Análise: primeira "prova de fogo" de 2024 mostra que Flamengo ainda tem muito o que evoluir

+ Contratações do Flamengo para 2024: veja quem chega e quem vai embora

O Flamengo versão 2024 aparenta estar no caminho certo: está invicto, leva poucos gols e busca o melhor encaixe com o quarteto de meio de campo que todo torcedor queria ver no time titular: Pulgar, Gerson, De la Cruz e Arrascaeta. Mas a primeira "prova de fogo" da temporada mostrou que o time tem muito o que evoluir ainda nesse encaixe. O que por um lado é natural do processo.

Por exemplo: a defesa. No jogo anterior, Tite exaltou o fato de o Flamengo não ter nada nenhuma chance de gol na vitória por 2 a 0 sobre o Sampaio Corrêa, mas o adversário não era parâmetro. Contra o Vasco, mesmo sendo um time inferior tecnicamente ao Flamengo , em clássico as forças se equilibram. E mesmo criando pouco, as melhores oportunidades foram do rival, em dois lances do Vegetti em que Léo Pereira salvou em cima da linha.

Há de se fazer um adendo: Tite perdeu Ayrton Lucas de última hora, com uma gastroenterite, e ainda não pode contar com o recém-chegado Viña. Por isso, precisou improvisar Varela na lateral esquerda. E o Vasco soube explorar isso colocando os cruzamentos para Vegetti nas costas do uruguaio. Por baixo, a marcação rubro-negra funcionou impedindo ou bloqueando as finalizações do rival.

Ofensivamente não faltou vontade, mas faltou ser mais objetivo e finalizar de média distância contra um time bem postado e que se defendia com cinco na última linha, tirando a profundidade para infiltrções. A movimentação insana de De la Cruz e Arrascaeta uma hora ou outra desmonta as linhas adversárias, aí os erros foram muitas vezes de escolha no famoso "último terço do campo".

Ao todo, o Flamengo criou seis chances de gol no clássico. Três no primeiro tempo, onde o Rubro-Negro teve 61% de posse de bola, sete finalizações e um domínio "arame liso" do jogo até a parada técnica. Foi apenas uma oportunidade clara nesse período: aos quatro minutos, Arrascaeta subiu sozinho na área e cabeceou mal. As outras duas aconteceram já no fim: aos 42, Fabrício Bruno ganhou no alto no escanteio e testou por cima do travessão; e no minuto seguinte, num raro contra-ataque com a defesa aberta, Pedro recebeu com ângulo para o chute e finalizou torto.

Na etapa final, o Rubro-Negro finalizou mais oito vezes e teve mais três chances de abrir o placar: um voleio de Léo Pereira após escanteio aos sete minutos; a infiltração aos 27 de Gabigol que saiu cara a cara com Léo Jardim (ele poderia ter rolado para o meio) em lance anulado por impedimento (o VAR validaria o gol porque não estava irregular); e o fatídico pênalti perdido pelo camisa 10 aos 44. Falando nisso, já é desde o ano passado que o atacante viu seu rendimento na marca da cal despencar . Não seria hora de mudar o batedor?

O Flamengo é e foi mais time do que o Vasco na maior parte do jogo. Nos primeiros 25 minutos encurralou o rival na defesa, apesar de não conseguir ferir o adversário, que controlou a metade final do primeiro tempo. O Rubro-Negro retomou as rédeas ao longo de quase toda a etapa final, mas o empate acabou sendo justo visto que o Vasco esteve mais perto de vencer por ter tido as melhores chances.

Em cinco jogos com Tite em 2024, o Flamengo deixa o campo pela primeira vez sem estufar a rede do adversário. O empate ainda impediu o time, estacionado em sexto lugar com nove pontos e um jogo a menos, de voltar ao G-4 do Campeonato Carioca. O elenco se reapresenta na tarde desta segunda-feira no Ninho do Urubu e inicia a preparação para outro clássico: na quarta-feira contra o Botafogo, às 21h30 (de Brasília), no Maracanã.

Assista: tudo sobre o Flamengo no ge, na Globo e no sportv