Análise: pelas mãos de César e com dedo de Dorival, Flamengo salva festa em dia de cobranças

Podemos dizer que foi um presente de aniversário. Merecido, mas, ali, na ponta do laço.

O Flamengo que fez 1 a 0 sobre o Santos no dia em que completou 123 anos foi melhor do que na derrota para o Botafogo - seria difícil repetir atuação tão ruim - e esteve longe do bom futebol apresentado no início da passagem de Dorival Júnior. Na média, valeu pela festa e pelos três pontos que mantêm o fio de esperança de título do Brasileirão.

A vitória passou muito por três aspectos: os mais de 46 mil presentes no Maracanã - que não pouparam nas cobranças antes mesmo de a bola rolar -, as defesas providenciais de César diante de Gabigol e a estrela de Dorival. Berrío precisou de apenas três minutos em campo para dar assistência para Dourado - que também veio do banco - e salvar um Flamengo que jogou mais na base da vontade do que da técnica.

Com três desfalques (cenário que vai se repetir domingo, diante do Sport), o Flamengo demorou para se encontrar em campo e parecia preocupado em não errar e permitir que o Santos aproveitasse a velocidade de seu ataque. Defensivamente, a estratégia deu certo. Bruno Henrique, Rodrygo e Gabriel praticamente não apareceram no primeiro tempo.

Flamengo x Santos

  • Posse de bola: 60% x 40%
  • Finalizações: 19 x 10
  • Chances reais: 3 x 4
  • Passes errados: 13 x 13
  • Desarme/Roubadas: 22 x 45

O problema era que o Peixe também tinha facilidade para conter os avanços rubro-negros. Escalado mais avançado, fazendo a função de Arão, Rômulo até se mostrou voluntarioso, chutou de longe, entrou na área, mas pecou pela falta de dinâmica. Some a isso um Everton Ribeiro em mau momento e um Rodinei pouco eficiente.

Pronto. O lado direito de ataque, principal válvula de um Flamengo que tinha Pará improvisado no outro lado, penava para criar chances claras dentro da área. A solução foi apostar em chutes de fora. Foi assim que Vitinho, mesmo mais isolado do que de costume, assustou Vanderlei.

Henrique Dourado, Berrío e Jean Lucas: as substituições de Dorival no segundo tempo — Foto: Jorge R Jorge/BP Filmes

Henrique Dourado, Berrío e Jean Lucas: as substituições de Dorival no segundo tempo — Foto: Jorge R Jorge/BP Filmes

- A equipe conseguiu se reequilibrar após se mostrar um pouco nervosa no início. Jogo muito franco e aberto desnecessariamente. Nos posicionamos de maneira adequada. Tínhamos a posse de bola e faltava penetração. No segundo tempo, melhoramos - avaliou Dorival.

A melhora, por sua vez, seguia inofensiva. Com 60% de posse de bola, o Flamengo finalizou 19 vezes contra 10 do Santos, mas teve menos chances claras: 3 a 4. O que fez a diferença basicamente foi a pontaria dos centroavantes.

Com o placar 0 a 0, Gabigol recebeu passe de Bruno Henrique na pequena área e parou em César. Já no fim, teve a chance do empate em cobrança de pênalti e novamente perdeu o duelo para o goleiro rubro-negro. Henrique Dourado na única chance que teve não perdoou.

Cuca e Dorival Junior antes do jogo no Maracanã — Foto: André Durão

Cuca e Dorival Junior antes do jogo no Maracanã — Foto: André Durão

A jogada que vale usar o clichê "dedo do técnico" começou aos 24, com a entrada de Berrío no lugar de Vitinho. Dorival mandou Everton Ribeiro para esquerda e soltou o colombiano na direita. Assim, o camisa 7 tabelou com Diego, que inverteu para Berrío escorar de primeira e deixar Dourado na boa para ceifar: 1 a 0.

Gol! Festa! Se não foi uma vitória convincente, foi suficiente para aliviar os protestos dos torcedores e liberar o canto de parabéns ao apito final.

Através das mãos de César e com o dedo de Dorival, o Flamengo está mais próximo de se garantir na fase de grupos da Libertadores e segue na caça do Palmeiras: com 63 pontos, é o terceiro, dois a menos que o Inter e a sete do líder.

Domingo, às 17h (de Brasília), o rival é o Sport, na Ilha do Retiro, pela 35ª rodada.

banner flamengo — Foto: Divulgação

Fonte: Globo Esporte