copa do Brasil dos dois anos, marcando gols contra Flamengo e Corinthians.

Conhecido também por marcar gols bonitos e deixar a marca em clássicos contra Atlético e América, o uruguaio é o estrangeiro que mais marcou gols pelo Cruzeiro (50), empatado com Marcelo Moreno, e o que mais entrou em campo pelo clube celeste, com 188 partidas, empatado com Ariel Cabral. A venda ao Flamengo foi a maior da história do Cruzeiro.

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Fonte: Globo Esporte
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