Análise: "modo blitz" funciona, Flamengo recupera intensidade e ganha moral para a Libertadores

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Desde o segundo tempo da derrota para o Cruzeiro no Mineirão domingo passado, passando pelos 90 minutos do empate com o Central Córdoba na Argentina, o Flamengo vinha jogando em uma rotação mais baixa. E Filipe Luís decidiu mexer no time além definir Allan como substituto do suspenso De la Cruz. O técnico apostou na agilidade de Michael contra Acevedo, um volante improvisado como lateral-direito, e em Bruno Henrique como falso 9 para ter uma marcação mais agressiva na última linha.

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A escolha para centroavante passa também pela situação física de Pedro, que por causa dos quase sete meses afastado por lesão ainda tem uma recuperação pós-jogo mais lenta que os demais. O resultado foi uma verdadeira blitz rubro-negra que surpreendeu o Bahia. Em menos de 10 minutos, o Flamengo teve uma chance cara a cara com o goleiro, uma bola no travessão e um gol de Arrascaeta.

Sufocado, o bom time do Tricolor de Aço, que vinha de vitórias sobre Palmeiras e Botafogo, só começou a respirar e a aparecer no campo de ataque perto dos 15 minutos. Mas o Flamengo, mesmo sem conseguir manter aquela intensidade inicial por muito tempo, em nenhum momento perdeu o controle de um jogo que foi mais tático do que vistoso para os mais de 60 mil presentes ao Maracanã.

Foi um duelo muito estudado de ambos os lados para tentar anular os pontos fortes de cada time. E Filipe Luís ainda teve que lidar com o fator sorte nesse "jogo de xadrez": perdeu os seus dois volantes titulares na partida, Allan e Pulgar, machucados ainda no primeiro tempo, com uma diferença de 24 minutos de um para o outro.

Ou seja, o técnico precisou gastar duas substituições, colocou Evertton e Luiz Araújo, e continuava com três na manga. Porém, só poderia parar o jogo no segundo tempo uma vez. Enquanto Rogério Ceni colocava a cavalaria em campo (Everton Ribeiro, Cauly e Erick Pulga começaram no banco para serem preservados para a Libertadores), Filipe Luís ainda segurou esse último movimento sob risco de perder mais alguém.

Até que aos 34 ele trocou as peças do ataque por Pedro, Cebolinha e Wallace Yan para bater de frente, mas a expulsão de Gerson em seguida atrapalhou os planos e fez o time recuar para garantir o resultado na raça. Entre um grande primeiro tempo e uma etapa final tímida, o Flamengo mereceu a vitória e foi sempre melhor que o Bahia, que em toda a partida teve uma única chance de gol, em lance de Kayky que parou em Rossi.

A outra oportunidade que o Bahia teve, com Lucho Rodríguez cara a cara com Rossi, não entra na conta porque estava impedido. O Rubro-Negro por sua vez teve 59% de posse de bola, finalizou quase o dobro (11 a 6) de vezes e também trocou quase o dobro de passes (605 contra 380). E além do gol marcado por Arrascaeta, o Flamengo teve outras cinco chances claras, mas duas delas em dose dupla. Veja abaixo:

A vitória e a vibração dos jogadores são importantes para recuperar a confiança antes de um jogo de vida ou morte para o Flamengo na Libertadores. Terceiro colocado do Grupo C com cinco pontos, o time recebe a líder LDU, com oito, com a obrigação de vencer para chegar vivo à última rodada da fase de grupos.

Os jogadores do Flamengo ganharam folga neste domingo de Dia das Mães e se reapresentam segunda-feira no Ninho do Urubu. O jogo contra a LDU será na quinta-feira, às 21h30 (de Brasília) no Maracanã. No Brasileirão, o Rubro-Negro reassumiu provisoriamente a liderança, com 17 pontos, e precisa secar o Palmeiras no clássico deste domingo contra o São Paulo, única equipe ainda invicta no campeonato. Derrota ou empate do Alviverde mantém o Fla em 1º lugar.

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