Análise: Clássico traz mais lições para o Fluminense do que para o Flamengo
Num clássico em que o Flamengo teve amplo domínio durante boa parte do jogo, mas acabou sendo derrotado por 1 a 0, natural que sua torcida queira refletir e tentar entender o que aconteceu. Mas o Fla-Flu na NeoQuímica Arena talvez traga mais lições para o Fluminense, vencedor do duelo. O resultado não só fez os tricolores voltarem a vencer após quatro rodadas - e aliviou a cobrança sobre Roger Machado - como apontou caminhos.
Mesmo que André não tivesse marcado o gol, aos 45 do segundo tempo, o 0 a 0 em São Paulo já teria o Fluminense como uma espécie de vencedor simbólico da partida. Isso porque a equipe soube reagir muito bem ao domínio abosluto do Flamengo na primeira etapa e aos seu proprios erros.
O GLOBO e o 'Extra' convocaram mais de 60 jornalistas que escolheram os principais vencedores do Campeonato Brasileiro dos últimos 50 anos. Foto: Montagem sobre fotos de arquivo
30º - BAHIA (1989) - Jogadores celebram vitória na segunda conquista do clube baiano na competição nacional. Foto: Site oficial do Bahia
29º - GRÊMIO (1981) - O versátil Paulo Isidoro passa pela marcação de Emerson, do São Paulo. Foto: Arquivo/O Globo
28º - ATLÉTICO-MG (1971) - Com vitória sobre o Botafogo, o Galo levou a primeira edição do nacional com o nome de Brasileiro. Foto: Arquivo/O Globo
27º - SÃO PAULO (2007) - O atacante Borges em partida contra o Vasco, no Morumbi. Foto: Nelson Coelho / Nelson Coelho
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26º - FLAMENGO (1987) - Zico em partida contra o Santa Cruz, no Maracanã. Foto: Hipólito Pereira / Hipólito Pereira/O Globo
25º - VASCO (2000) - Romário celebra gol em empate contra o Bahia, pela Copa João Havelange. Foto: Jonne Roriz/Coperphoto/L! Sportpress
24º - CORINTHIANS (1998) - Marcelinho Carioca comemora o título do Timão. Foto: Luiz Carlos Santos/Agência O Globo
23º - PALMEIRAS (1972) - O craque Ademir da Guia com a faixa de campeão. Foto: Arquivo/O Globo
22º - GUARANI (1978) - O craque Careca, destaque do Bugre no único título nacional. Foto: Arquivo/O Globo
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21º - SÃO PAULO (1991) - O tricolor de Muller, que viria a ser bicampeão mundial nos anos seguintes. Foto: Jose Carlos Moreira / Agência O Globo
20º - FLUMINENSE (2012) - Thiago Neves e Fred comemoram mais uma conquista nacional. Foto: Ricardo Ayres/Photocamera
19º - PALMEIRAS (1973) - Em pé: Alfredo, Leão, Luis Pereira, Eurico, Dudu e Zecão. Agachados: Ronaldo, Cesar, Leivinha e Ademir da Guia. Foto: Antônio Carlos Piccino/O Globo
18º - INTERNACIONAL (1975) - Figueroa (camisa 3 do Internacional) marca de cabeça o gol da vitória sobre o Cruzeiro. Foto: Arquivo/Agência O Globo
17º - CRUZEIRO (2013) - Time mineiro conquistaria em 2013 o primeiro de dois títulos seguidos sob comando de Marcelo Oliveira. Foto: Bruno Gonzalez/Extra
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16º - FLAMENGO (1983) - Flamengo em partida contra o Vasco, pelo Brasileiro de 1983 Foto: Anibal Philot/Agência O Globo
15º - SÃO PAULO (1986) - Careca tenta passar pela marcação de Vica, do Fluminense, no Brasileiro de 1986. Foto: Hipólito Pereira/Agência O Globo
14º - FLUMINENSE (1984) - Braço erguido, punho fechado, o centroavante Washington (jogador) é abraçado por Leomir e sorri, na comemoração do seu gol. Foto: Luiz Pinto/Agência O Globo
13º - CORINTHIANS (2015) - Jogadores do Corinthians em partida contra o Goiás. Foto: Daniel Augusto Jr. / Daniel Augusto Jr./ Ag. Corinthians
12º - SANTOS (2002) - Os meninos da Vila, Robinho e Diego, com a taça de campeão. Foto: Ricardo Bakker/Diário
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11º - SÃO PAULO (2006) - Tricolores erguem a taça depois de empate com o Athletico, no Morumbi. Foto: Rickey Rogers / Rickey Rogers/Reuters
10º - CORINTHIANS (1999) - Luizão passa por Vagner, do São Paulo. Foto: Reginaldo Castro/Lance!
