Análise: Everton Ribeiro ressurge em um Flamengo pós-Sampaoli que ainda tem muito a evoluir

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O grande destaque da partida por exemplo era um nome que andava em baixa e estava barrado com Sampaoli: Everton Ribeiro. O camisa 7 rubro-negro aproveitou a brecha deixada por Arrascaeta (o uruguaio faz reforço muscular na coxa esquerda após lesão) e chamou a responsabilidade. Assumiu a braçadeira de capitão e organizou o setor criativo do time. Praticamente todas as boas chances da equipe passaram pelos seus pés.

Outro jogador que voltou a participar mais ofensivamente foi Ayrton Lucas. Grande destaque do time no primeiro semestre, o lateral-esquerdo teve uma queda vertiginosa de produção e agora tenta reencontrar o seu melhor futebol. Contra o Bahia, conseguiu algumas boas arrancadas e chegou a sofrer um pênalti que foi apontado como fora da área pelo VAR.

E o que dizer do novo cobrador de faltas do time? Pulgar e sua perna direita se mostraram uma grata surpresa nas bolas paradas. O volante já tinha se firmado e vinha sendo um dos destaques do time com Sampaoli, mas sua faceta como batedor de faltas surgiu agora. Em duas cobranças, acertou o travessão no primeiro tempo e a trave no segundo.

Isso sem falar na raça. A vontade que nitidamente faltou nos últimos dois jogos do Campeonato Brasileiro, contra Goiás e Athletico-PR, desta vez não esteve presente em campo. O time teve bastantes oportunidades, mas pecou na hora de finalizar. Aliás, talvez esse seja o ponto mais urgente para se trabalhar. Como Mário Jorge observou bem na coletiva, a ocupação da área adversária pelos seus homens de frente não foi boa nesse jogo, e Pedro chegou atrasado em vários lances.

De um modo geral, o Flamengo foi amplamente superior na partida, apesar do magro 1 a 0: 64% de posse de bola, 15 finalizações contra seis (mais que o dobro do adversário) e nove chances de gol contra duas do Bahia . Só no primeiro tempo foram quatro: a furada de cabeça de Bruno Henrique, em que a bola raspou a trave aos 14 minutos; o chute cruzado de Bruno Henrique que Pedro quase alcançou na segunda trave aos 27; a finalização desviada de Pedro que saiu por cima do gol após boa trama na área aos 35; e a falta cobrada por Pulgar no travessão aos 46.

Na etapa final, o domínio rubro-negro foi ainda maior após a expulsão de Kanu, que foi muito ingênuo ao puxar a camisa de Gerson sendo o último homem. Depois disso o Flamengo teve outras cinco grandes oportunidades: a falta de Pulgar na trave aos cinco minutos; o chute do chileno que não saiu forte após boa trama com Gerson na área, aos oito; o gol de pênalti de Pedro aos 15; a cabeçada de Bruno Henrique defendida por Marcos Felipe aos 27; e a jogadaça individual de Cebolinha, que invadiu a área driblando dois, mas chutou no meio do gol aos 32.

Sem aproveitar as chances, o Rubro-Negro poderia ter se complicado nas duas oportunidades claras do adversário: uma aos 17 minutos do primeiro tempo, quando Rafael Ratão apareceu livre na área, mas cabeceou no meio do gol e facilitou a vida de Rossi; e outra aos 31 do segundo tempo, quando Luciano Juba recebeu passe de Biel e saiu cara a cara com o goleiro, só que finalizou mal. Se uma dessas bolas entra impediria a vitória do Flamengo , que apesar de todo o domínio dependeu de um pênalti para ganhar de um desesperado Bahia na zona de rebaixamento .

Com apenas um treino com os jogadores antes da partida, Mário Jorge foi inteligente ao mexer o mínimo possível no time deixado por Sampaoli. Agora, o interino terá uma semana cheia para trabalhar com a equipe e prepará-la para o jogo contra o Corinthians no próximo sábado, às 21h (de Brasília) na Neo Química Arena, pela 26ª rodada do Brasileirão. O elenco ganhou folga neste domingo e se reapresenta na segunda-feira no Ninho do Urubu.

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