Em tempos de Carnaval, a figura do Rei Momo é quem simboliza a data festiva no Brasil. Mas este não foi o único monarca a brilhar neste sábado no Rio de Janeiro. Em tarde de clássico, Bruno Henrique fez valer o apelido de "rei dos clássicos" e decidiu mais um jogo pelo Flamengo . Hoje, o atacante é quem melhor representa a folia rubro-negra.
Em pleno sábado de Carnaval, Bruno Henrique marcou o gol da vitória contra o Vasco, em jogo válido pela primeira semifinal do Carioca. Foi o 10º gol dele neste clássico e o 21º contra os rivais do estado . Número que o tornou o maior artilheiro do Flamengo em clássicos no século 21.
Bruno Henrique comemora seu gol pelo Flamengo contra o Vasco Campeonato Carioca 2025 — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
Foi um jogo com tempos distintos, mas o Flamengo conseguiu suportar o mau desempenho e o nervosismo na primeira etapa, mudar de postura na volta do intervalo e vencer apoiado em uma das suas principais características sob comando de Filipe Luís: inteligência.
Clima quente, jogo morno
Duas estatísticas ajudam a ilustrar bem um pouco de como foi o primeiro tempo. Com 15 minutos de jogo, o Flamengo havia finalizado uma vez no gol adversário e levado dois cartões amarelos.
O clima quente dentro de campo logo amarelou Wesley e Pulgar, em lances de faltas mais duras em meio a um jogo tenso e que rendeu ao Vasco outros quatro cartões apenas na primeira metade do jogo.
A primeira finalização do Flamengo aconteceu só aos 13 minutos, quando Pulgar cobrou uma falta para fora. Aos 23, Arrascaeta recebeu no meio da área, mas não conseguiu bater para o gol depois de duas tentativas.
João Victor cabeceia e quase marca em Vasco x Flamengo — Foto: André Durão
Wesley fez grande jogada pelo meio, acionou Luiz Araújo pela esquerda e o camisa 7 cruzou para Arrascaeta no meio da área. O uruguaio pisou na bola, mas Lucas Freitas afastou mal e bola retornou para o camisa 10, que não conseguiu chutar.
Defensivamente, o Flamengo não repetiu a solidez dos jogos ao longo da temporada. A marcação pressão e alta do Vasco na saída de bola dificultou a vida de Léo Ortiz e Léo Pereira. Mas Ortiz se redimiu na reta final da primeira etapa: salvou na linha um chute de Rayan.
O Rei dos Clássicos decidiu mais uma
Já nos primeiros minutos foi possível perceber que o Flamengo voltou diferente - mesmo sem Filipe Luís ter feito qualquer substituição. A principal mudança? Dá para dizer que era a postura de um time competitivo e mais focado.
Em coletiva, Filipe Luís analisou a mudança pela adaptação ao gramado sintético, que acabou facilitando o time a encontrar espaços. Aos 4 minutos, Arrascaeta cobrou uma falta que deu susto e, aos 7, quase marcou um gol olímpico. Pouco tempo depois, Luiz Araújo acertou a trave em um chute da entrada da área.
Comemoração do gol do Flamengo contra o Vasco — Foto: André Durão
O Flamengo seguiu paciente e inteligente para fazer o gol aparecer. Aos 21, Bruno Henrique recebeu de Plata, dominou com o pé direito e usou o esquerdo para bater de chapa, no ângulo de Léo Jardim. Golaço.
Para manter o ritmo, Filipe Luís emplacou logo duas substituições quase na sequência: Allan no lugar de Luiz Araújo e Matheus Gonçalves no de Arrascaeta. O Flamengo seguiu valorizando a posse da bola, controlando o jogo e assegurou a vantagem no placar.
A única finalização depois do gol foi em chute de Matheus Gonçalves para fora. Ayrton Lucas e Wallace Yan entraram nos lugares de Plata e Bruno Henrique. Lá atrás, Rossi evitou o empate em cabeceio de João Victor no último lance do jogo - e em uma das raras chegadas do Vasco na etapa final.
O primeiro passo rumo a final foi dado. Enquanto o torcedor curte a folia, o Flamengo caminha para mais uma decisão e a possibilidade de mais um título na temporada - o que pode ser o terceiro de Filipe Luís em cinco meses no comando. Isso sem contar a Taça Guanabara.
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