Apesar da classificação, gols sofridos "em replay" ligam alerta no Flamengo; Zico critica marcação

Cruzamento da esquerda, bola nas costas de Ayrton Lucas e cabeçada fulminante de um adversário livre de marcação. A descrição se encaixa tanto para o gol de Mateo Ponte quanto para o de Bruno Sávio, respectivamente, nas vitórias do Botafogo por 4 a 1 e do Bolívar por 1 a 0 sobre o Flamengo nos últimos dois jogos (veja nos vídeos abaixo) .

Apesar da derrota na temida altitude de 3.600 metros de La Paz, o Rubro-Negro eliminou o time boliviano e se classificou para as quartas de final da Libertadores pelo placar agregado de 2 a 1. Mas ligou o sinal de alerta para os gols sofridos "em replay" antes de iniciar as quartas de final :

- Cara, a gente tem consciência de que precisa evoluir nesse quesito, tomamos um gol muito semelhante contra o Botafogo, é questão de ajuste. É complicado porque você vem jogar aqui, e o lance em si, a gente acaba meio que reclamando de um lance duvidoso em cima do Nico (De la Cruz). E aí o cara domina uma bola, vem de pé contrário e joga lá no segundo pau. Os caras também trabalham nisso, e ainda tem aquele quesito altitude em que a bola viaja. Então é ter tranquilidade, paciência, o mais importante de tudo é a classificação para a gente ter tranquilidade para trabalhar - opinou Fabrício Bruno na saída do estádio Hernando Siles.

Bruno Sávio comemora seu gol em Bolívar x Flamengo — Foto: Conmebol Libertadores

Quem também abordou o tema foi Rossi, goleiro que terminou como o melhor em campo, salvou o Flamengo com várias defesas e deu entrevista coletiva ao lado de Tite:

- A gente tem um time pela frente que sabe as debilidades que temos. Não só nós temos debilidades, como o outro time também tem. E não é que sofre nas costas dos laterais por conta das debilidades, o rival também joga, analisa, é inteligente e tem um alto nível. Hoje jogamos a Libertadores, que é a competição mais importante da América. Sabemos que sofremos outro dia um gol nas costas com o Botafogo, hoje também, mas não dá com quatro ou cinco jogadores cobrir 60 metros. É muito difícil.

- Hoje (quinta) a bola também é mais rápida (na altitude). E estávamos com um jogador a menos porque nesse momento o Nico (De la Cruz) tinha caído na área, falava que foi pênalti. Então eu acho que não é coisa de debilidades ou de sofrer, é coisa de melhorar e continuar melhorando - completou.

Rossi ao lado de Tite em coletiva do Flamengo — Foto: Thiago Lima / ge

Em evento na última sexta-feira em um hotel na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, Zico também falou sobre o assunto e criticou a marcação do Flamengo . Em vídeo divulgado pelo canal "Paparazzo Rubro-Negro", o maior ídolo do clube se mostrou inconformado com as semelhanças:

- Quantos gols iguais o Flamengo sofreu nesses últimos 20 jogos? Será que não há possibilidade de se corrigir isso? O mesmo gol, o mesmo gol. Isso é o quê? Correção do dia a dia. Chegar no cara aqui, no lateral: "Vem cá, está entrando todo mundo aí nas tuas costas, tão fazendo gol, cara. Olha, um olho no padre outro na missa. Não fica só olhando a bola". Então o futebol é isso, é o jogador lá dentro que decide.

O Flamengo continua sendo o único time do G-4 do Campeonato Brasileiro que está vivo na briga pelos três títulos do segundo semestre. Nas quartas de final da Libertadores, o adversário será o Peñarol, do Uruguai. Já nas quartas da Copa do Brasil, o oponente será o Bahia. E no Campeonato Brasileiro, o time volta a campo neste domingo, às 20h (de Brasília), contra o Bragantino no Maracanã.

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Fonte: Globo Esporte