Análise: Flamengo mostra mudanças pós-Renato, mas sinergia com torcida é o grande destaque em vitória sobre o Ceará

Poderia ter sido uma noite de ressaca pela perda do título da Libertadores. Mas o tom da vitória por 2 a 1 sobre o Ceará, no Maracanã, foi mais de reconciliação com a torcida. Menos por importância do resultado, que em termos práticos serviu apenas para adiar a confirmação do título do Atlético-MG, e sim pela sinergia exibida entre time e público. Os rubro-negros jogaram sob forte apoio dos mais de 47 mil torcedores. Críticas e xingamentos apenas ao demitido Renato Gaúcho e à diretoria.

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Os três pontos serviram para confirmar o segundo lugar brasileiro para o Flamengo, que chegou aos 70 e já não pode ser alcançado pelo Palmeiras. As chances de título seguem remotas: de apenas 0,31%, segundo o Departamento de Matemática da UFMG. Para ratificar a conquista, o Atlético-MG, com 78,  precisa vencer o Bahia, nesta quinta, em Salvador. Já os rubro-negros voltam a campo na sexta, contra o Sport, na Arena Pernambuco.

— Nosso sentimento ainda é de tristeza por ter perdido o título (da Libertadores). Era muito importante para nós e ia dar uma alegria imensa para a nação. Mas eles mostraram mais uma vez que são Flamengo, que vivem desse sentimento inexplicável — comentou Everton Ribeiro.

Importante também destacar a noite de Andreas Pereira. Responsável pela falha que levou ao segundo gol do Palmeiras na final de sábado, o meio-campista chegou a ouvir vaias de um pequeno grupo de torcedores antes de a bola rolar. Mas logo foi aplaudido. Durante a partida, teve boa atuação e, por muito pouco, não foi premiado com um gol no último lance.

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Apesar de Maurício Souza ter assumido o comando apenas um dia antes do jogo, já foi possível ver algumas mudanças na forma como o time jogou. Provavelmente pelo fato do técnico — auxiliar permanente do clube e que já treinou a equipe em diversas oportunidades — conhecer as potencialidades dos jogadores, que, por sua vez, já sabem como ele gosta de trabalhar.

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Uma delas é a maior rotatividade da bola, passando de pé em pé e com mais viradas de jogo. Com Renato Gaúcho, o time era mais vertical.

Na frente, Bruno Henrique e Éverton Ribeiro iniciaram mais abertos, se aproximando menos de Gabigol centralizado. O resultado foi a concentração das finalizações no camisa 9. Das 11 conclusões da equipe, sete foram dele. Entre elas, o gol, logo aos 2 minutos. Na jogada, Fabinho errou na saída e foi desarmado por Diego. A bola sobrou para o atacante converter tirando do goleiro.

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Defensivamente, a equipe foi pouco testada. O Ceará apostou nas jogadas em velocidade. Mas o Flamengo, que adotou linhas de marcação médias, não deu o espaço e a bola pelos quais os cearenses tanto esperaram. Aos trancos e barrancos, Rick chegou a empatar, aos 25 da etapa final. Mas o time nordestino não conseguiu segurar a pressão rubro-negra, e Matheuzinho garantiu a vitória, aos 33.

Fonte: O Globo