Venceu quem mais se esforçou para jogar futebol. Um futebol amarrado, sem muita criatividade, bem longe daquele que encanta e coloca perto do título brasileiro. Mas futebol. Por se propor a fazer o que todos esperavam, o Flamengo foi premiado com o 1 a 0 sobre o Botafogo e já pega a calculadora para a matemática da sétima conquista do Brasileirão.
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Lincoln comemora o gol que deu a vitória ao Flamengo — Foto: André Durão
Com 74 pontos - oito a mais que o Palmeiras - faltando sete rodadas para o fim da competição, o Rubro-Negro precisa de quatro vitórias e um empate para gritar “é campeão” independentemente dos rivais. A 23ª vitória na competição foi conquistada na base da insistência e, para variar, no brilho de Bruno Henrique na noite de quinta-feira, no Engenhão.
Botafogo x Flamengo
- Posse de bola: 27% x 73%
- Finalizações: 5 x 18
- Chances reais: 2 x 6
- Escanteios: 1 x 10
- Cruzamentos: 5 x 16
- Faltas: 15 x 14
É bem verdade que a estratégia do Botafogo deu certo em boa parte do tempo. Com uma marcação forte e, em muitos lances, violenta, o dono da casa amarrou o jogo, contou com a condescendência de Leandro Vuaden em alguns momentos e conteve o ímpeto do líder do Brasileirão.
O Flamengo pouco jogou no primeiro tempo, Gatito praticamente não trabalhou, e as bolas esticadas nas costas de Renê permitiram que o Glorioso assustasse com Luiz Fernando. Não à toa, Pablo Marí foi providencial ao travar chute do atacante já dentro da área na etapa inicial.
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Carli e Jesus bateram boca após a partida. Treinador reclamou da violência do Botafogo — Foto: André Durão/GloboEsporte.com
Do outro lado, o Rubro-Negro até tinha posse de bola (terminou a partida com 73%), mas praticamente só criava com Ribeiro e Rafinha pela direita. Nada que empolgasse muito o torcedor.
O segundo tempo parecia igual: o Botafogo fechado, sem vergonha de apelar para divididas ríspidas e o Flamengo sem inspiração. Mas Bruno Henrique entrou em ação pela primeira vez: arrancada, puxão de Luiz Fernando e expulsão aos oito. O jogo virou ataque contra defesa.
Com um a menos, o Botafogo estacionou o ônibus preto e branco na entrada da área, e não havia troca de passes de um lado para o outro que fizesse o Flamengo encontrar espaços para entrar. Tecnicamente, boa parte dos jogadores rubro-negros não viveu grande noite, o que facilitava que o Alvinegro segurasse o empate.
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Bruno Henrique e Carli no clássico nervoso do Engenhão — Foto: Jorge R Jorge/BP Filmes
Se não tinha campo para criar pelo meio, Jorge Jesus entrou em ação e surpreendeu pelas peças. Jogou Lincoln, que não atuava desde o clássico contra o próprio Botafogo no turno, dentro da área, deu maior flutuação a Gabigol e colocou Lucas Silva para abrir o campo desempenhando na direita o papel de Bruno Henrique na esquerda. Deu certo.
Os espaços tão raros pelo meio começaram a aparecer pelos lados, e foi assim que Bruno Henrique botou em ação a já conhecida passada larga após passe de Everton Ribeiro. Os poucos metros quadrados próximos da linha de fundo pareciam um latifúndio, e o cruzamento saiu na medida para Lincoln escorar: 1 a 0.
Prêmio para quem, mesmo aos trancos e barrancos, jogou futebol na noite de quinta-feira no Rio de Janeiro.