Em diversos momentos da entrevista coletiva, Jorge Jesus fez questão de deixar claro: o jogo contra o Resende, vencido por 3 a 1 de virada , foi sempre encarado como uma preparação. A primeira prova de fogo do Flamengo em 2020 será contra o Athletico, na Supercopa do Brasil. Até lá, o que veremos serão rascunhos do que o Mister pretende.
Considerando este contexto, o que foi possível ver no primeiro rascunho aberto ao público?
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2020/8/t/HwWrJATrGeaAFJQAIt7g/75.jpg)
Jogadores do Flamengo comemoram gol sobre o Resende — Foto: André Durão
Após sete meses de trabalho, as premissas básicas de Jorge Jesus seguem bem assimiladas pelo elenco. Contra o Resende foi possível ver a maior parte dos mecanismos que fizeram do Flamengo um time tão vencedor em 2019: linha alta na defesa, pressão após a perda da bola, muita movimentação no ataque.
Olha como o Flamengo se assenhora do ataque e coloca jogadores na área. O jogador mais recuado está na intermediária ofensiva. #trmaraca pic.twitter.com/WiIklyEh2L
— February 3, 2020
A execução, obviamente, não foi 100%. A zaga, ainda desentrosada, foi pega de surpresa no gol de Resende; a troca de passes não teve a mesma fluidez; a pontaria só se acertou no segundo tempo.
Mas o mais interessante de se analisar neste jogo são as novidades. Como Jorge Jesus pensa nos reforços do Flamengo como complemento para um modelo de jogo bem assentado e executado?
O centroavante
Pedro, autor de um gol e de uma assistência, simboliza bem isso. Ele é o centroavante que Jesus pediu desde que chegou ao Flamengo. De fato, o camisa 21 mostrou que tem características que faltavam ao elenco rubro-negro: presença de área e capacidade técnica para dialogar com as outras peças ofensivas.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2020/G/T/QaAytjTXqJQTMNTIVVvQ/whatsapp-image-2020-02-03-at-22.20.37.jpeg)
Pedro comemora seu gol pelo Flamengo — Foto: André Durão
Pedro não é só um grandalhão a ser colocado no jogo para um chuveirinho desesperado em busca de um gol salvador. Ele tem técnica para sair da área e trocar passes, além de um faro raro de gol. Pode se complementar muito bem com Gabigol e Bruno Henrique no ataque, dando mais liberdade de movimentação aos companheiros.
O arisco
Michael entrou na ponta direita com a incumbência de bombardear a área do Resende com cruzamentos. Ele participou do terceiro gol, mas sobretudo, foi o responsável por dar velocidade a um Flamengo que começava a cansar - afinal, os jogadores treinaram por 90 minutos pela manhã.
O habilidoso atacante deu mostras de que pode ser útil entrando contra defesas cansadas, usando sua individualidade. E muda completamente a característica da ponta direita, cujo dono, Everton Ribeiro, é muito mais armador do que velocista.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2020/8/v/SL6ADSTke6k4UuSC7Ugg/74.jpg)
Michael em ação pelo Flamengo — Foto: André Durão
Mais testes virão
Ainda faltam Thiago Maia, Pedro Rocha e Léo Pereira para se ter uma ideia melhor de como Jorge Jesus vê estes reforços no elenco rubro-negro. Até o dia 16 de fevereiro, o caráter dos jogos será de teste. Não se espante se contra o Madureira algumas peças forem trocadas. Diego, por exemplo, foi titular diante do Resende para que o treinador o observasse.
Até começarem os jogos prioritários do Flamengo, o Carioca será um enorme laboratório para Jorge Jesus acrescentar mais ingredientes à sua receita vitoriosa.