Após idas e vindas, Brasileirão chega à reta final quebrado em três blocos

O Campeonato Brasileiro acaba de ultrapassar dois terços, faltam 12 rodadas para o final. E a disputa parece estar definida em três blocos claros, com dois sub-blocos dentro de dois deles.

O bloco 1 é o do título. São Paulo ou Flamengo? A disputa está cada vez mais restrita somente aos dois. O torcedor do Atlético Mineiro pode ficar bravo, mas não há como lutar contra a realidade. O Galo perdeu fôlego, ficou para trás e não tem mais confrontos diretos contra São Paulo ou Flamengo. Não bastaria sair enfileirando vitórias, precisaria de vários tropeços dos dois adversários.

Então considero que, realisticamente, o título seja uma coisa de São Paulo e Flamengo. Hoje, o time do Diniz tem cinco pontos e um jogo a mais. Nas próximas cinco rodadas, no entanto, o Flamengo tem uma tabela ligeiramente mais favorável, enquanto o São Paulo tem, no meio delas, o confronto contra o Grêmio pela Copa do Brasil.

O bloco 2 é o da Libertadores. Supostamente, são quatro vagas diretas na fase de grupos e duas na chamada Pré- Libertadores . Mas é altamente provável que uma sétima vaga seja aberta. Isso só não acontecerá se o América-MG for campeão da Copa do Brasil - o que dificilmente ocorrerá.

Esta disputa vai, a meu ver, do terceiro (Galo) ao nono ( Corinthians ). Mas há dois sub-blocos aí. Atlético-MG , Inter, Palmeiras e Grêmio são os que têm mais força para ficar entre os quatro primeiros (ao lado, supostamente, de São Paulo e Flamengo). Fluminense, Santos e Corinthians são os que devem disputar as vagas da "Pré". As pontuações são todas próximas, o Palmeiras está em três competições, Santos e Grêmio em duas, o Corinthians está subindo, o Flu, caindo, o Inter se recuperando. Tem muita água para rolar, mas este parece estar consolidado como o "bloco Libertadores".

E o bloco 3 é o do rebaixamento. Também com dois sub-blocos. Vejo Botafogo, Coritiba e Goiás já condenados. É claro que a matemática mostra que os três têm vida, o problema mesmo é a realidade.

O quarto rebaixado sairá do sub-bloco que vai do Ceará (décimo, com 35 pontos) ao Vasco (primeiro no Z4, com 28). São oito times aí, então é claro que alguns deles podem sair deste bloco cedo. Ceará e Atlético-GO , por exemplo, precisam de três vitórias nestes últimos 12 jogos. Basta não "derreterem".

Athlético-PR, Red Bull Bragantino , Fortaleza (em queda livre), Sport, Bahia (outro em queda) e Vasco estão separados por apenas três pontos. Os que se saírem melhor neste terço final de campeonato não só se livrarão do rebaixamento como cairão na Sul-Americana em 2021. Pode ter time indo mal e mesmo assim não caindo.

O Brasileirão é sempre um campeonato enrolado, equilibrado, imprevisível. Clubes têm sequências boas e ruins, oscilam, demitem técnicos. Mas, quando chega na reta final, e é nela que estamos entrando, as coisas ficam mais consolidadas. Menos técnicos são demitidos e são menos times com calendário estrangulado e mais de uma competição. Por mais louco que seja este ano pandêmico, agora não foge disso aí acima, não. Não teremos Corinthians rebaixado e nem Bragantino na Libertadores.

Façam suas apostas!