Não dá para dizer que o Flamengo esteve irreconhecível no empate por 1 a 1 contra o Central Córdoba na quarta-feira, no Estádio Único Madre de Ciudades. O time tem dado sinais de queda de rendimento e, especialmente na Libertadores, ainda não conseguiu uma boa apresentação. Em Santiago del Estero, errou mais do que o de costume e perdeu o duelo físico para a equipe argentina.
Sobrou ao Central Córdoba o que faltou ao Flamengo nos dois jogos entre as equipes: entrega e dedicação. O time rubro-negro pareceu desligado tanto no Rio de Janeiro quanto em Santiago del Estero. O excesso de erros de passes foi o grande problema na Argentina.
- Perdemos muita bola, tivemos muitos erros técnicos. Fisicamente não estávamos (bem) - resumiu Filipe Luís em entrevista coletiva após o jogo.
O Flamengo errou 66 dos 495 passes que tentou no jogo. O índice de 86% de acerto não soa ruim, mas os erros aconteceram em setores do campo que prejudicaram a evolução do jogo. Gerson foi o líder neste cenário, com 10 passes perdidos. Em seguida ficaram Danilo e Ayrton Lucas, com oito, e Léo Pereira, com seis. O resultado foram saída de bola e transição pobres.
Acostumado a se impor sobre os adversários, jogar com a bola e criar chances em demasia, o Fla até ensaiou uma pressão nos primeiros minutos e conseguiu abrir o placar com uma triangulação entre De la Cruz, Gerson e Arrascaeta, que invadiu a área e chutou com frieza, aos 9. A parceria entre o capitão e o camisa 10 quase deu outro bom fruto aos 23 minutos, mas desta vez o uruguaio finalizou mal e facilitou a defesa de Aguerre. Foram as únicas duas boas chances rubro-negras.
Erros de Pulgar e Ayrton Lucas comprometeram o Flamengo contra o Central Córdoba — Foto: Adriano Fontes/Flamengo
Justamente por ter como característica principal o jogo com a bola, o Flamengo não conseguiu render em Santiago del Estero. Dificilmente, o time trocava cinco passes seguidos e, com a perda constante da posse, estava o tempo todo correndo atrás da bola. Mas não conseguiu alcançá-la. O aparente cansaço físico foi outro problema da equipe brasileira.
Do outro lado, tinha um Central Córdoba mais inteiro e que se sacrificou o tempo todo para não deixar a bola com o Flamengo. Foi o time argentino quem subiu a marcação e encurtou os espaços para a saída de bola rubro-negra e quem espetou seus pontas, segurando Wesley e Ayrton Lucas - nesses momentos, a defesa se comportou bem e não chegou a tomar grandes sustos. No entanto, os laterais não conseguiram subir ao ataque em nenhum momento.
O time de Omar De Felippe soube se aproveitar e forçar os erros do Flamengo a ponto de quase conseguir a segunda vitória sobre o que tratam como poderoso time das Américas.
Aos 7 minutos, um erro de passe na saída de bola deu a chance para o Central construir jogada pelo lado direito e encontrar Perelló para a primeira finalização do time da casa. Rossi defendeu tranquilamente. Aos 33, o goleiro do Flamengo impediu o que seria o empate adversário no primeiro tempo. Desta vez, Pulgar errou o passe, e a bola sobrou para Galván exigir milagre de Rossi.
O jogador mais decisivo do Flamengo não se encontrou no primeiro tempo. Pedro errou quatro passes e não contribuiu para a pressão na saída do adversário. Foi envolvido pelo Central. O desenrolar do primeiro tempo mostrou que não era jogo para o camisa 9, substituído por Juninho no intervalo.
Mas o cenário não mudou no segundo tempo. O centroavante reserva correu e tentou cercar a saída do Central, mas pouco tocou na bola. O Flamengo até teve mais posse (57%), mas circulando a bola na defesa e tentando sair da marcação alta do Central. Danilo e Léo Pereira muitas vezes até conseguiam romper a primeira linha, mas os meio-campistas não conseguiam ganhar campo.
- Como a gente não conseguiu dominar o território, eles dominaram. E, por volume e por número de cruzamentos, um erro foi fatal... Não digo que a defesa oscilou, mas que a equipe oscilou. Na fase defensiva, os 11 jogadores, como um bloco, não conseguiram pressionar ou subir a pressão da forma que deveríamos e acabaram sofrendo - analisou Filipe Luís.
O erro fatal aconteceu aos 15 minutos do segundo tempo. Havia oito jogadores do Flamengo na área contra quatro do Central Córdoba. Sem pressão de Wesley, Angulo cruzou para Veron cabecear sem resistência de Ayrton Lucas, Léo Pereira e Danilo. Foi fácil para o atacante adversário.
Gol do Central Córdoba contra o Flamengo — Foto: Reprodução
Os erros não pararam por aí. Aos 25 minutos, Danilo quase entregou o segundo gol para o Central. Perdeu a bola e, na sequência, o árbitro chegou a marcar toque de mão de Léo Pereira na área, mas anulou o pênalti ao ver que o braço estava colado no corpo do zagueiro. Falha feia do camisa 13.
Sem a bola, cansado e abusando dos erros, o Flamengo ensaiou ocupar mais o campo de ataque com a entrada de Luiz Araújo, mas as falhas em passes simples persistiram, e o time não passou nem perto de incomodar o Central. A primeira e única finalização rubro-negra na etapa final aconteceu aos 33 minutos, em cabeceio de Bruno Henrique.
O Flamengo oscila muito cedo na temporada e em uma competição em que os erros cobram caro. Filipe Luís terá que encontrar soluções para o time jogar em situações desconfortáveis, justamente o cenário que vem pela frente, com necessidade de vencer os dois jogos restantes da fase de grupos para não cometer o vexame de ser eliminado em uma chave em que era considerado o favorito.
Mais Escalados 1 ª rodada
Carregando Dados...
......
|
|
0000000000 |
Carregando Dados...
......
|
|
0000000000 |
Carregando Dados...
......
|
|
0000000000 |
Assista: tudo sobre o Flamengo no ge, na Globo e no sportv