O torcedor do Flamengo foi dormir com algo ruim de digerir além de mais uma derrota na Libertadores: os exemplos recentes de outros times mais modestos contra os mesmos adversários do Rubro-Negro.
O Palestino, que derrotou o Flamengo por 1 a 0 com estádio quase vazio em Coquimbo, no Chile, na noite de terça-feira, foi o mesmo que foi goleado pelo Bolívar por 4 a 0 em casa (e jogando diante da sua torcida em Rancagua). E na semana passada, a vitória magra por 1 a 0 sobre o Amazonas no Maracanã, pela Copa do Brasil, também foi muito criticada. Ainda mais agora que a Ponte Preta jogou com eles pela Série B e deu de 3 a 0 em casa.
Enquanto isso, o Flamengo transformou a má fase em rotina. Já são seis jogos com apenas uma vitória, justamente essa contestada diante do Amazonas. E o desempenho ruim em todos. Contra o modesto Palestino, o Rubro-Negro parecia mais frio do que a gelada noite chuvosa em Coquimbo. Um time espaçado, por vezes exposto e muitas vezes sonolento, principalmente no primeiro tempo. E que dependia demais do De la Cruz para construir algo.
Scout - Palestino x Flamengo
Quesito | Palestino | Flamengo |
Posse de bola | 36% | 64% |
Finalizações (no alvo) | 12 (4) | 17 (4) |
Chances de gol* | 3 | 7 |
Passes (precisão) | 258 (61%) | 499 (81%) |
Desarmes | 16 | 7 |
Faltas | 15 | 8 |
Escanteios | 6 | 5 |
Impedimentos | 3 | 1 |
Lembram do discurso do time equilibrado de Tite, de que se o Flamengo não sofresse gols fatalmente iria fazer no ataque pela qualidade dos jogadores? Os números ofensivos mostram que já não é mais assim: foram apenas três gols nessa sequência de seis partidas. Em Coquimbo, o Flamengo teve 64% de posse de bola e 17 finalizações, mas voltou a passar em branco. E, mesmo jogando mal, ainda teve chances diante de um Palestino bem limitado. Foram sete oportunidades :
"Ah, mas o cara acertou um chute que só se acerta uma vez na vida e outra na morte", como o próprio Rossi quis dizer na coletiva, embora não com essas palavras. Óbvio que foi muito mérito do Cornejo, indefensável. Mas não vale como desculpa porque o Palestino teve outras duas boas chances: uma defendida por Rossi no primeiro tempo e outra furada de Marabel no segundo (veja na imagem abaixo) . E o Flamengo , pelo time e elenco que tem, deveria ter ganhado mesmo tomando gol.
Está certo que Tite está lidando com dois desfalques de peso de Pulgar e Arrascaeta (que juntos formam 66% do meio de campo titular do time). Porém, não dá para culpar só isso, assim como não é só questão de perda de confiança, como o próprio Tite reconheceu na coletiva.
Taticamente o Flamengo estagnou, perdeu o encanto e passou a sofrer muito nas bolas paradas. No tudo ou nada no fim do jogo, o time ficou uma bagunça, com Fabrício Bruno e Léo Pereira no ataque entre Pedro e Gabigol.
O que salvou da noite foi só Cebolinha. A volta do atacante de lesão, jogando os 90 minutos e tendo boa atuação, foi uma espécie de alento.
O resultado tirou o Flamengo da zona de classificação do Grupo E para as oitavas de final da Libertadores. Com só quatro pontos (dois atrás do Palestino), o Rubro-Negro agora é o terceiro colocado e vê aumentar o risco de vexame de uma eliminação na primeira fase. Por isso, terá uma "final antecipada" contra o líder Bolívar na semana que vem no Maracanã. Antes, o time recebe o Corinthians no próximo sábado, às 16h (de Brasília), pela sexta rodada do Brasileirão.
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