Análise: Flamengo oscila, peca na efetividade e acorda de sonho do título

A vitória em cima do Palmeiras poderia ter sido o gatilho do embalo, mas o empate amargo com o Fluminense fez o Flamengo acordar do sonho pelo título brasileiro. Matematicamente, há chance. Mas a oscilação coloca o elenco em disputa - primeiramente - pelo G4.

Quem assistiu viu um jogo com dois tempos completamente distintos. O Flamengo dominou o primeiro tempo. O Fluminense dominou o segundo. Difícil é explicar como o time de Tite não fez mais que um gol na etapa inicial.

Arrascaeta abriu o placar já nos acréscimos do primeiro tempo - com um golaço, diga-se de passagem. Nino ficou no chão com o drible do uruguaio que recebeu uma linda bola de Pulgar. Mas antes disso, o Flamengo já tinha finalizado sete vezes, sendo cinco com perigo. Além do gol, dois lances chamaram atenção.

Gerson em Flamengo x Fluminense — Foto: André Durão

Uma delas na trave com Cebolinha em uma jogada com Pulgar e Gerson. O atacante, que vive o melhor momento com a camisa do Flamengo , invadiu a área e quase abriu o placar aos 18 minutos. Outra boa chance foi com Gerson, aos 42, quando dominou de peito dentro da área, mas chutou fraco para defesa de Fábio.

Finalizadores no 1ª tempo

Quantas finalizações?
Filipe Luís 1
Gerson 1
Arrascaeta 2
Luiz Araújo 2
Cebolinha 1

O Flamengo fez um primeiro tempo com uma intensidade alta, demonstrando uma organização tática evolutiva para o sexto jogo com a nova comissão técnica. O time conseguiu neutralizar a principal característica do Fluminense e pressionou muito bem a saída de bola de Fernando Diniz.

O duelo entre os últimos campeões da Libertadores parecia que terminaria com a vitória rubro-negra, mas a falta de efetividade para converter as chances claras no primeiro tempo, deixou o jogo muito palpável para o Fluminense.

- Fica a sensação de que poderíamos ter vencido, disse Tite em coletiva

Tite voltou para o segundo tempo com uma vantagem pequena e um time que se desgastou muito fisicamente. Já nos primeiros minutos do segundo tempo era possível perceber que o Flamengo não conseguiria manter o ritmo inicial. Além disso, as substituições de Diniz mudaram o comportamento do Fluminense.

Arrascaeta sai para comemorar gol em Flamengo x Fluminense — Foto: André Durão

O treinador rubro-negro demorou a entender a nova dinâmica do jogo e, enquanto isso, o time se recuou para segurar o placar, foi muito pressionado e pouco criou. Um apagão defensivo com falhas de Matheuzinho, Léo Pereira, Filipe Luís e Rossi resultou no empate do Fluminense com Yony González aos 17.

Foi então que Tite fez as cinco substituições em um espaço curto de tempo. É bem verdade que o treinador chamou Bruno Henrique antes do gol de empate. O atacante já estava na beira do campo esperando para entrar pouco antes da jogada tricolor. Thiago Maia, Ayrton Lucas, Everton Ribeiro e Gabigol foram os escolhidos.

As alterações não tiveram impacto direto e significativo mas, de fato, fizeram o Flamengo equilibrar um pouco mais o jogo. Tite leu bem e reposicionou Gerson, que passou a cair mais pelo lado direito do campo e arriscar alguns lances. Equilibrou, porém não encontrou o controle da partida.

Pela atuação no primeiro tempo, o empate foi bem amargo para o Rubro-Negro. Pelo o que fez no segundo tempo, o empate foi justo e ficou até barato. A verdade é que o resultado afastou o Flamengo do sonho do nono título brasileiro. O empate isolado não seria ruim, mas as recentes derrotas para Santos e Grêmio colocaram um peso maior nesta reta final.

Com 57 pontos, e quinto colocado, o Flamengo precisa se concentrar em buscar a vaga entre os quatro primeiros para disputar a fase de grupos da Libertadores. A concorrência mostra que até para isso é preciso ser constante. São seis times buscando as primeiras colocações.

O próximo compromisso do Flamengo é somente no dia 23, contra o Bragantino, no Maracanã. Até lá, Tite terá 12 dias de trabalho para intensificar a metodologia e conhecer cada vez mais o elenco para encontrar soluções quando necessárias.

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Fonte: Globo Esporte