Assim como foi em 2023, a péssima campanha do Flamengo na Libertadores e o desempenho bem abaixo da expectativa no Campeonato Brasileiro fazem com que seja quase impossível a temporada de 2024 ser vista como positiva. No entanto, o empate de ontem em 0 a 0 com o Corinthians deu ao rubro-negro a oportunidade de, se não salvar o ano, pelo menos voltar a conquistar um título relevante para tranquilizar o ambiente nesse término de ano. Com o resultado, o time chegou na final da Copa do Brasil pela terceira vez consecutiva — foi campeão em 2022 e vice ano passado.
O adversário dessa vez será o Atlético-MG, nos dias 3 e 10 de novembro. A ordem dos mandos de campo será definida em sorteio na sede da CBF na próxima quinta-feira (24).
— Dez finais (de Copa do Brasil na história do clube). Eu e o Diego (Ribas) sempre comentávamos. O pessoal cobra título, mas como é difícil chegar todo ano a finais. Todo mundo quer, e o Flamengo está ali todo ano. É um grupo com jogadores acostumados a finais, brigando todo ano. Não perdem a fome, a ambição, querem mais foto na parede. Fica mais fácil porque são jogadores que sabem lidar com o momento — analisou Filipe Luís.
Estratégia certeira
Por mais que seja sobre a história do clube na Copa do Brasil de maneira geral, a fala de Filipe Luís também corresponde ao que foi demonstrado em campo pelo elenco rubro-negro. Mesmo com um a menor por mais de 60 minutos — aos 28 da primeira etapa, Bruno Henrique recebeu vermelho direto ao acertar um chute no rosto de Matheuzinho —, o Flamengo soube jogar o jogo de maneira quase perfeita.
Embora impopular, a estratégia do técnico da equipe carioca de sacar Gabigol para colocar Fabrício Bruno após a expulsão foi certeira. Mesmo sem nenhum atacante em campo, o Flamengo soube conter o ímpeto ofensivo do Corinthians e, na linguagem do futebol, “escondeu a bola”. Por mais que tenha tido 14 finalizações e obrigado Rossi a fazer seis defesas, o Corinthians criou apenas duas boas chances, ambas desperdiçadas por Yuri Alberto.
— Meu pensamento (após a expulsão) era proteger a defesa, entregar a bola para o Corinthians e saber que eles teriam que criar. Muitas vezes vamos pressionar e correr riscos, porque eles têm jogadores muito rápidos. Sabíamos da capacidade de jogadores como Arrascaeta, Gerson e Erick (Pulgar), que não perdem a bola e conseguem fazer o time avançar. A partir do momento que eles iam forçar jogadas, nós teríamos jogadores para tirar o time de trás e, eventualmente, ter chances de gol — explicou Filipe Luís.
A ausência de um homem de velocidade na equipe ainda no primeiro tempo causou estranhamento, mas o cenário foi, de fato, o planejado por Filipe Luís. Sob a tutela dos três meias citados pelo treinador, que fizeram grande partida, Wesley, outro que teve ótima noite, e Alcaraz, que entrou bem, o Flamengo soube segurar a bola no campo de ataque e manter o Corinthians longe do gol, o que irritou os adversários. Retrato disso foram as 19 faltas cometidas pelos paulistas contra dez dos cariocas.
Com todas as forças concentradas na Copa do Brasil, o Flamengo volta a campo no próximo sábado, no Maracanã, contra o Juventude. O time está a dez pontos do líder Botafogo no Brasileirão.