Análise: Flamengo abre mão de jogar, corre riscos e sobrevive no sufoco na Copa do Brasil

Sem De la Cruz, que por si só é um baita desfalque, Tite decidiu escalar Allan ao lado de Pulgar em uma dupla de volantes. Dá para entender a opção prevendo uma pressão inicial do Palmeiras, o problema é que a essa dupla não encaixou quando foi testada em outros jogos. E a escolha não evitou a blitz alviverde. O adversário teve três chances de gol em seis minutos: com Felipe Anderson, Mayke e Vitor Reis, que abriu o placar em lance onde Varela deu condição.

Com 15 minutos, o Palmeiras tinha 57% de posse e oito finalizações contra nenhuma rubro-negra . O Flamengo então foi conseguindo ficar um pouco mais com a bola, só que a rifava buscando lançamentos longos que não davam em nada e acabavam devolvendo para o adversário. Tite tentou inverter Luiz Araújo com Gerson, orientava bastante Arrascaeta, mas nada surtia efeito. O time só foi conseguir chutar a gol aos 37 minutos, num peteleco de Allan, que era o volante com mais liberdade.

O Flamengo terminou o primeiro tempo com 48% de posse contra 52%, já mais equilibrada, e três finalizações, porém, sem nenhuma chance de gol . Na volta do intervalo, Tite abriu mão de vez de atacar ao tirar um atacante para colocar mais um defensor e correu risco deixando o já amarelado Allan, que continuava fazendo faltas. David Luiz até entrou bem em uma linha de três zagueiros e salvou lances importantes na área. Mas o time se limitou a defender e terminou a partida com os quatro zagueiros em campo, sendo Léo Ortiz de volante, e vendo o Palmeiras finalizar 19 vezes.

Em uma rara escapada com Gerson, Arrascaeta e Pulgar, o volante chileno chutou para fora e desperdiçou a única chance de gol do Flamengo no jogo, aos 16 minutos do segundo tempo. Já o Palmeiras teve mais duas oportunidades claras, em chute de Caio Paulista defendido por Matheus Cunha aos 10 e a cabeçada de Murilo na trave aos 14 (fora o gol milimetricamente impedido de Flaco López aos 23). No abafa final, até o goleiro Weverton foi para o ataque e chegou a chutar para fora uma sobra na área. É impressionante como bola parada tem sido o famoso "Deus nos acuda".

E os pênaltis não marcados? O lance do Gerson é interpretativo, apesar de não haver dúvidas de que há o toque do Vitor Reis. Já a mão do Murilo é polêmica porque, por mais que não tenha intenção e aquele movimento possa até ser considerado natural, querendo ou não ele tira uma bola que seria claramente dominada por Pedro em uma chance clara de gol. Erros de arbitragem à parte, mais uma vez isso não pode ser muleta ou cortina de fumaça para a atuação.

Por que uma postura tão defensiva? Por que Luiz Araújo saiu no intervalo? Por que não voltou do intervalo com Cebolinha ou Bruno Henrique? Por que Lorran não foi relacionado? O que deu errado na estratégia inicial? Essas e outras perguntas infelizmente ficaram sem respostas, já que Tite não apareceu para dar entrevista coletiva depois do jogo no Allianz Parque .

Já a resposta para a desconfiança da torcida, depois de uma atuação sem a cara do Flamengo , os jogadores poderão dar na "revanche" com o Palmeiras no domingo, às 16h (de Brasília) no Maracanã, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro. Os jogadores retornaram para o Rio de Janeiro na madrugada desta quinta, terão o dia de folga e se reapresentam na sexta no Ninho do Urubu.

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