Antes de decisão do Flamengo com o Inter, ex-lateral Juan relembra gol em final e arrancada de 2009

Flamengo e Internacional disputam, no próximo domingo, no Maracanã, uma partida da 37ª rodada do Campeonato Brasileiro, que pode vir a ser lembrada eternamente como a grande decisão da atual edição. Os jogadores têm a chance de colocar seus nomes na história da competição. Em caso de vitória rubro-negra, a equipe assume a liderança na penúltima rodada.

O ge conversou com o ex-lateral Juan, que sentiu as duas experiências: entrar para a história com um gol numa final de campeonato no Maracanã, em 2006, e se tornar líder do Brasileirão faltando um jogo, em 2009. A bola na rede contra o Vasco, na decisão da Copa do Brasil, ele afirma que "demorou muito tempo para cair a ficha" de que realmente aconteceu.

- Aquilo foi indescritível. Eu não consigo descrever em palavras a emoção que foi aquele gol e o que representou aquele título nacional, no Maracanã, contra o maior rival, o Vasco. Demorou muito tempo para cair a ficha que aquele gol realmente aconteceu, pela importância. Tanto é que até hoje estamos falando dele. Foi um sonho realizado. Foi uma conquista muito grande na minha carreira.

Juan comemora gol do título da Copa do Brasil de 2006 do Flamengo, contra o Vasco — Foto: Divulgação/C.R. Flamengo
1 de 4 Juan comemora gol do título da Copa do Brasil de 2006 do Flamengo, contra o Vasco — Foto: Divulgação/C.R. Flamengo

Juan comemora gol do título da Copa do Brasil de 2006 do Flamengo, contra o Vasco — Foto: Divulgação/C.R. Flamengo

Juan esteve em campo na vitória do Flamengo por 2 a 0 sobre o Corinthians, na 37ª rodada do Brasileiro de 2009, quando a equipe assumiu a ponta da tabela. O jogador relembra o ambiente que o time viveu antes daquela decisão, que seria um grande passo para a conquista do hexacampeonato rubro-negro.

- O ambiente era de muita ansiedade. Foi uma semana longa. Parecia que não chegava a hora do jogo. Estávamos com muita vontade, pois o Flamengo não conquistava o Brasileiro há muito tempo. Depois de alguns anos turbulentos que o clube passou brigando para não cair. Naquele momento, podermos brigar pelo título era algo muito excitante. Contra o Corinthians, houve muitas histórias antes do jogo. Pelo fato de disputarmos o título contra o São Paulo, que é rival do Corinthians. Mas em campo eles jogaram para valer.

"Se não me engano o São Paulo empatou naquela rodada e a gente pegar a liderança ali foi uma conquista. Irmos para a última rodada dependendo só de nós mesmos. Isso deu uma carga de motivação muito grande"
Everton Silva, Petkovic e Juan comemoram o hexa do Flamengo — Foto: Reprodução
2 de 4 Everton Silva, Petkovic e Juan comemoram o hexa do Flamengo — Foto: Reprodução

Everton Silva, Petkovic e Juan comemoram o hexa do Flamengo — Foto: Reprodução

A partida do próximo domingo, contra o Internacional, é vista com otimismo pelo ex-jogador rubro-negro. Juan rasgou elogios à atual equipe do Flamengo e, para ele, as coincidências com 2009 não são à toa. Ele afirma, também, que o time sente muito a falta da torcida.

- Eu vejo com uma excelente perspectiva de título. É um time muito forte, não só no papel, mas na prática. Joga um ótimo futebol, um dos melhores do Brasil, se não o melhor. Eu acho que tem tudo para conquistar mais um título. Tem uma grande decisão contra o Inter. Eu acredito nessas coincidências e está tudo caminhando para o Flamengo ser campeão de novo.

"Eu acho que se tivesse torcida, o Flamengo já poderia estar comemorando o título, já estaria na liderança. A torcida é muito um termômetro do time. Empurra mesmo, cria uma atmosfera diferente. Com certeza fez muita falta para o Flamengo este ano"

Lesões e "ano difícil" em 2009

Apesar da conquista do Brasileirão, a temporada 2009 foi de "muita dor" para Juan. Após viver o auge da carreira e ser convocado pela Seleção Brasileira no ano anterior, o jogador passou por duas lesões, uma cirurgia e afirma não ter se recuperado tecnicamente. Para ele, o título nacional teve gosto de "superação".

- Este ano foi bem difícil para mim. Tive uma lesão no início do ano e voltei com três semanas, mas não voltei bem, não voltei à vontade. Depois de alguns meses tive uma outra lesão e uma cirurgia na cartilagem do joelho. Voltei após três meses, mas também não voltei tão bem como já tinha jogado pelo Flamengo. Foi um ano muito difícil, mas poder terminar aquele ano de muita dor jogando e com esse título, foi o mais marcante. Foi uma grande superação.

Adriano e Juan em treino do Flamengo. O lateral sofreu com lesões em 2009 — Foto: Antonio Lacerda/EFE
3 de 4 Adriano e Juan em treino do Flamengo. O lateral sofreu com lesões em 2009 — Foto: Antonio Lacerda/EFE

Adriano e Juan em treino do Flamengo. O lateral sofreu com lesões em 2009 — Foto: Antonio Lacerda/EFE

O lateral vestiu a camisa do Flamengo 256 vezes e marcou 32 gols. Apesar do ano de dificuldades em 2009, Juan acredita que o título brasileiro serviu para coroar a geração que vinha de três conquistas cariocas (2007, 2008 e 2009), além da Copa do Brasil de 2006.

- A maioria daqueles atletas nunca tinham conquistado o Campeonato Brasileiro. Era um objetivo muito grande de todos ali. Aquela geração precisava de um título de maior importância e visibilidade. Tinha ganhado três cariocas e uma Copa do Brasil, mas o Brasileiro tem um peso diferente.
Juan e Léo Moura marcaram época nas laterais do Flamengo e foram símbolos daquela geração vitoriosa — Foto: Agência/O Globo
4 de 4 Juan e Léo Moura marcaram época nas laterais do Flamengo e foram símbolos daquela geração vitoriosa — Foto: Agência/O Globo

Juan e Léo Moura marcaram época nas laterais do Flamengo e foram símbolos daquela geração vitoriosa — Foto: Agência/O Globo

Aos 38 anos, Juan mora em São Paulo, sua cidade natal, desde que encerrou a carreira, em 2019. Há nove meses teve o seu primeiro filho, Gabriel. O ex-jogador trabalha desde o meio do ano passado agenciando a carreira de atletas. Mesmo vivendo na capital paulista, ele conta ainda sentir o carinho do torcedor rubro-negro nas ruas e nas redes sociais.

- Eu tenho um reconhecimento muito legal da torcida. Ainda hoje sou reconhecido e lembrado. Sempre que vou ao Rio sou reconhecido. Quando a gente olha para trás, isso não tem preço. Não sou muito assíduo nas redes sociais, mas também recebo muitas mensagens sobre ter honrado a camisa do clube e é muito gratificante ser lembrado desta maneira.

Fonte: Globo Esporte
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