Análise: trabalho de Renato Gaúcho no Flamengo atravessa seu pior momento

A oscilação e a queda de produtividade do Flamengo é uma constatação. Nos últimos dez jogos em um mês, são cinco vitórias, quatro empates e uma derrota. A segunda não veio por pouco, justamente em um jogo decisivo pela semifinal da Copa do Brasil. Se até agora o time de Renato Gaúcho tinha apresentações fracas no Brasileiro compensadas nos torneios eliminatórios, diante do Athletico, em Curitiba, manteve o viéis de baixa. Empatou por 2 a 2, mas foi desorganizado, sem criatividade, e por pouco não levou a decisão para o Maracanã em desvantagem.

Empate: Flamengo mantém declínio coletivo e escapa de virada do Athletico com pênalti no fim

Que o trabalho de Renato Gaúcho vive seu pior momento está claro. A questão é se o clube vai conseguir suportar esse mau momento e reagir a tempo de bater de frente com o Atlético-MG no Brasileiro e quem sabe na própria Copa do Brasil, e decidir a Libertadores contra o Palmeiras em um mês. Se o time não reagir logo, os títulos vão se tornar obra do acaso. Há claros sinais de esgotamento em meio a calendário e desfalques, mas jogadores e treinador têm responsabilidade.

O pênalti convertido por Pedro nos acréscimos salvou o Flamengo da derrota em Curitiba. Thiago Maia abriu o placar no primeiro tempo, mas Pedro Henrique e Renato Kayser viraram o jogo no segundo tempo, em jogadas pelo alto em cima de Léo Pereira. O Flamengo, que já não tinha Arrascaeta e Bruno Henrique, machucados, ainda perdeu Gabigol, que teve atuação ruim e acabou torcendo o pé na etapa final.

Fla-Flu

Antes do jogo de volta, quando uma vitória simples classifica o Flamengo para a final, o time terá o Fluminense pela frente no sábado, pelo Brasileiro. Sem vantagem de gol fora de casa na Copa do Brasil, qualquer empate leva a decisão para os pênaltis. Na reta final de temporada, o técnico Renato Gaúcho trocou os sorrisos das goleadas em sequência por partidas pobres tática e tecnicamente da equipe. Sem tempo para treinar e com muitos problemas físicos, o time perdeu o entrosamento e as ideias.

Ontem, achou um gol depois de sofrer pressão inicial. O que lhe permitiu momentos de soberania. Mas foi só o Athletico ajustar o espaço no seu meio-campo para criar dificuldades. O Flamengo passou a errar muitos passes, perder poder de criação, e ficar encurralado. Ainda há tempo de encontrar uma saída.

Fonte: O Globo