A cena de Zico reverenciando os jogadores do Flamengo na cerimônia de entrega do troféu de campeão carioca é simbólica. O maior ídolo da história do clube, fruto da maior geração da história rubro-negra, também gostou do que viu. Afinal, está dando gosto de ver o time de Filipe Luís jogar até mesmo num 0 a 0.
Zico reverenciando os jogadores do Flamengo após o título carioca — Foto: Reprodução / sportv
A vitória por 2 a 1 no primeiro Fla-Flu da final deu a vantagem que sacramentou com muita justiça a conquista no último domingo no Maracanã. Na campanha do 39º título carioca do maior campeão do estado, o Flamengo do "Filipismo" amassou os pequenos e dominou os clássicos. Todos, até mesmo nos raros 0 a 0. Nesse caso, quando o placar não refletiu o que foi o jogo, "pior para os fatos", já diria o grande Nelson Rodrigues.
Scout - Flamengo x Fluminense
Quesito | Flamengo | Fluminense |
Posse de bola | 62% | 38% |
Finalizações (no alvo) | 9 (1) | 7 (2) |
Chances de gol* | 3 | 2 |
Passes (precisão) | 497 (88%) | 243 (76%) |
Desarmes | 10 | 31 |
Escanteios | 9 | 5 |
Faltas | 20 | 21 |
Impedimentos | 1 | 0 |
E foi novamente assim na tarde de domingo contra o Fluminense, que precisava vencer. Mas parecia o contrário, que era o Flamengo quem tinha a necessidade de correr atrás do prejuízo pela postura em campo. Se um gringo esticou o Carnaval no Rio de Janeiro e esteve no Maracanã nesse Fla-Flu, deve ter sido difícil entender que o time que atacou do início ao fim era quem jogava pelo empate.
Mapa de calor de Flamengo x Fluminense no intervalo do clássico — Foto: Reprodução / sportv
Obviamente o Fluminense, em desvantagem, não entrou para se defender. Ele só não conseguiu jogar porque o Flamengo não deixou. Se liga no mapa de calor do intervalo do jogo (veja na imagem acima) . O Rubro-Negro terminou com 62% de posse de bola, mais do que o dobro de passes (497 contra 243 do rival), nove finalizações e seis chances de gol. Mas a arbitragem acabou anulando metade dessas oportunidades. Vamos a elas:
Para não dizer que o Fluminense não fez nada, o rival, que terminou o primeiro tempo com apenas uma finalização, assustou em dois momentos durante os 90 minutos:
Como o próprio Filipe Luís disse em entrevista coletiva depois do título: "É muito difícil ganhar da gente, somos um time que sabe como atacar e defender". E daria para acrescentar: "E também como encher os olhos da torcida, que gritou o nome do treinador a plenos pulmões no Maracanã antes e depois da partida.
Jogadores do Flamengo comemoram no Maracanã — Foto: Gilvan de Souza / CRF
O estilo de jogo do "Filipismo" passa muito pelos volantes, e Pulgar e De la Cruz jogaram muito, tanto para defender, sair jogando e atacar. Foram os dois que mais acertaram passes no jogo: 65 do chileno e 61 do uruguaio . O "quadrado mágico" com Gerson e Arrascaeta tem tudo para dar liga quando o camisa 10 conseguir recuperar o seu melhor nível.
Posicionamento ofensivo de Pulgar e De la Cruz no Flamengo — Foto: Thiago Lima / ge
Com uma ótima dupla de zaga e de laterais, esse time só precisa ser mais letal ofensivamente para ser candidato a tudo o que disputar na temporada (exceto pelo Mundial de Clubes, onde os favoritos são os europeus). Falta um homem-gol que Plata já mostrou que não é, assim como Juninho mostrou sua melhor versão neste Fla-Flu como garçom. Mas Bruno Henrique e Pedro vêm aí.
O Flamengo agora volta a campo só daqui a duas semanas: no dia 29, o time recebe o Inter às 21h (de Brasília) no Maracanã, em sua estreia no Campeonato Brasileiro. Mas nesta segunda-feira de folga começa a Libertadores para o Rubro-Negro com o sorteio da fase de grupos da competição. O elenco se reapresenta na terça-feira no Ninho do Urubu.
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