9º - FLAMENGO (1982) - Time posado no Maracanã: Leandro, Raul, Marinho, Figueiredo e Junior. Agachados: Tita, Adílio, Nunes, Zico e Lico. Foto: Sebastião Marinho/O Globo
8º - PALMEIRAS (1993) - Edilson e César Sampaio celebram a primeira de duas conquistas do clube na década de 1990. Foto: Claudio Rossi/O Globo
7º - INTERNACIONAL (1976) - Na decisão, Colocardo passou pelo Corinthians, no Beira-Rio. Foto: Arquivo/O Globo
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6º - VASCO (1997) - Edmundo é erguido após conquista do cruz-maltino no Maracanã. Foto: Custódio Coimbra / O GLOBO
5º - PALMEIRAS (1994) - Rivaldo celebra gol contra o Corinthians, no Pacaembu. Foto: Marcos Issa/O Globo
4º - INTERNACIONAL (1979) - Falcão comemora mais um título nacional pelo Colorado. Foto: Divulgação/Site oficial do Internacional
3º - FLAMENGO (1980) - Zico corre para a festa em partida contra o Atlético-MG. Foto: Anibal Philot/O Globo
2º - CRUZEIRO (2003) - Alex foi o maestro da conquista do primeiro Brasileiro dos pontos corridos. Foto: Bruno Domingos / Reuters
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1º - FLAMENGO (2019) - Gabigol ergue a taça em fim de ano histórico sob o comando de Jorge Jesus. Foto: CARL DE SOUZA / AFP
Se os rubro-negros foram tão hegemônicos nos primeiros 45 minutos (tiveram 68% de posse e finalizaram nove vezes contra apenas uma do Fluminense), foi porque a estratégia escolhida por Roger Machado não deu certo. Seu time jogou com as linhas defensivas muito compactadas, o que permitiu ao rival atuar a maior parte do tempo próximo à sua área. Esta postura não é nenhuma novidade na temporada. Sob o comando do treinador, o tricolor se estabeleceu como uma equipe reativa. O problema é que não conseguiu encaixar os contragolpes.
Ao contrário de equipes como Palmeiras e o próprio Flamengo, o Fluminense não costuma encaixar contra-ataques na base de ligaçoes diretas e poucos toques na bola. Exige que seus homens de lado (em especial os pontas, que ontem eram Caio Paulista e Gabriel Teixeira) conduzam a bola em velocidade. Mas a marcação adiantada do rival não permitiu que isso ocorresse. E olha que o posicionamento mais centralizado de Vitinho abriu um corredor pela direita rubro-negra...
A mudança começou antes mesmo das mexidas no time. Já no começo do segundo tempo, os jogadores do Fluminense elevaram a intensidade da marcação, não deixando o Flamengo trocar passes com tanta facilidade. Com as entradas de Nenê, Lucca, Luiz Henrique e, já nos minutos finais, Kayky, o time também evoluiu ofensivamente. Ganhou mobilidade e mais opções de velocidade. Resultado: conseguiu finalizar sete vezes na última etapa, mais que o adversário (que chutou quatro vezes, todas para fora).
Um detalhe curioso é que a mobilidade que o Fluminense ganhou talvez tenha contado com uma ajuda do destino. Roger vem se notabilizando por fazer as mesmas mudanças em todas as partidas (o que ajuda a explicar a queda recente de rendimento da equipe). Sem Abel Hernandez e Bobadilla, desta vez precisou mudar um pouco ao colocar Lucca no lugar de Fred. A novidade deu certo.
As 11 joias de Xerém que renderam mais dinheiro ao Fluminense na última década Foto: Montagem sobre fotos de divulgação
Em 2019, o Fluminense recebeu R$ 13,5 milhões pela venda de Evanilson ao Porto Foto: PILAR OLIVARES / Reuters
O atacante Wellington Nem foi negociado ao Shakhtar, em 2012, por R$ 15 milhões Foto: Bruno Haddad / Fluminense
Ayrton Lucas, revelação do Fluminense, saiu para o Spartak, em 2018, por R$ 15,3 milhões Foto: Mailson Santana / Mailson Santana/Fluminense FC
Kenedy, negociado ao Chelsea, em 2015, por R$ 17 milhões Foto: Bruno Haddad / Fluminense
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Ida de Ibañez ao Atalanta rendeu R$ 17,2 milhões ao Tricolor Foto: Reprodução
Marlon foi negociado ao Barcelona por R$ 20 milhões, em 2017 Foto: Reprodução
Saída de Wendel para o Sporting rendeu R$ 23,3 milhões em 2017 Foto: Reprodução
Pedro foi para a Fiorentina em 2019 e o tricolor faturou R$ 36,5 milhões Foto: Reprodução
Negociação de Gerson com a Roma rendeu R$ 45 milhões ao Flu Foto: Reprodução
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João Pedro foi neogicado ao Watford por R$ 46 milhões em 2018 Foto: Reprodução
Kayky, já vendido ao Manchester City, vai render R$ 66,5 milhões ao tricolor Foto: Reprodução
O Flamengo também tem o que rever. Mas a verdade é que não se pode esquecer que Rogério Ceni não conta com reservas tão qualificados como seus titulares. E, neste domingo, ele estava sem cinco deles. A expectativa é que, a partir das próximas partidas, o time melhore. Já na quarta-feira, contra o Atlético-MG, no Mineirão, o treinador terá Arrascaeta e Isla à disposição.
Isso não significa que a derrota no Fla-Flu deva ser relativizada. No primeiro tempo, o time teve a oportunidade de abrir o placar e só não conseguiu porque Marcos Felipe fez duas grandes defesas e Gustavo Henrique ainda acertou o travessão. Na segunda etapa, contudo, a equipe não soube reagir à melhora do rival.
Com a marcação do Fluminense encaixada, a solução poderia passar pela movimentação dos jogadores. Aqueles que estão sem a bola, podem se mover para levar seus marcadores consigo e, assim, abrir espaços para os companheiros. Ninguém soube fazer isso. Principalmente Bruno Henrique, dono de uma atuação para ser esquecida.
O gol do Fluminense, por sinal, mostra a importância deste recurso. Após Nenê segurar um pouco o jogo e tocar para Kayky, o jovem acinou Luiz Henrique. O atacante foi à linha de fundo, levando Filipe Luis, Gustavo Henrique e Rodrigo Caio consigo. Quando ele cruza para a área, a movimentação de Lucca faz Matheuzinho acompanhá-lo e deixa o espaço aberto para André chegar por trás e concluir.