Após ser reeleito para o quarto mandato e garantir a Prefeitura do Rio de Janeiro até o final de 2028, Eduardo Paes terá mais quatro anos de conversas próximas com os grandes clubes do futebol carioca. Vasco, Flamengo, Botafogo e Fluminense têm projetos de melhorias de infraestrutura, como construções de estádio e transferências de potencial construtivo, que avançaram em diferentes graus na atual gestão do político. Em entrevista exclusiva ao EXTRA, Paes contou mais sobre cada processo e revelou algumas novidades.
O mais avançado deles é o da reforma de São Januário, que o Vasco pretende começar no início de 2025 e finalizar em 2027. O processo de aprovação do potencial construtivo foi tocado a dedo por Paes. Agora, o município do Rio trabalha junto do clube para definir em qual área será possível aplicar os recursos, para modernização e ampliação do estádio quase centenário.
— São Januário está tudo certo, acho que começam em janeiro as obras — confirmou Paes ao EXTRA.
Já o Flamengo nunca esteve tão próximo de realizar o sonho de ter seu próprio estádio. Paes foi figura considerada chave em todo o processo da desapropriação do terreno do Gasômetro, que o rubro-negro adquiriu, e agora levará adiante os trâmites políticos para a obra sair do papel, como o envio de um projeto de lei para a Câmara dos Vereadores — o clube espera inaugurar a arena no fim de 2029.
— O primeiro passo foi dado, que era ter o terreno. Foi importante essa esticada de corda que dei, confesso que a eleição foi um bom argumento para eu pressionar — revela Paes ao EXTRA. — Sinceramente, não acho que ninguém vota ou deixa de votar no prefeito por causa de clube de futebol, mas, politicamente, era decisivo para a minha eleição chegar a um acordo. Fiz as pressões políticas adequadas — destaca.
Para o Botafogo, a pauta mais sensível diz respeito ao desejo do clube em retirar a pista de atletismo do Nilton Santos, para fazer uma aproximação da arquibancada com o campo. No atual mandato do prefeito, a concessão do estádio passou das mãos do clube associativo para a SAF, que deseja ter mais liberdade para pensar em melhorias estruturais.
A pressão inicial para a retirada da pista foi abafada pelo movimento dos atletas olímpicos, e só deve avançar caso o alvinegro apresente uma boa solução para o material. Paes revelou um novo detalhe na história, que envolve o Estádio de Atletismo Célio de Barros, hoje esquecido no Complexo Maracanã.
— O Botafogo já está procurando o Governo do Estado. A única coisa que pedi foi para recuperar o Célio de Barros, que é um absurdo não recuperar aquilo — afirma o prefeito.
No caso do Fluminense, a situação envolvendo a venda do potencial construtivo é parecida com a do Vasco, mas ainda está no estágio de aprovação da venda. A reeleição de Paes pode ser responsável pelo passo final do projeto de lei que a viabilizará. Recentemente, uma reunião entre o prefeito, Carlo Caiado (presidente da Câmara) e a diretoria tricolor foi realizada para determinar últimos ajustes.
Porém, apesar da tendência de que a venda do potencial seja aprovado ainda em 2024, o prefeito se resguarda.
— Estamos numa discussão muito embrionária ainda — diz Paes.
Por fim, Paes não deixou de abrir o jogo sobre o futuro do Maracanã, que agora tem sua concessão em definitivo nas mãos da dupla Fla-Flu. Diante da preocupação pelo estádio ficar abandona caso o rubro-negro se mude para sua casa própria no futuro, porém, o novo velho prefeito não mostrou preocupações, e confiou na capacidade do principal estádio da cidade em atrair eventos.
— Tem espaço. O Maracanã vai ter sempre uma dimensão pública. O Vasco tem que jogar lá quando quiser, o Botafogo também. O Maracanã é dos quatro grandes, é da seleção brasileira — reiterou Paes.