Foi um domingo incomum para o Flamengo no Maracanã. Não só pela falta da torcida, mas pela atuação ruim e pelo resultado: derrota por 1 a 0 para o Atlético-MG na estreia no Brasileiro e fim da invencibilidade de mais de um ano (com o time principal) em casa.
Todos queriam conferir qual seria a reação do time no primeiro jogo de Domènec Torrent no comando. Mas o que a torcida mais vai lembrar da partida foram as chances claras perdidas, especialmente no primeiro tempo, e o gol contra de Filipe Luís. A grande maioria dos jogadores esteve abaixo tecnicamente.
O desenho tático do Flamengo pouco mudou neste primeiro momento. Na saída de bola uma sutil alteração. Arão, que costumava iniciar as jogadas bem recuado, entre os zagueiros, desta vez não o fez com tanta frequência. Diego Alves foi muito mais exigido com os pés.
Na frente, a pressão na saída da bola e rapidamente quando o time perdia a posse, continuou. Na primeira etapa, as chances foram sendo criadas. Bruno Henrique aproveitou um vacilo da defesa e ficou com o gol aberto, mas acertou a trave. O passe para Gabigol, livre e em condição legal, era a melhor opção.
Gabigol, do Flamengo, e Júnior Alonso, do Atlético-MG, observam Bruno Henrique perder chance incrível — Foto: André Durão
Faltou ritmo de competição, já que o time não atuava há 24 dias, e concentração. Arrascaeta também teve duas ótimas oportunidades. A primeira após lindo passe de Gabigol, mas o goleiro Rafael defendeu. Depois, Everton deu o passe e o uruguaio mandou rente à trave.
A essa altura, o Flamengo já perdia por 1 a 0. Filipe Luís, que completou 35 anos no domingo, foi cortar um cruzamento e fez contra.
- Criamos muitas oportunidades no primeiro tempo, mas não conseguimos fazer o gol. Não tivemos as linhas compactas e isso temos que trabalhar muito melhor porque temos qualidade. Jogamos muito separados. Willian (Arão) jogou 80% do tempo sozinho no meio e quando isso acontece você tem problemas - analisou Dome.
No segundo tempo, o Flamengo tentou acelerar, mas cometeu mais erros e acabou criando menos. Dome fez três mudanças para tentar deixa o time mais ofensivo: Pedro no lugar de Arrascaeta, Michael na vaga de Everton Ribeiro e Vitinho no lugar de Gerson.
O gol sofrido pelo Flamengo — Foto: André Durão
Com cinco atacantes, o time ficou espaçado e sem criação. Não deu certo.
- No segundo tempo estivemos totalmente desorganizados. Tínhamos que juntar as linhas, mas quando você está em uma grande equipe, os jogadores querem ganhar, ganhar e ganhar e às vezes é melhor ter a bola e atacar no momento certo. Por isso eu digo que talvez seja minha culpa porque o treinador sempre pode organizar melhor o time. Mas eles deixaram tudo em campo - disse Dome.
O Flamengo volta a campo na próxima quarta-feira para enfrentar o Atlético-GO, em Goiânia.