Análise: Flamengo espanta fantasmas recentes na Libertadores, mas expõe dificuldades na criação

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Vencer é o mais importante em uma estreia de Libertadores. E o contexto também pesa: jogando fora de casa com um time muito desfalcado. Foi neste cenário que o Flamengo derrotou o Deportivo Táchira por 1 a 0, na Venezuela, na noite de quinta-feira. O resultado positivo na primeira rodada voltou a acontecer depois de dois anos e encerrou a sequência de nove partidas sem vencer como visitante na competição - desde a semifinal contra o Vélez, em 2022.

O Flamengo fez o que precisava para iniciar bem a campanha: espantou os fantasmas recentes, conquistou os três pontos para buscar o primeiro lugar do Grupo C e deu o pontapé inicial no caminho para o tetra. Mas também há pontos negativos: o time de Filipe Luís deixou o campo com fragilidades e carências a serem corrigidas para a sequência da temporada.

Juninho e Filipe Luís na Libertadores — Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

A verdade é que o Flamengo venceu, mas não convenceu. O jogo não chegou nem perto das boas atuações do time sob o comando do treinador, mas é claro que cinco ausências precisam ser levadas em conta: Danilo, Arrascaeta, Gerson, Wesley e Plata. O número de desfalques fez o Rubro-Negro ter um banco sem peso e de muitos jogadores da base. Ainda assim, veio do banco o gol da vitória, com a estrela de Juninho brilhando logo após entrar em campo, durante o segundo tempo.

As ausências ilustram a dificuldade de Filipe Luís: manter uma equipe competitiva mesmo sem os principais jogadores. O Flamengo começou o jogo com quatro atacantes (Luiz Araújo, Cebolinha, Michael e Bruno Henrique) e um meio-campo vazio, somente com Pulgar e De la Cruz. Os gringos sustentaram, mas não o suficiente para deixar o time criativo.

O Flamengo teve dificuldade de criação, pecou na intensidade e viveu uma noite com o ataque inteiro com atuação ruim. Mas o baixo nível técnico do Táchira fez o jogo ser controlado pelos cariocas a todo momento, mesmo com o pouco dinamismo e a falta de agressividade rubro-negra. Foram apenas quatro finalizações no alvo, cinco para fora, três defendidas e 61% de posse de bola.

Time do Flamengo que começou o jogo de estreia do time na Libertadores 2025, contra o Deportivo Táchira, na Venezuela — Foto: Gilvan de Souza / Flamengo

A vitória veio pela estrela de Filipe Luís, que fazia a sua estreia como técnico profissional na Libertadores. Aos 10 minutos do segundo tempo, o treinador fez as primeiras mudanças: Juninho no lugar de Michael, Alex Sandro no de Ayrton Lucas e Allan no de De la Cruz.

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Dois minutos depois, o lance que garantiu a vitória. Alex Sandro lançou para Everton Cebolinha, que se esticou todo para alcançar a bola e cruzou pela esquerda. Bruno Henrique desviou de cabeça para a segunda trave, e Juninho abriu o placar marcando de peito. O fato deste ter sido um lance isolado - e relâmpago - exemplifica a má atuação rubro-negra na Venezuela.

O jogo, que já era morno desde o início, diminuiu ainda mais a rotação depois do gol. Wallace Yan entrou no lugar de Bruno Henrique aos 24 minutos e, na reta final, João Victor entrou no lugar de Cebolinha. O Flamengo ainda levou dois grandes sustos na reta final: Balza fez jogada individual, mas finalizou em cima de Rossi e Maidana chutou no pé da trave.

Time que quer ser campeão precisa de resultado. E foi isso que o Flamengo conseguiu fazer nesta estreia na Libertadores. O tabu jogando como visitante ficou para trás. E Filipe Luís dá sinais - mais uma vez - de que sorte às vezes é necessário.

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Fonte: Globo Esporte